31.8.03

Às vezes...

...há dias assim!

30.8.03

Sem Fronteiras


29.8.03

Ó homem, isso é uma arma

Lusa, pura e dura: «A PSP deteve quinta-feira à noite um homem de 41 anos no Calvário, Lisboa, que ameaçou e agrediu um agente policial, empunhando um garfo, disse hoje à Lusa fonte do Comando Metropolitano».

Um lugar ao sol

O DN traz hoje uma história brilhante, protagonizada por gente que luta diariamente por nos arranjar um lugar à sombra do sol de Agosto. O título é elucidativo:

«Arrumar carros está em crise»

Ao que se segue a explicativa notícia:

«Com a debandada para férias (...), os arrumadores de carros queixam-se que "isto está em grande crise e o negócio caiu para metade".»

Infelizmente, os arrumadores não são os únicos a queixar-se... Para quando a trágica história dos carteiristas que não conseguem roubar carteiras recheadas de notas, por causa da crise?

E para quando a notícia sobre os dealers de Alcântara que, com o desaparecimento do Casal, se vêm obrigados a vender a dobrar para ganhar metade?

E faltará muito para lermos uma reportagem sobre os coitados dos gangs da Pontinha, que, à conta do Verão, não conseguem fundos suficientes nas bombas de gasolina da 2ª Circular?

Ainda dizem que não é preciso um Sindicato nem um Ministério para esta nossa sociedade alternativa...

Apesar de não demonstrarem qualquer preferência clubística, os The Galarzas não mostram qualquer pejo em denunciar um ou outro atropelo à linngua-mãe

"Um sorteio teoricamente interessante, porque evita deslocações complicadas e coloca um adversário teoricamente acessível no caminho dos encarnados."

Ala de Português

E a maior palavra da língua portuguesa é...

PNEUMOULTRAMICROSCOPICOSSILIVULCANOCONIOTICO

Regresso ao País das Maravilhas

«Portugal é um país geométrico: tem problemas bicudos discutidos em mesas redondas por bestas quadradas.»

28.8.03

O meu nome é Bobone, Parte 2: o regresso da tia superior!

Depois da tão sincera entrevista que deu ao DN, a nossa querida tia Paula Bobone está de volta às páginas dos melhores jornais nacionais. Hoje é o 24 Horas que lhe dá tempo de antena - numa conversa ligeira (sobre as suas férias no Algarve), a tia-zôrra revela o que todos nós já devíamos saber... Ora pois:

«Eu acho que, este ano, as festas tiveram muita qualidade, foram muito animadas e bastante representativas da sociedade portuguesa, que é, como se sabe, pouco elitista. Assim, foram uma combinação saudável de alguma aristocracia, de alta sociedade, de pessoas da televisão, do espectáculo e da moda. A crise não nos deitou abaixo!»

Pois não...

Um outro link, para todos os que se perguntam "[imperceptível]oda-se, que [imperceptível]erda é aquela?!"

João 3:16
Linker

27.8.03

O meu Sonho .2

O meu sonho era ser canastrão da telenovela.

O meu Sonho .1

O meu Sonho é ter um Ferrari Testosterona.

Não á aliens (olha, Ritchie, sem 'h'!)


No dia do Glorioso, não queria deixar de por aqui a minha homenagem ao deus da guerra.

Subtil, Manuel!


                       Ninguém caga!

Sidónia



Ainda olhas?
Em quem acreditas? Nos russos de 1976 ou nos americanos de 2001?
Nós, por cá, olhamos para ti.
E acreditamos.
(estamos todos a fugir rua abaixo, por causa do programa da rádio que dá como certo que enviaste gente da tua para acabar connosco. Sabes que me constipei?)

Marte achega-se

"E Marte aqui tão perto" - disse-o ontem o historiador Joaquim Fernandes e dirá hoje o povo, neste dia em que o vermelho é a cor dominante (não, não estamos a falar do jogo do Benfica).

Mas aos The Galarzas interessa não só a perspectiva cósmica desta aprochegação, mas também a perspectiva cómica da situação. Perspectiva essa que é hoje dissecada por tantos escribas, pelo que os The Galarzas lhes permitem, por esta vez, o protagonismo.

Políticalendária

Como é bonita a política nacional, lembra António José Teixeira no DN:

«A política submetida ao horário de expediente de um qualquer balcão, com direito a férias, baixa, 13º mês, reduz-se à gestão corrente. Política das 9 às 5, às vezes com horas extraordinárias, muitas vezes absentista, funcionalizada, burocrática.»

Não nos esquecemos, mas...

No seguimento de postas passadas, o Público alerta:

«Altas temperaturas aumentam mortalidade dos frangos»

Contas feitas

Um parêntesis para falar de futebol e derivados...

No 24 Horas de hoje (acerca da derrota do Real Madrid e da contestação ao treinador Carlos Queiroz):

«O diário madrileno AS, por seu turno, anunciava em título "Dez acusações contra Queiroz", mas depois "só" apresentava nove...»

Contas bem feitas, o homem está feito! Mas é bom saber que, afinal, não é só o nosso Queiroz que mete a poça na pata e a imprensa desportiva nacional que não percebe nada de pesca.

"Lá para as bandas da zenhada"

Depois de uma simpática conversa com Sua Enormidade, o Grande e Genial Gaiman, Neil Gaiman (já lá vão quase seis meses), a BD volta a ocupar duas páginas inteirinhas do DN, cortesia do JMT e das elucidativas confissões do quase tão Grande mas já abusivamente Genial José Carlos Fernandes.



Choro de comoção e alegria quase orgásmica. Um saravá aos quadradinhos.

Encontrado por acaso na net (mas assim mesmo só tipo por acaso)

Q: Do you have any suggestions for perfect first date ensembles? I want to make an impression, but still feel comfortable.

A: It depends on what kind of impression you're trying to make: If you really want to wow him, sport something sexy that flatters your favorite feature, like a deep v-neck that reveals a hint of a lacy bra to call attention to your chest or a slinky skirt that shows off your legs. Personally, I'm all about sexy on top, comfy on the bottom. I'll pair a flirty, feminine tank and big chandelier earrings with comfortable jeans.

On the other hand, if dazzling your date with killer conversation is your number one priority, don't labor over your look. Opt for something tried-and-true that you'd just as easily wear out to dinner with your girlfriends or to a night at the movies.

Whatever your flirtation style, here are some pre-date fashion tips:

- Try the outfit on the night before. Do a few laps around your bedroom. Take a seat. Are you comfortable? If not, change.

- Make sure the shoes fit. I always wear heels, but I'm not about to break in a new pair on a first date and look like a monster from a horror movie as I lurch around. Ouch!

- If you've been told a thousand times how great you look in a certain color, wear something in that shade.

- Most importantly, have fun and be yourself.

(...)

Às vezes escrevem-se coisas bonitas demais...

O hábito. O monge?

Escrevo-vos de uma estação de comboios no sul.

Pensar que posso estar, neste momento,
Sentado, encostado, com um caderno e um lápis
e tudo o que aqui escrevo
vos chega

Miro de um penhasco
Para dizer que o Mundo era mesmo aquilo
Que conversávamos à volta do vinho e
do úisque.

Isto é, o Mundo existe,
é bonito,
mas está aqui fora, não nas vossas cidades,

Escrevo-vos porque perdi o comboio e não me apetece regressar
Escrevo-vos porque quero pedir-vos que venham para aqui
Porque sinto a vossa falta
Porque quero deixar os Rittos, os Cruzes, os Durões
Porque quero deixar o Herman a dormir com a Alexandra Lencastre
Porque descobri que nenhum deles está
em nenhum livro dos que nos fazem falta

Escrevo-vos, a todos, para que venham
Para que abandonem amanhã a cidade
às seis da tarde em ponto

Estarei de pé à vossa espera
Com o jantar pronto
À porta da casa
Junto à estação

Em suma, The Galarzas

Canción para vagabundos

«Salud a la cofradía, trotacalle y trotamundos
todo nos falta en el mundo, todo menos la alegría.

Y viva la santa unión, de sin-ropas y sin-tierra
todo nos falta en la tierra todo menos la ilusión.

Corto sueño y larga andanza, en constante despedida
todo nos falta en la vida, todo menos la esperanza.

Amigos de las botellas pero poco del trabajo
todo nos falta aquí abajo, todo menos las estrellas.

Inofensiva locura, sinrazón del vagabundo
todo nos falta en el mundo todo menos la sepultura.

