3.8.03

De que é que estamos à espera?

Agora que o governo eleito por quase todos nós (salvo seja) se mexeu, antecipando até em uma hora (uma hora!) o conselho de ministros extraordinário (que em vez de ser na terça vai ser já na segunda-feira... extraordinário!), perguntam alguns dos nossos eleitos leitores: mas para quando o estado de calamidade ou emergência nacional? mas para quando o alerta amarelo? mas para quando qualquer coisa que nos valha?

Pois. Para quando?

Talvez para quando o fogo queimar o quintal do sr. Zé Manel?

Talvez para quando a chama tapar a vista da peneira, perdão, do sol, do Paulinho dos submarinos?

Talvez para quando os sobrinhos da sra. do leite tiverem que ser desalojados do campozinho de fériazinhas que está a arder?

Talvez para quando o sr. ex Guterres vier anunciar ao mundo "ok, a culpa é minha" só para ver quem se mexe primeiro?

Talvez para quando o D. Sebastião voltar, agora que já aí está a neblina (ah não, é fumo...)?

Ou talvez para quando já não houver mais nada para arder...?

Não é por nada, mas agradeceriam concerteza as dezenas de bombeiros feridos e mortos, as centenas de desalojados (é só povo, eu percebo, mas ainda acredito que ele faça falta), as várias vilas com mil anos de história que ficou queimada pelo fogo, os muitos centros históricos que desapareceram do mapa...

O país já estava queimado há muito tempo, mas agora que é a sério, parece que há quem não perceba.