Prosigamos, si dios quiere nuestro camino de dios
pues siempre se dice adiós y una sola vez se muere»


Por Raúl González Tuñón, musicada por Ariel Rot para o álbum «Lo Siento, Frank»

26.8.03

Poema de Carlos Paião

(Em homenagem ao mais recente Galarza honorário, no dia em que passam 15 anos da sua passagem - ele, que melhor que ninguém entendeu a "grimpa" dos The Galarzas ainda antes dos próprios The Galarzas saberem o que isso era, ocupados que estavam entre os vinhos e os jaquinzinhos".)



Marcha do "Pião das Nicas"

Anda p'la vida à futrica
O estica-larica,
O "mangas portuga"
Fecha-se em copos e copas,
Cafés e cachopas,
Tabuca e madruga.

Galfarro, afiambrado,
Pachola, arremelgado,
De grimpos levantada e garrafal.
Amigo do amigo
Farelo e muito umbigo,
Vestiu-se e veio a pé p'ra o arraial.

Viva o Santo António,
Viva o São João,
Viva o 10 de Junho e a Restauração!
Viva até São Bento
Se nos arranjar
Muitos feriados para festejar!

Gosta de armar ao efeito,
Baboso e com jeito
P'ra ser bagalhudo.
Mas, na mulher do carteiro,
Já manca o dinheiro
Alfaces e é tudo...

S'ele anda co'o nerveco,
Grazina dum caneco,
Lá vai o lascarino p'ra o granel!
E faz as partes gagas,
Fosquinhas de aldeagas,
Palrando até fazer grande arranzel!

(...)

Às vezes já nem petisca,
A doença na isca,
É má p'ra o vistaço.
Os vinhos e os jaquinzinhos
São só descaminhos,
Vai dar ao esquinaço.

És tu, "pião-das-nicas"
Das bocas e das dicas,
Que pegas nos calcantes e te vais.
Adeus, leão dos trouxas,
Chupado das carochas,
Que foste no embrulho uma vez mais!

Viva o Santo António,
Viva o São João,
Viva o 10 de Junho e a Restauração!
Viva até São Bento
Se nos arranjar
Muitos feriados para festejar!

Arre pôrra!

Notícias do Correio da Manhã de hoje:

"Cocktail molotov contra discoteca" - na qual se relata como dois indivíduos, impedidos de entrar numa discoteca lisboeta, se vingaram arremessando um cocktail molotov para dentro do estabelecimento;

"Carrinho contra facadas" - onde se conta como um jovem de 17 anos esfaqueou outros três (entre os 14 e os 16 anos) numa feira de Torre de Moncorvo, quando disputavam o único carrinho-de-choque livre.

Mas que é feito da boa e velha disputa territorial entre vizinhos? Que é feito da tradicional pega de caras entre o marido e o amante da mulher? Que é feito da saudosa cena de estalada entre vendedoras por um lugar no mercado?

Realmente, a tradição já não é o que era. Já não bastava vivermos dias em que qualquer um pode escrever um livro ou ser uma estrelita da TV, agora também qualquer gato-pingado pode ser um criminoso de meia-tigela...

25.8.03

Homens com H grande

Os The Galarzas vêm, por este meio, divulgar o seguinte pedaço de prosa legislatória, com o qual se cruzaram num inocente passeio pela blogosfera nacional.

O conteúdo das linhas que se seguem é da exclusiva responsabilidade do jurista Barros Monteiro ou, em última análise, de quem divaga por outros mundos, pelo que os The Galarzas não aceitam qualquer tipo de impropério ou palavra mal digerida. Agora, se nos quiserem dar uns trocos ou convidar para um jantar...

Ora diga:

«Entretanto, do ponto de vista puramente psicológico, torna-se sem dúvida mais grave o adultério da mulher. Quase sempre, a infidelidade no homem é fruto de capricho passageiro ou de um desejo momentâneo. O seu deslize não afecta de modo algum o amor pela mulher. O adultério desta, ao revés, vem demonstrar que se acham definitivamente rotos os laços afectivos que a prendiam ao marido e irremediavelmente comprometida a estabelecida do lar.

Para o homem, escreve Somersen Maugham, uma ligação passageira não tem significação sentimental ao passo que para a mulher tem. Além disso, os filhos adulterinos que a mulher venha a ter ficarão necessariamente ao cargo do marido, o que agrava a IMORALIDADE, enquanto os do marido com a amante jamais estarão sob os cuidados da esposa. Por outras palavras, o adultério da mulher transfere para o marido o encargo de alimentar prole alheia, ao passo que não terá essa consequência o adultério do marido. Por isso, a sociedade encara de modo mais severo o adultério da primeira.»


in Curso de Direito Civil (Volume 2, Direito de Família, pagina 117)

Esclarecimento e errata

O acento em 'verídico' é no primeiro 'i'. Logo, no post anterior, deve ler-se: "Um mail verídico" e não "Um mail veridico".

Caso se queira ler "Um mail veridico", os The Galarzas não se responsabilizam por quaisquer efeitos secundários (ou primários, consoante o grau de instrução).

No entanto, todas as leituras são possíveis e passíveis de serem lidas e tidas como certas. Ou então não.

Um mail veridico (não sei em qual dos 'i' se põe o acento)

"no imail tambem se ganham pontos para isto dos premios e tenho uma duvida eu neste momento estou no site do iol e ja ca estou a 5 minutos e ainda nao tenho pontos nenhums eu queria saber as maneiras de receber pontos para a minha conta sera que me podiam responder se puderem respondam se nao puderem nao respondam mas deus queira que possam responder porque eu estou corioso por saber.
Obrigado pela voça atençao o proprio Roberto Silva "

Já cá faltava II

Mítico diálogo entre dois dos The Galarzas:

Um dos The Galarzas: "Foste tu que mataste Thomas?"
Outro dos The Galarzas: "Thomas? Que Thomas?"
Um dos The Galarzas: "Um Whisky, por favor!"

The Lord of the Blogs

Na página de entrada do Blogger pode hoje ler-se isto:

"And in the Darkness Blog Them."

Pouco a pouco, o anel aperta. Felizmente, ainda não aleija...

Recebi isto mesmo agora

Diz o peixe para a peixa:
- Tou peixonado por ti.
Diz a peixa:
- Não tens peixota para mim!
Responde o peixe:
- Dá-me a tua peixacha e verás!!!

Tava a marijuana à espera de um autocharro, modelo lsd, quando de repente ouviu crack e disse "Hum, haxixe muito estranho" e armada em heroina pôs-se à coca!

Diz o Monstro p'rá Monstra:
- Vamos fazer um monstrinho?
Diz a Monstra:
- Hoje não, tou com a monstruação.

Maiores agradecimentos ao Primace pela sua inconsciente contribuição.

24.8.03

Intervalo

Hoje não está cá ninguém...

Poema

de José Gomes Ferreira

De súbito, o diabinho que me dançava nos olhos,
mal viu a menina atravessar a rua,
saltou num ímpeto de besouro
e despiu-a toda...

E a Que-Sempre-Tanto-Se-Recata
ficou nua,
sonambulamente nua,
com um seio de ouro
e outro de prata.

23.8.03

Haiseio



este e outros haikus em The Haiku (Blog)Spot (mas sem seio...)

22.8.03

Haiku para Portugal

Jardim pequenino,
à beira mar
acalentado.

Não nos esquecemos

Tal como no mès passado, eis a informação que qualquer Galarza deve saber:

A produção de frango ainda não recuperou totalmente da crise dos nitrofuranos, apresentando em Junho uma quebra de 28,5 por cento face a igual mês do ano anterior, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.

Apesar de apresentar alguma recuperação relativamente aos três meses anteriores, a produção de franco «teve uma quebra assinalável» quando comparada com a do mês homólogo de 2002, refere o boletim mensal da agricultura, pescas e agro-indústria do INE.

21.8.03

Desabafo

Há dias em que apetece explodir, em que apetece cair por longos e profundos abismos e estatelar o corpo no alcatrão sujo da estrada mais velha e gasta.

Há horas em que parece que cada passo em frente, cada esquina por cruzar, cada olhar sem horizonte, é um parede larga, tão larga e densa quanto o mar raivoso de uma noite de Inverno, quanto o sol do meio-dia num dia quente de Verão, quanto a dor de uma perda tão dentro, tão nossa, tão intensa. Quanto a sensação... não - a certeza, de que nada jamais será igual, nada nunca mais será a mesma coisa.

Há momentos em que as palavras fogem, escapam por entre as gotas de suor, as gotas de chuva, as lágrimas choradas e, sobretudo, as que estão por chorar - que são as mais pesadas, as mais difíceis, aquelas que nunca teremos força nem coragem para deixar escapar. Aquelas que sabemos que um dia vão sair disparadas, derramadas, lançadas por entre a raiva, a fúria, a velocidade da queda - da nossa queda, da nossa perdição ou da certeza de que a nossa perdição está, então, cumprida.

Há instantes - nem momentos, nem horas, nem dias, mas instantes, breves, irrepetíveis - que afinal são eternos e na sua eternidade abarcam uma vida, duas, três, quatro vidas, e que deixam apenas soar as trombetas desse instante, para que fique marcado sobre uma vida, sobre quatro vidas, e para sempre se meça essa vida, essas vidas, por esse instante único, breve e irrepetível, mas eterno e tão intenso.

Há alturas em que os olhos se reviram, a mente explode, as mãos tremem, a boca soluça, os dentes rangem... e a única coisa que sai, por entre a imensidão de vocábulos que se atropelam em corrida, por entre a mão cheia de ideias que deslizam furiosamente, é o mais rotundo e sentido "fôda-se".

E apesar de tudo, apenas isso, faz o turbilhão acalmar. E sabe bem.

Dúvida ambígua

Quem eram as noras de Adão e Eva e qual o nome dos compadres destes?

Shalom, melancia


Arma secreta de palestino
contra aviões israelitas

O meu nome é Bobone, Paula Bobone

Depois de Jardel, Jordana Jardel, a sili sizôn volta a fazer novas heroínas. Desta vez é Paula Bobone, funcionária do Ministério da Cultura (dizem) e uma das mais imaginativas personagens do quotidiano irreal-social nacional, que, em entrevista ao DN, deu algumas das mais profundas e poéticas respostas de que há memória... Ora pois:

"O que aprecia mais nos seus amigos?
Que me telefonem.
(...)
A sua ocupação favorita?
«Paspalhar» no fim-de-semana.
(...)
Qual seria a sua maior desgraça?
Perder a agenda.
(...)
O pássaro preferido?
A borboleta.
(...)
As suas heroínas na ficção?
Branca de Neve, porque teve sete anões para a ajudar num momento difícil da sua vida.
(...)
O que mais detesta?
Responder a questionários.
(...)
Como gostaria de morrer?
Num trono doirado com anjinhos à volta, ouvindo canto gregoriano, vestida de Chanel, bebendo Coca-Cola.
(...)
Defeitos que lhe inspiram mais indulgência?
A inveja dos «caretas». Tenho pena dos inferiores."

Os The Galarzas também têm pena de si, Sô Dona.

(a propósito desta entrevista, espreite-se o haiku de Cesto Galarza em The Haiku (Blog)Spot)

Conversa entre um dos The Galarzas e seu pai, algures entre Póvoa e Meadas e Lisboa

Pai de um dos The Galarzas: "Roubaram 8 coelhos ao Tio Chico! Já viste?! 8 coelhos!"
The Galarza: "Mas o pai nunca roubou coelhos quando era novo?"
Pai de um dos The Galarzas: "Sim, mas era para comer!"

20.8.03

Louvor de Portugal

Em homenagem ao actual Governo, às suas polémicas decisões e indecisões e às suas mais recentes e perturbantes medidas*, os The Galarzas lembram o poema "Democracia", de Harold Pinter:

"Não há por onde fugir.
Os grandes caralhos andam aí.
Irão foder o que lhes vier pela frente.
Ponham-se a pau."


* como por exemplo: acusar os ex-militares e veteranos de guerra de serem responsáveis pelos incêndios, dar honras de estado a um desertor, compilar as remunerações e subsídios extra num só salário, diminuir os direitos dos trabalhadores-sindicalistas...

E hoje...

...somos todos brasileiros - porque queríamos ser todos Sérgio Vieira de Melo, na paixão, na abnegação, na coragem:

uma lição para o mundo (ocidentais ou orientais, cristãos ou muçulmanos, europeus ou americanos, militares ou terroristas, pacifistas ou belicistas, Annans ou W Bushes, Galarzas ou os estúpidos que achavam que ia ser tão mais fácil entrar pelo Iraque adentro e que ia ser tudo uma beleza sem comparação com Vietnames ou Ultramares - ia, não ia?).

Hoje...

...somos todos moçambicanos - os pobres mais pobres de África que apesar dos dissabores e dos desastres naturais e inevitáveis, arranjam tempo e vontade para ajudar, com o pouco que têm, os portugueses vítimas dos incêndios:

uma lição para todos (cidadãos ou governantes, anónimos ou célebres, Galarzas ou Ferreiras Leites).

pseudo Haiku intelectual

ser jornalista
é ter pseudo conversas
intelectuais

Linker inútil

Não cliquem aqui.

19.8.03

Grande avanço na ciência

Os The Galarzas, sempre atentos ao que se passa no Mundo, têm o prazer de dar a conhecer aos seus 3 leitores uma surpreendente novidade: os homens agora já podem engravidar!

Prova disso é o senhor Lee Mingwei, artista já exposto nos prestigiantes The Whitney Museum of American Art e The Cleveland Museum of Art, o primeiro homem grávido na história do Planeta.

Abismados com a notícia, os The Galarzas deixam aqui o linker para o siter contendo toda a informação e documentação pertinentes.

Male Pregnacy
Siter com documentação

Andy Squid - Victory & Solitude

Between the two
not even added my age
the twin sisters
Victory and Solitude.

They are the holy grail
of animal rock and roll
they are not a fantasy
nor are they reality.

A single time I saw together
Victory and Solitude
and we shared a great kiss
in honor to the truth.

The two seemed the song of Randy Newman
without the cocaine
were too much
but one was not enough.

And in front of the sea
I am going to remember what it was
but I hope to find them again
another time, anytime.

I almost had them in a hug
had them both
but there was no place
for the love of a third.

I do not have a heart
but I to tell you the truth
the twins were the best thing
of the city.

It had been the triple
than it is possible to ask
it's not enough to live
I want my part of Victory and Solitude.

I'm looking for something
that I'm not going to find
when Victory and Solitude go away
a year of Victory and Solitude.

A year of Victory and Solitude
a year...

Victory and Solitude
philosophy and reality
love them separately
but together we are more.

Another lesson
that life again gave me
we were three
Victory, Solitude and me.

We were three
Victory, Solitude and Andy.....

Posições para Cristo

Fartos de o ver de braços abertos a sangrar, The Galarzas lançam a sugestão, conforme as pessoas, para trazer Sua figura pendurada no pescoço:

Para padres: Cristo na posição do missionário
Para bispos norte-americanos: Cristo afagando uma criança
Para beatas: Cristo de braços colados ao corpo e cabeça mirando o céu (pilhas não incluídas)
Para senhoras Vip: Cristo com sudário Christien LaCroix
Para camionistas: Cristo na cena da expulsão dos vendilhões do templo (um dedo ressai)
Para agnósticos: Cristo com T-Shirt do Ché Guevara
Para políticos do PP: Cristo e Lázaro numa medalhinha, ambos choram
Para políticos do PS: Cristo ao telefone, sob escuta do Anjo Gabriel

Pequeno poema ao deitar

Entre a Cananeia
E a gruta imaculada
Estava José
Com a burra avariada

Maria ali cimeira
Com ventre cheio e santo
Diz-lhe que se atrasam
E desata num pranto

José que é expedito
Quer ver o filho nascer
Não importa que seja d'outro
Pois está-se sempre a aprender

Logo pega no engenho
E chama o ACP
Que sorte de Maria
Que sorte de José

Mudada a bicha e a correia
Fazem-se ao caminho, convém
Estão à espera os Reis, magos
Na grutinha de Belém

18.8.03

Aos nossos primos...

...equatorianos, bolivianos, peruanos, mexicanos, argentinos, porto-riquenhos, espanhóis ou norte-americanos de Brooklyn:

juntem-se a nós nesta imensa orgia que é a grande família Galarza, espalhada pelo mundo!

(e um grande saravá ao nosso Cesto)

Viva a blogosfera, viva!

Os The Galarzas vêm por este meio homenagear - de forma absolutamente isenta e inteiramente imparcial - o surgimento de dois fascinantes novos sítios na linha:

o inédito, inovador e já imprescindível "Tabaco Só Ao Balcão" (referência multiusos da sociedade banal)...

...e o belíssimo, cativante e etéreo "The Haiku (Blog)Spot" (inolvidável memorando da fragilidade humana).

É bonita a florescente blogosfera nacional...

Haverá algo mais lindo que a amizade?

Enigmático mas profundamente comovente SMS chegado hoje aos telemóveis de alguns dos The Galarzas (enviada - dizem as más línguas - por outro dos The Galarzas):

"Dizem-me que o grupo de rufias a que chamo amigos não é crime organizado".

Say no more...

O Reverso da Merdalha

Porque nem todo o povo é heróico e nem todos os dirigentes são negligentes...

Para não nos chamarem tendenciosos, partidaristas ou parciais (que o somos, assumimos), aqui partilhamos uma crónica que não relata "heroísmos nem aflições, mas sim o desmazelo, o desinteresse e a incúria que os portugueses também mostram". Alguns, dizemos nós. Felizmente, nem todos.

(para dar graxa ao ego)

Os The Galarzas vêm por este meio comunicar - de forma isenta e imparcial e sem qualquer sombra de alegria acrescida ou histeria infundada - que foi ultrapassada a barreira psicológica das 1000 visitas a este siter.

O nosso profundo e sincero obrigado aos nossos três leitores, família e amigos.

Eu odeio isto II

O Horror voltou e instalou-se como um rei entre a Familia. Por todo o lado sonho com caras que não reconheço, mas que me falam como amigos. Amizades-Nevoeiro, desaparecem quando o vento muda de direcção.

Vejo ouro e vejo mel em fios, e vejo leite e vejo carmesim, numa explosão estomacal. Atravesso o rio e espero. Basta-me atravessar o rio. Falta-me é a coragem.

Falei com Deus este fim de semana, e ele disse-me: "Isto é tudo o que tens." Parece que estou cego.

17.8.03

Mais Minutos de Sabedoria

Novo capítulo dos "Minutos de Sabedoria", de C. Torres Pastorinho:

"18

Seja o mesmo, dentro e fora do lar.

O lar é a sociedade em miniatura!

A sociedade é o lar ampliado.

Num e noutra, seja o mesmo: firme em sua palavra, seguro em seu pensamento, honesto em seus atos, calmo na confiança em si mesmo.

O homem é o que é.

E a manifestação externa reflecte o estado íntimo de nossa alma."

Nós também

A caixa postal dos The Galarzas continua a ser invadida por fãs incógnitos, ameaças tentadoras e propostas ousadas. No entanto, nos últimos dias recebemos um convite tão absolutamente inovador e tão intensamente idiota que nos sentimos na obrigação de o partilhar com os nossos três leitores (parece que perdemos dois com o calor).

Ei-la:

«Prezado (a) Empreendedor (a) ,

Peço a sua permissão para lhe enviar GRATUITAMENTE uma Revista pelo correio sobre a nossa proposta de franquias de Salões de Beleza + Escola de Cabeleireiros + Loja de Cosméticos direto da Fábrica .

Baixo investimento inicial que pode ser 80% financiado pelo BNDES e alta lucratividade .

Ligue agora e também solicite 01 convite para visitar o nosso stand na Feira da Cosmética em Setembro em São Paulo-SP .

Muito obrigada,
Cristiane - tel (11) 3645-3620

Peço perdão se esta mensagem não lhe interessou.

Nós confiamos em Deus!»

Postas as coisas desta maneira, resta-nos agradecer e dizer "bem, sendo assim...".

16.8.03

Comentários

Sport TV. Comentadores do jogo Académica-Sporting.

José Marinho - Temos aqui o placard à nossa frente
Manuel Fernandes - Onde é que está o placard?

----------

JM - Uiiiiiii (bola a seis metros ao lado da baliza)

----------

JM - Temos aqui um jogador alcalino, cheio de força

----------

MF -Um cartão amarelo, infelizmente para o Sporting

15.8.03

C. Lima brutalmente atacado

Depois de ter elaborado sobre a etimologia galarziana, o professor catedrático timorense C.Lima é violentamente atacado pelo galarza convidado Inkognito. Eis o texto integral, metido debaixo da porta pelo carteiro eléctrónico:

«Com uma certa estupefacção, uma dose de humor e já agora dose e meia de moelas e a «eterna» bejeca, leio tal post-it afixado no Galarziano Blog por um professor catedrático, de seu nome C.Lima (será mais um Galarza perdido no mundo mitico andino?) e em que o mesmo disserta sobre novas tecnologias, globalização, identidades e afins!

Pois bem meu caro professor de cátedra se me é permitido, o pseudo-urbanismo cinzento de que fala talvez seja verdade, se aos idos de 70-80 nos reportarmos, coisa que actualmente e com a vaga de calor que assola o henmisfério norte, e nomeadamente a «velha» Europa, deixa de ser sequer um pensamento em que vossa excelência tão bem assume na sua presunção.

Fala em identidade, fala num estranho sentido de nos conhecermos a nós próprios para em confronto com a realidade mais não nos capacitarmos que o Homem, enquanto ser, mais não é do que uma unidade una, indepedente, social no que lhe interessa, mas acima de tudo um ser que mais não é do que um «lobo solitário» que na sua demanda de alimento poderá eventualmente criar uma «alcateia» momentânea.

Como de certo já deve ter reparado, e se não faça o favôr de lêr o prologo deste post-it, por esta hora e para combater a sua anunciada individualidade em que «nos» tornámos, já estou com a dose e meia de moelas á frente e num combate psiquico escabroso com a bejeca, e sabe porquê? estou nervosamente á espera do jogo do «Mitico» contra a Lázio de Roma!

Saudações Galarzianas!

Sempre a considerar, me despeço com enorme estima!

Inkognito»

P.S. - The Galarzas não partilham nem repudiam qualquer simpatia clubistica. Aliás, neste momento, estão divididos entre a Naval 1º de Maio e o Estrela da Amadora.

A taberna e o canto

de António Murteira, ed. Minerva

Na taberna
Bebo tantos copos de vinho
Quantos os necessários
Para afogar a solidão
Da minha aldeia

E canto
E canto
E canto

Foram destruídas quinhentas cooperativas
Foi ferida esta esperança
De dias luminosos e belos

Alentejo, 1989

Ideias para novelas nas televisões

1ª ideia:

Duas famílias pobres, compostas apenas de mulheres cegas e gémeas, tentam de forma enérgica combater o poder capitalista da sociedade moderna. Todas as personagens são protagonizadas por Sofia Alves.

2ª ideia:

Duas famílias cegas e surdo-mudas são ricas, mas como são como são nunca chegam a saber que têm dinheiro porque não conseguem comunicar com o mundo exterior. Um imigrate ucraniano será a sua salvação. Todas as personagens serão interpretadas por Carlos Areias, menos as femininas, a cargo de Sofia Alves.

3ª ideia:

O inspector Zé Gato regressa para investigar o caso de pedofilia na Casa Pia. No final, casa-se com uma surda-muda da novela anterior.

4ª Ideia:

Américo Thomaz é trazido à vida através da engenharia genética. Consegue chegar a primeiro-ministro e Portugal é integrado no Magrebe. Thomaz acaba por casar-se com Sofia Alves, que protagoniza a cientista surda-muda que o trouxe à vida.

5ª Ideia

Marco encontra finalmente a mãe (protagonizada por Sofia Alves), que é «madrinha» num bordel de Amsterdão, e torna-se um proxeneta de sucesso.Mais tarde, dado o vício das viagens, emigra para Portugal e torna-se num GNR, não sem antes ter sido apanhado com um sabonete de «chamon» na fronteira de Vilar Formoso.

The missing link


Homem/nagem

Mais vale tarde que nunca - é pois tarde, mas em boa hora, que os The Galarzas prestam homenagem ao homem que, à beira do último sono, ditou estas palavras:

«Eu, João Pulido Valente, informo os meus Amigos que morri hoje (4 de Agosto de 2003) lá mais para a tardinha. Convivi com Ideias, Mulheres, tabaco e álcool. Contraí cadeia, sífilis, cancro e ressacas. Não estou arrependido. Julgo ter pago o preço justo por ter vivido. Quando eu morrer, não quero choro nem velas, quero uma fita amarela, gravada com o nome dela: Liberdade.»

Puderamos todos dizer o mesmo... Um grande saravá ao mais recente Galarza honorário.

(Melhores e mais bonitos epitáfios a JPV foram escritos por Adelino Gomes - que acrescentou o necessário pós-escrito - e Miguel Carvalho. Também o Bloco e o Almocreve deixaram umas linhas de homenagem.)

Vencer a adversidade

Enquanto a vida nacional corre enlutada e pintada de cinza, os The Galarzas gostariam de lembrar que enquanto há vida há esperança. E enquanto há esperança, nada pode vencer o espírito humano.

Prova de que o homem pode ser sempre mais forte e mais teimoso que a adversidade é o facto do Sr. Zé Manel e do Sr. Presidente do PP e dos senhores Amílcar Cheias... perdão, Theias... e Figueiredo Lopes ainda terem assento no Conselho semanal.

Mas prova disso é também a já velha história que aqui partilhamos, publicada no jornal russo Pravda há já dois anos, e que fica como incentivo moral a todos os irmãos, primos e amigos numerais cardinais. Serve a presente para lembrar que se há quem tenha pilas no braço, também há quem tenha fezes na cabeça...

Ai, se o Henrique Leiria ainda fosse...

1 - As chamadas de solidariedade das televisões para com as vítimas do fogo têm um lucro de 19 por cento para o Estado - chama-se IVA

2 - O ministro Félix diz que não tem dinheiro para as pensões porque gasta muito no subsídio de desemprego. Perigoso...

3 - Os mortos e os fogos em Portugal são culpa, segundo o ministro, «do tempo»

4 - Morreram 18 pessoas. Nenhum responsável se demitiu.

5 - Quem responde à proposta de uma comissão de Inquérito Parlamentar sobre os fogos, proposta pelos boys do Guterres, é o ministro do Parlamento, Marques Mendes. Nem o Governo já respeita o próprio PSD, que devia ser ele a aceitar ou rejeitar propostas de âmbito parlamentar.

6 - Durão promete pagar 70 por cento dos rendimentos declarados a quem tenha perdido tudo nos fogos. Ora, ora. Se a maioria for pensionista - como deverá ser - ou não declarar os biscates e apenas o ordenado mínimo (quem conhece o mundo rural sabe do que falamos), vai receber menos 30 por cento do que recebia. Certo? Por isso, bico calado.

7 - Um taxista dizia há dias que estava capaz de pegar na arma outra vez e dar a volta a isto.

14.8.03

As lições do Zé Manel

Caro Sr. nosso 1º Zé Manel,

Não sei se é seu costume ver o que se passa à sua volta ou o que se passa no país que o elegeu como dirigente, mas caso não seja, deixe-nos ajudá-lo a perceber a dimensão do desastre em que a sua nau naufraga... perdão, navega.

O paí­s continua a arder, pôrra! Será que as chamas não iluminam suficientemente os corredores do seu gabinete com ar-condicionado? Será que os mortos não assombram os seus sonhos, enquanto dorme sobre um colchão igual ao da Dona Avelina, que perdeu casa, roupa, família e todo o dinheiro, escondido debaixo de um colchão igualzinho ao seu?

E isto enquanto o seu governo se espraia por entre submarinos que não chegam, IVAs que não se esquecem, helicópteros que não há, bocas que mais valia estarem caladas e bombeiros que morrem, gentes que morrem. Aquelas por quem o Sr, nosso 1º, deveria velar. Será o défice mais importante que as pessoas? Será o poder mais forte que a razão, mais importante que o povo (mais confortável deve ser, concerteza).

Em tempos, comandantes mais sérios caíram, por causa de portagens que subiram e de pontes que ruiram. E agora? Não será o fogo um bálsamo tão potente?

Não entenda, sr. Zé Manel, este recado como a raiva de quem perdeu um primo bombeiro ou o medo de quem viveu de perto as primeiras chamas ou a angústia de quem viu o céu do meio da tarde pintado de noite escura e o sol coberto de cinzas. Entenda isto apenas como o desabafo de quem gostava de ver mais e melhor da parte de quem, afinal, está onde está para fazer sempre mais e melhor.

Em inglês, fire quer dizer "fogo". Mas to fire não quer dizer "arder", quer dizer "despedir".

Posto isto, fica esta 1ª Lição:

Escolha a tradução correcta para a seguinte frase

Your minister should be fired.

a) o seu ministro devia arder.
b) o seu ministro devia ser disparado.
c) o seu ministro devia ser despedido.

Boa sorte.

16ª vítima dos incêndios em Portugal

O bombeiro da corporação de Castelo de Vide, de 45 anos de idade, que tinha sofrido queimaduras graves no combate a um incêndio, no dia 03, faleceu quarta-feira à noite numa unidade hospitalar de Lisboa.

Segundo o comandante da corporação de Castelo de Vide, Rui Conchinha, o bombeiro sofreu queimaduras graves no combate a um incêndio no concelho de Castelo de Vide, distrito de Portalegre.

Nesse mesmo incêndio, também no dia 3, um outro bombeiro sofreu ferimentos ligeiros e um civil ficou gravemente ferido, tendo sido evacuado para Lisboa.

Com o falecimento deste bombeiro, eleva-se a 16 o número de mortos provocados pela vaga de incêndios deste Verão em Portugal.

Era meu primo.

Sudoestices

Com um seu irmão numeral (o abaixo-assinado) destacado no festivaleiro Sudoeste, os The Galarzas não podiam deixar passar a oportunidade de relatar o que se passou na noite alentejana, enquanto o fogo lavrava mais a sul e o céu se nublava de cinza.

Mas infelizmente, desde há alguns minutos, os The Galarzas adoptaram o estilo anunciativo do Presidente Supremo de Lisboa, pelo que a única coisa que faremos é simplesmente isto:

EM BREVE, NOTÍCIAS DE SUDOESTE!

(Se eventualmente estiverem mesmo interessados, procurem o país relativo, onde a pensar morreu um burro. Já agora, não fica mal um saltinho à Via Rápida, do sempre atento Álvaro Costa).

Ainda a modinha de Santana

FORMALIDADES CUMPRIDAS, MÃOS À OBRA! TOCA A BLOGGAR.

À moda de Santana

Em honra ao Presidente Supremo de Lisboa (a partir de agora conhecido por PSL), também os The Galarzas vão adoptar o estilo "anunciativo". Sendo assim, a partir de agora, os The Galarzas vão deixar de postar, escrever, relatar, cantar, reunir, recitar poesia, gravar discos, etc... Os The Galarzas passarão apenas a anunciar. Com espalhafato, barulho e muito destaque, sem evitar fazer algum ruído, para que a mensagem passe.

E a nossa primeira obra é a seguinte: AQUI VAI APARECER UM POST!

Fiquem atentos.

Blast me, baby!

Pôrra! Não me bastava ter sido enviado em repostagem para Sudoeste (que me obrigou a postar via SMS em poucos momentos de descanso), agora eis-me que chego a casa e vejo que fui vítima do MSBlast - vulgo Blaster - o azucrinador-mor dos computadores caseiros. Resta-me abusar do patrão, enquanto a solução não se compõe...

Deixem-me trabalhar, pôrra!

12.8.03

E eles escrevem-nos!

Mais uma carinhosa mensagem, agora chegada de Timor, que reproduzimos com gosto.

«Depois de uma breve, muito breve mesmo, passagem pelo blog, há algumas questões que cuja abordagem me parece pertinente.

Presumo que este blog foi idealizado e agora concebido por um punhado de jovens urbanos. Por isso mesmo, não deixa de ser curioso que este blog evidencia uma característica muito comum nas sociedades urbanas: a procura de uma identidade.

Isso mesmo nota-se com a incansável busca por familiares: Vítor Gallarza; Joaquim Gallarza; Francisco Gallarza; Pastor Franz Gallarza; Maria Sol Gallarza (talvez esta seja a mais bela criação da família). A falta de uma identidade, de uma marca familiar, atravessa todo o espírito deste blog. O que não deixa de ser interessante, se analisarmos esta questão num quadro de «desumanização» das relações sociais em contextos urbanos e sub-urbanos. De facto, a tal prometida sociedade da informação e comunicação apenas mais não fez do que levar o indivíduo ao isolamento e à ilusão de uma comunicação mundial. A demanda pela identidade familiar constitui, assim, o escape psicológico ao isolamento criado pelos novos media.»

Assina: C. Lima (professor catedrático de português na ilha de Xanana)

Eta Galarza!

Juan Víctor Galarza, grande etarra de renome, junta-se à crescente familia de primos Galarzas.

Apesar de opinões discordantes sobre o mesmo ser a ovelha negra da familia Galarza, deixamos aqui a foto para a posteridade e adiantamos desde já o nosso saravá.


Juan Víctor Galarza, etarra

Aos nosso primos mexicanos

Cresce a todo o momento o amor da familia Galarza pela aviação sem motor.

Do México, recebemos um abraço do doutor Joaquín Galarza.

Para ele o nosso saravá, apesar do complicado processo em que está envolvido, que acreditamos ser pura difamação, incluindo da nossa parte.


O doutor Joaquín Galarza

Aos nossos primos peruanos

Afinal não é só em Portugal que se escreve bem.

Também no Perú, um nosso primo Galarza, Francisco Galarza, escreve em "El financiamiento informal en el Perú: lecciones desde tres sectores".


O livro de Francisco Galarza

Aos nossos primos bolivianos

Descobrimos na Bolívia mais um parente, o Pastor Franz Galarza.


O Pastor Franz Galarza

Para ele um grande saravá.

Aos nossos primos equatorianos

Um grande saravá à nossa prima María Sol Galarza, concorrente a Miss Equador 2000.

Aqui está ela em seu explendor, e segue também o linker para o siter oficial da votação.


foto de María Sol Galarza

Miss Equador 2000
Siter oficial

A Trigamia, ou como se pode ser feliz

Victoria y Soledad
por Andrés (vénia) Calamaro



Entre las dos no sumaban
ni siquiera mi edad
las hermanas mellizas
Victoria y Soledad

son el santo grial del rock and roll animal
no son una fantasía
ni son una realidad

una sóla vez vi juntas
a Victoria y Soledad
y nos dimos un gran beso
en honor a la verdad

parecían la canción
de Randy Newman
sin la coca
las dos eran demasiado
pero una no era poca

frente a la mar
voy a recordar lo que no fue
pero espero encontrarlas
otra vez, alguna vez

casi las tuve en un abrazo
a las dos
pero no hubo lugar
para amor de a tres

no tengo corazón
pero te digo la verdad
las mellizas eran lo mejor
de la ciudad

hubiera sido lo más triple
que se puede pedir
no basta con vivír
pero mi parte de Victoria y Soledad

estoy buscando algo
que no voy a encontrar
a Victoria y Soledad

cuando se van

un año de Victoria y Soledad

Victoria y Soledad
filosofía y realidad
las ame por separado
pero júntos somos más

otra lección
que la vida me dio otra vez

eramos tres
Victoria, Soledad y yo

eramos tres
Victoria, Soledad y Andrés

11.8.03

Em branco

The Galarzas saúdam a iniciativa do Livro Branco sobre as florestas, lançado pelo Governo. Afinal,o que não falta é carvão para escrever.

10.8.03

Domingo à tarde

Molenga
Sesta
Quente

Decúbito
Dorsal
No ventre

Suor
Na esquina
Do peito

O ar
Respira-se
Rarefeito

Chega a noite
Há-de ser
Outro dia

Domingo
Não existe,
Existia.

9.8.03

Posta-restante

Recebemos um digno pedaço poético-prosaico, que citamos:

«....aínda a e no propósito do fogo, há que manifestar total solidariedade
de e para com tão ilustres «cabos de guerra».tal como Fernando Pessoa afirmou um
día perante a degustação de um famoso liquido, 1º estranha-se, dps...bem dps
entranha-se, sendo assim apenas digo: é p'ra arder? pois que arda! Santana
Lopes «debate-se» com a necessidade de desalojar os ministérios da Praça do
Comércio, pois que ardam! se o Marquês teve a «ajuda» de umterramoto/maremoto,
pois toda a comunidade Galarziana deveria, por dever civico,disponibilizar-se
ao fogo da referida Praça, e já que de praças falamos que tal a de S.Bento?

visto que, e na realidade, aquilo é só Cepos!!!
Penso eu de que (passe a referência a um tão ilustre «incendiário»,
mundialmente famoso pelo seu Azul...) o que está na realidade a dar é
ARDER! ou
pôr a Arder, ou simplesmente Incendiar!

Cumprimentos!

obs: os fósforos acabaram....por agora!

[Assinado:] Inkognito»

A responsabilidade deste texto não é dos The Galarzas. A irresponsabilidade também não.

Vosso,

8.8.03

E mais uma, vinda dos oitentas

de Chris Rea (Deus, quem se lembra dele!?)



On The Beach

Between the eyes of love i call your name
Behind the guarded walls i used to go
Upon a summer wind there's a certain melody
Takes me back to the place that i know
Down on the beach

The secrets of the summer i will keep
The sands of time will blow a mystery
No-one but you and i
Underneath that moonlit sky
Take me back to the place that i know
On the beach

Forever in my dreams my heart will be
Hanging on to this sweet memory
A day of strange desire
And a night that burned like fire
Take me back to the place that i know
On the beach

40 graus à sombra

99.9 Fahrenheit degrees
Stable now, with rising possibilities
It could be normal but it isn't quite
Could make you want to stay awake at night

You seem to me
Like a man
0n the verge of burning
99.9 Fahrenheit degrees

Pale as a candle
And your face is hot
And if I touch you
I might get what you've got

You seem to me
Like a man
On the verge of running
99.9 Fahrenheit degrees

Something cool
Against the skin
Is what you could be
Something cool
Against the skin
Is what you
Could be needing

99.9 Fahrenheit degrees

You seem to me
Like a man
On the verge of burning
99.9 Fahrenheit degrees

Something cool
Against the skin
Is what you could be
Something cool
Against your skin
Is what you
Could be needing

99.9 Fahrenheit degrees
99.9 Fahrenheit degrees

Suzanne Vega
99.9ºF = 37.7ºC

Ruy Belo, 25 anos depois

Um dia alguém numa grande cidade longínqua dirá que morri
di-lo-á decerto com pena mas sem o alívio que eu próprio senti
primeiro ao solucionar de vez esse problema de respiração que a vida é
desde a convulsão da criança que a meio do copo deixou ir leite para a traqueia
até à instantânea atrapalhação do mergulhador a quem de súbito falta o ar comprimido
só dispõe da reserva e lhe faltava tanto que ver no fundo sonhador do mar
depois senti alívio porque às vezes a meio por exemplo da aragem na face
eu pensava na morte como problema metafísico a resolver pelo menos com higiene
se não com dignidade com acerto como mais um problema à medida do homem
Eu estava do lado dos vivos estou do lado dos mortos
o grande problema era saber se me doía ou se não me doía
agora nem sei se me doeu ou não fui um mero espectáculo de mau gosto
para a única pessoa encarregada de me ajudar nesse momento
Ninguém a princípio terá sabido que eu morrera só minha
mulher avisada de longe virá e me porá a mão sobre a testa
os demais não não disponho do olhar para me defender
o tempo depressa se passa são trâmites legais até me terem deixado
debaixo do chão bem debaixo do chão sem frases lidas
ou gravadas sem sentimento nenhum
Uns dias depois um pequeno grupo junto a uma grande janela
olhará a neblina da manhã de janeiro
e terá mãos que eu tive para os meus probemas de vivos
Onde eu estive sobre uma mesa com uma perna cruzada
suaves começarão a suceder-se e acumular-se os dias
como cartas revistas linguístas ou livros adormecidos
despertos apenas no momento fugaz da leitura
A vida será indistinta virá até nós como árvores
rodará em volta como um lençol até cobrir-nos os ombros
Falareis de mim não posso impedir que faleis de mim
mas já nada disso me pesa como o simples facto de ter de ser vosso amigo
Estou só e só para sempre e só desde sempre
mas antes por direito de opção. Agora não
Deixaram-me aqui doutor em tantas e tão grandes tristezas portuguesas
e durmo o sono das coisas convivo com minerais preparo a minha juventude definitiva
Era como eu esperava mas não posso dizer-vos nada
pois tendes ainda o problema e a cara da pessoa viva


Consolação, 12-30 dia 15/IV/74

Rui Belo

7.8.03

Vozes do além

«A voz ficou no além...»
Vocalista da banda Terrakota, durante o sound-check no festival Sudoeste.

enviado por Quinto Galarza, no terreno

6.8.03

Ainda os incêndios...

...e ainda o Diário de Notí­cias, agora de terça-feira, 5 de Agosto:

"Política e Incêndios

No sábado, enquanto o paí­s ardia, o ministro da Administração Interna e o ministro do Ambiente, quais Dupond e Dupont, justificavam os fogos com o efeito estufa e o aquecimento global do planeta, como se tudo não passasse de uma inevitabilidade meteorológica. Foi uma pena que estas tristes declarações não tivessem sido feitas à beira de um incêndio: a água que sacudiram do capote sempre ajudava a apagar as chamas."

(João Miguel Tavares, "Geração de 70")

Laranjeiras verdes, laranjas podres

Peça do jornal Diário de Notícias de segunda-feira, 4 de Agosto:

"Situação incontrolável em muitos concelhos

Uma única laranjeira verde foi a imagem que um amigo, José Ventura, me transmitia ontem quando, ao regressar de férias, cuidei de saber da sua família em Vila de Rei. «Ardeu tudo. Aqui, já não há mais nada».

O fogo prosseguiu a cavalgada impiedosa, impulsionada por golpes caprichosos de vento e devora agora a floresta dos vizinhos concelhos de Mação, Oleiros, Ferreira do Zêzere, Proença-a-Nova, Sertã, e Figueiró dos Vinhos. José Ventura conseguiu salvar a casa e mais nada e é muito dolorosa essa imagem de luto que me transmite e que substituo na memória do magnífico manto verde da maior paisagem de Pinhal da Europa, no coração português.

Todos os anos, as gentes do Pinhal vivem acossadas pelos incêndios florestais. É uma sina, resultante da incúria e do progressivo abandono da floresta. José Ventura sente que o seu concelho ficou agora mais «sozinho» e eu recordo as medidas de incremento à fixação da população desenvolvidas, nos últimos anos, pela pequena autarquia de Vila de Rei, o centro geodésico de Portugal.

E como a laranjeira que permaneceu verde, o meu amigo, homem do pinhal, ainda sente que aquela é a sua terra e promete-me resistir lutando."

Ou de como no meio de tanta laranja podre, ainda há umas laranjeiras verdes...

Aviso

Agora que os fogos começam a acalmar, que as autoridades começam a calar-se, que o povo começa a pensar outra vez na praia e a esquecer-se dos ordenados em atraso, dos peidófilos, dos reitores e dos ministros, os The Galarzas lembram todos os seus leitores que é importante manter sempre perto um copinho de água e um mata-moscas...

Confirmada a existência da energia negra

"Acordei na Sexta Feira e por causa da expansão do Universo demorei mais tempo a encontrar o robe."

- Woody Allen, "Strung Out",
New Yorker, 28 Julho 2003

Exclusivo

Os The Galarzas apresentam um documento encontrado na pasta de um certo ministro do Ambiente, que confirma que há ex-combatentes nas matas a incendiar Portugal.

Este documento, a foto top-secret que apresentamos, revela as caras dos perigosos criminosos de que o sr. Theias falava. Ei-los:


Os Labaredas Serôdios

feérico

do Fr. féerique

adj., que pertence ao mundo das fadas;
        maravilhoso;
        encantador;
        mágico;
        fantástico;
        esplendoroso.

Acusado de ser apenas musical...

...e não completamente musico-poético, eis-me feérico.

Ever and ever, forever and ever you'll be the one
that shines in me like the morning sun.
Ever and ever, forever and ever you'll be my spring,
my rainbow's end and the song I sing.

Take me far beyond imagination.
You're my dream come true, my consolation.

Ever and ever, forever and ever you'll be my dream,
my symphony, my own lover's theme.
Ever and ever, forever and ever my destiny
will follow you eternally.

Take me far beyond imagination.
You're my dream come true, my consolation.

Ever and ever, forever and ever you'll be the one
that shines in me like the morning sun.
Ever and ever, forever and ever my destiny
will follow you eternally.



Siter oficial

Outro siter

Quem?

A propósito da polémica que hoje assola a página 25 do Diário de Notícias (sobre a "frase infeliz" de Amícal Cheias... perdão, Amílcar Theias, ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente [«(...) há muita gente que serviu nas ex-colónias e que inconscientemente levou armas ou granadas para casa», podendo estas estar na origem de alguns incêndios]), interessa reter apenas o último parágrafo:

"Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, criticou Amílcar Theias, mas não pediu a sua demissão porque é «um ministro que não existe»."

5.8.03

Eu odeio isto

Eles bebem sangue e leite, ali prós lados de Queluz. Dizem que o sangue é nutritivo c'mó raio, se se souber mantê-lo no estômago. Esta é a semana da mudança. Não confio em ninguém na Mário Castelhano, mas, apesar da minha vontade, percebo que não merecem ser esfolados vivos por um bando de macacos enraivecidos com t-shirts do João Baião e charutos cubanos. Então peguei em armas, injectei umas quantas gramas pra acordar e infectei a 3ª perna com granadas africanas, mas isso agora não interessa para nada. É A Coisa Certa A Fazer.

Tatuaram-me, na antena mais alta, debaixo de um céu enorme, com um sol negro penetrante, cortante. Tinha-os pisado, esmagado, brincado com os cérebros e vontades, e agora tenho uma casa na Mário Castelhano, sempre aberta para mim, sempre com cama e roupa lavada.

Desde que leve comigo os meus Chocapics. Eles gostam deles com sangue e leite.

Rosie

de Reinaldo Ferreira

Eu, Rosie, eu se falasse eu dir-te-ia
Que partout, everywhere, em toda a parte,
A vida égale, idêntica, the same,
É sempre um esforço inútil,
Um voo cego a nada.

Mas dancemos; dancemos
Já que temos
A valsa começada
E o Nada
Deve acabar-se também,
Como todas as coisas.

Tu pensas
Nas vantagens imensas
De um par
Que paga sem falar;
Eu, nauseado e grogue,
Eu penso, vê lá bem,
Em Arles e na orelha de Van Gogh...

E assim entre o que eu penso e o que tu sentes
A ponte que nos une - é estar ausentes.

Odes ao vinho II

Noite alta no Bairro da mesma estatura, cabeças também já assim a modos que para o ligeiramente alcoolizadas (enebriadas), um dos presentes abeira-se do camarada que pedia ao balcão e exclama altíssimo:

"Esta gaja parece mesmo a Julie Sargeant!"

Rui Anselmo "Bairro Alto"

4.8.03


montagem

Pensamento do dia

O Pénis é como a batata,
só dá fruto quando enterrado.

Não sei quanto a vocês, mas eu fico sem conseguir pensar depois de ler coisas destas.

Estou de volta...

... mas infelizmente re-abro com uma triste notí­cia:

Tenho um primo em S. José com graves queimaduras, por tentar retirar das chamas um pastor que salvava o rebanho. Nem salvou o rebanho, nem se salvou de fazer companhia ao meu primo.

Castelo de Vide arde.

O nosso 1º dizia há uns meses que este ano Portugal não tinha fogos.

E agora?

Vá-de queimar isto tudo, declarar estado de calamidade e receber mais uns cobres da UE para levantar a economia?

Ai Portugal, Portugal

Mação



"Minha senhora da solidão
minha senhora das dores
quanto tempo falta para te ver sorrir
quantas misérias ainda vais exibir
quanto tempo mais vou ter de te ouvir queixar?"


Vila de Rei



"Minha senhora da solidão
minha senhora dos prantos
tens um «ai» encravado na boca
que dia após dia te sufoca
precisas muito mais que uma simples oração"


Marvão



"O teu crucifixo não me ilumina
o teu sacrificio não me pode fazer bem
não é bom para ninguém
não ajudas ninguém..."

poema: Jorge Palma
fotos: Fotos de Portugal

A poia

"Hernâni a dar o seu apoio ao... a... aos incêndios de todo o país."

Repórter desportivo em directo da Figueira da Foz, depois da final entre Portugal e o Brasil (que Portugal ganhou e cuja vitória o jogador Hernâni dedicou aos bombeiros de todo o país e aos milhares de desalojados e vítimas dos incêndios).

3.8.03

Me arde

de Andrés Calamaro

Me arde, me arde
Es tarde para curarme
Me arde, me quema
Dejé la sangre en la arena
Me arde, me está quemando
Estoy disimulando

Como el fuego sobre la superficie del mar
Como el viento caliente del desierto
Me quema (me quema)
Saber que no vas a volver

En serio, me arde
Me duele todo el cuero
Me arde, me quema
Dejé la carne en la arena

Me arde, me está quemando
Y estoy disimulando

Como el fuego sobre la superficie del mar
Como el viento caliente del desierto
Me quema (me quema)
Saber que no vas a volver

Estaba hablando con la hermana
De una chica colombiana
Dormían en camas separadas
Tomando un capuchino
Era el año nuevo chino
En un restaurante argentino (con empanadas y vino)
El problema es que la nena
Era linda pero buena gente
Y me tocó la frente

Me arde
Me está quemando
Estoy disimulando

Como fuego sobre la superficie del mar
Como el viento caliente del desierto
Me arde (sí, me quema)
Creer que no vas... a volver

Me arde, me arde
Me arde, me arde (uh!)
Me arde, me arde
Me arde, me arde

Situação do português perante o Governo

«Chamas, e ninguém ouve»

Vozes de The Galarzas...

Caro Quinto (perdoem os leitores a intimidade irmanal numeral que se segue)

Depois do teu mais recente acorde eis que há notícia de que o Governo vai decretar o Estado de Calamidade.
Bem hajas.

De que é que estamos à espera?

Agora que o governo eleito por quase todos nós (salvo seja) se mexeu, antecipando até em uma hora (uma hora!) o conselho de ministros extraordinário (que em vez de ser na terça vai ser já na segunda-feira... extraordinário!), perguntam alguns dos nossos eleitos leitores: mas para quando o estado de calamidade ou emergência nacional? mas para quando o alerta amarelo? mas para quando qualquer coisa que nos valha?

Pois. Para quando?

Talvez para quando o fogo queimar o quintal do sr. Zé Manel?

Talvez para quando a chama tapar a vista da peneira, perdão, do sol, do Paulinho dos submarinos?

Talvez para quando os sobrinhos da sra. do leite tiverem que ser desalojados do campozinho de fériazinhas que está a arder?

Talvez para quando o sr. ex Guterres vier anunciar ao mundo "ok, a culpa é minha" só para ver quem se mexe primeiro?

Talvez para quando o D. Sebastião voltar, agora que já aí está a neblina (ah não, é fumo...)?

Ou talvez para quando já não houver mais nada para arder...?

Não é por nada, mas agradeceriam concerteza as dezenas de bombeiros feridos e mortos, as centenas de desalojados (é só povo, eu percebo, mas ainda acredito que ele faça falta), as várias vilas com mil anos de história que ficou queimada pelo fogo, os muitos centros históricos que desapareceram do mapa...

O país já estava queimado há muito tempo, mas agora que é a sério, parece que há quem não perceba.

Nem nós...

LUSA: «O presidente da Câmara de Mação, Saldanha Rocha, apelou domingo, em lágrimas, que lhe sejam enviados meios para combater as chamas no Concelho que já consumiram casas nalgumas freguesias e rodeiam agora a vila em três frentes.

"Não percebo que raio de País é este", desabafou o autarca, afirmando que já pediu meios aéreos mas não recebeu qualquer resposta».

Mil palavras

Basta carregar aqui para ver como arde. E não cura. Veja as fotos.

Posta restante

Caiu-nos do mail para um senhor de abrupto blog a seguinte mensagem, da qual damos conhecimento geral, uma vez que aqui não há segredos nem passos perdidos:

«Caro JPP

Escreve sobre os fogos:

"A combinação entre a excitação para o espectáculo, a ignorância daquilo que se fala, e a lógica do sempre novo, sempre maior, sempre mais dramático, destrói qualquer conteúdo informativo."

Concordamos. A infeliz verdade é que, durante os últimos dias, os fogos têm sido, na realidade, "sempre novos, sempre maiores, sempre mais dramáticos". E com facilidade o comprovará. Basta estar atento e deixar cair um pouco dessa antinomia que criou com os reporteiros. Afinal, quem esteve cercado de chamas para que vissemos as imagens? Um digno deputado europeu ou um digno jornalista?

Um abraço.»

ADENDA:
Um senhor de Trigo Limpo, que na mexa da concorrência criou um A bruto blog, diz: «Aproveito também esta oportunidade para agradecer a todos os 4 leitores do "A" Bruto.». Pois está em companhia sã. São os nossos leitores também, como pode ver nos arquivos de atrasado (não se ofenda).

Pós-escritos: Sr. Deputado, desculpe lá metermos o Trigo na sua seara, mas estamos com falta de espaço e assim matam-se dois coelhos com uma labareda só.

Importa-se de sair?

Diz Durão, sobre os bombeiros: "Portugal está-lhes muito grato pelo esforço heróico, dia e noite, que tem permitido salvar vidas humanas".

Dizem os The Galarzas, sobre Durão: "Portugal está-lhe muito grato pelo esgoto ignaro, dia e noite, que tem permitido condenar vidas humanas".

Take Another Portugal

Mais uma da Lusa. Os The Galarzas começam a pensar que não têm lá muitas afinidades com as ideias daquele senhor que bateu na mãe.

«Aveiro, 02 Ago (Lusa) - O Sindicato dos Enfermeiros garante que médicos em serviço nocturno no Hospital de Águeda passam o período de trabalho a dormir, com a alegada permissão da administradora-delegada da unidade, Ana Estima.

"Os médicos que se dizem de serviço nocturno, dormem placidamente, enquanto a administradora-delegada, de pilha na mão (...) vigia os enfermeiros", lê-se numa nota sindical interna a que a agência Lusa teve hoje acesso.»

Enquantos uns ardem, outros dormem (e não é só o senhor ministro...)

Fogo posto

Notícia LUSA (atenção ao itálico):

«Incêndios: Situação vai ser discutida em Conselho de Ministros extraordinário
Lisboa, 02 Ago (Lusa) - O início do Conselho de Ministros extraordinário da próxima segunda-feira vai ser antecipado em uma hora para o Governo analisar a situação provocada pelos incêndios que lavram em todo o país, disse à Lusa fonte do Governo.»

2.8.03

Meu querido Portugal

A gosto, chega Agosto e a silly season continua a revelar o melhor do nosso querido Portugal:

ele é o senhor presidente e vereador e vereador e vereador e vereador e vereador e vereador e vereador da câmara da capital que manda o postalinho de boas graças e volte sempre ao senhor escritor que já morreu (a provar que o exemplo vem de cima, pois se o povo não lê!)…

ele é a senhora deputada do partido que por acaso até é governo que mete baixa por doença mas que afinal vai trabalhar para a televisão que por acaso é do estado do governo, permitindo-se assim ganhar dos dois lados (tal como pelo menos alguns milhões de portugueses)…

ele são os fogos que ardem e ardem e ardem e por todo o lado ardem e continuam a arder e os bombeiros que não têm mangueiras nem tanques nem água e as gentes que fogem de lá para cá e de cá para lá e os repórteres das nossas sérias televisões que perguntam então e agora como é que vai ser, ficou sem nada, morreu-lhe o gatinho, foi? deixe estar, que a televisão está aqui é para ajudar a mostrar que estamos consigo e os senhores do outro lado daquele quadrado, está a ver?, eles também estão solidários e alguns também têm um foguinho lá em casa, mas é no quintal e com umas febras sobre as brasas, a acompanhar com umas batatinhas fritas (não enchas isso de sal, homem, olha o colesterol!)…

ele é o espectáculo… perdão, o escândalo da pedofilia, que mete atrás das grades bibis e bubus e bestas e inocentes antes mesmo do senhor juiz que só cá está porque havia uma vagazinha e que prende os piores suspeitos de terem, concerteza, qualquer coisa a haver com isto, acho eu, porque a conversa é perigosa (e assim, quão culpados somos todos que andamos a falar disto todos os dias lá no trabalho, perdão, no emprego) bater com o martelinho na mesa e dizer parabéns, acabou de ganhar umas férias na penitenciária, mas como é rico e gente fina, pode ir dar a volta ao bilhar grande…

Mas não há quem venha socorrer-nos com um balde de água fria, para apagar o fogo a que este país chegou e para esfriar a cabeça de tanto tolinho e de tanta tolice? Não há por aí um daqueles pesos de 16 toneladas que os Monty Python usavam para acabar com aqueles sketchs que eles achavam que não tinham piada, para a gente o fazer cair sobre este Portugalzinho que parece um anedota sem piada?

Outro poema do Abade de Jazente

Soneto

Cagando estava a dama mais formosa,
E nunca se viu cu de tanta alvura;
Mas ver cagar, contudo a formosura
Mete nojo à vontade mais gulosa!

Ela a massa expulsou fedentinosa
Com algum custo, porque estava dura:
Uma carta de amores de alimpadura
Serviu àquela parte mal cheirosa:

Ora mandem à moça mais bonita
Um escrito de amor que, lisonjeiro,
Afetos move, corações incita:

Para o ir servir de reposteiro
À porta onde o fedor e a trampa habita,
Do sombrio palácio do alcatreiro!

1.8.03

Slogan nada ofensivo

O porco é um animal Nobre

Poema a Lídia Franco

de Farinha Antão Borges

Fostes roubada, fostes vítima
Fostes notícia de papel
Quando te chegaram ao pelo
Na estrada maldita da CREL

Logo ai, por mote próprio
Um ministro caiu
Voltou ao Porto, o Gomes, ignóbil,
Despedido, ninguém o viu

Agora que há tanto fogo
Tanto pinhal em chama viva
Peço-lhe que leve a peito
Este pedido, minha amiga

Queira ir a Vila de Rei
Onde está grande fogacho
Pois sua presença ali
Vai ser útil, eu acho

Faça papel de queimada
Assim do segundo grau
Venha falar aos jornais
Deste seu novo grande mal

Como mostra a espiral da história
Pode repetir-se outra vez:
Cairá o ministro, pra nossa glória
E pró fim do fogo português