30.6.04

Ora, não se estava mesmo a ver...

«Os agentes acusavam Valentim Loureiro de os ter mandado "à merda", o que este garante não ter feito, embora admita que usou a palavra, mas dirigindo-se ao genro e para classificar a situação.»

Dito efeito

Ouvido no debate de ontem à noite na RTP1:

«A obra do Dr. Santana Lopes está a vista de todos. É só ir ali ao Marquês do Pombal para ver.»

O país surreal

É bom saber que, no meio de toda a excitação euro-política, há sempre alguém que nos lembra que, apesar de Portugal estar a ganhar na UE e a caminho disso no Euro, o país real continua enfiado num balde (ou será um túnel?) de merda tão grande e tão fundo que só a muito custo de lá sairá.

No país surreal, o suposto pedófilo é que tinha razão: «se eu tivesse 30 anos, emigrava.»

Durões há muitos

Agora sou um moderado - perdão, um demorado...

«O meu nome é Barroso. José Barroso.

Se o Papa pode escolher o nome, eu também posso. Em Portugal chamava-me Durão porque lá o Durão era eu e havia muitos Zé Maneis e José Barrosos. Aqui é ao contrário: Durões há muitos - mas o Zé Manel sou eu!»

O meu Sonho .129

O meu sonho era que tudo isto não passasse de um pesadelo.

O meu Sonho .128

O meu sonho era poder, conseguir, ter coragem para.

29.6.04

Sei para onde vou

«Este é o caminho. É por aqui que eu vou, nesta direcção, para cima, assim ...

Não sei para onde vou mas sei que vou por aí

Quanto a vocês... amanhem-se...»

O cortejo dos penitentes*

Vem detrás, em esgarabulhares...

SAM'PAIO
Que quereis?
SANT'ANA
Que me digais, pois parti tão sem aviso, se a barca de São Bento é esta em que navegais.
SAM'PAIO
Esta é; que demandais?
SANT'ANA
Que me leixeis embarcar. Sou fidalgo de solário, é bem que me recolhais.
SAM'PAIO
Não se embarca tirania neste batel divinal.
SANT'ANA
Não sei porque haveis por mal que entre eu e minhas senhoritas...
SAM'PAIO
Pera vossa fantesia mui direita é esta barca.
SANT'ANA
Pera senhor de tal marca nom há aqui mais cortesia?
Venha a prancha e atavio! Levai-me da praça alfacinha!

SAM'PAIO
Não vindes vós de maneira pera entrar neste navio. Essoutro está mais vazio. Trazeis já a cadeira? Queda-te e o rabo caberá e todo vosso rapazio. Ficareis lá mais espaçoso, vós e vossa confraria, cuidando na tirania do pobre povo queixoso. E porque, de generoso, desprezastes os pequenos, achar-vos-eis tanto menos quanto mais fostes fumoso.
S. MARCELLO
À barca, à barca, senhores! Oh! que maré tão de prata! Um ventozinho que mata e valentes remadores!
(...)

Devida vénia ao GenIaL Vicente, que de tão precoce se tornou histórico, dessoutra Barca de maior valor, tão actual que arrepia a maré ser igual.
* Titulo roubado ao Fausto Bordalo Dias

No gravador de chamadas de um onzeneiro

«Deixe a sua mensagem e o sinal»

No gravador de chamadas de um usurário

«Depois da mensagem, deixe sinal.»

No gravador de chamadas de um agiota

«Depois do sinal, deixe mensagem.»

28.6.04

UEro 2004

E o povo continua à espera...

O novo regime

O poder em Portugal agora já não se faz por

sucessão
eleição
designação
cooptação
nomeação

agora, entrega-se.

27.6.04

Proposta

No rescaldo do disparate a que este país tão surrealisticamente chegou, este Galarza atreve-se a fazer duas propostas ao Governo ou a quem quer que mande nesta brincadeira...

Proposta Abs/2004:
- Que já a partir das próximas eleições seja obrigatório que todos os cartões de eleitor e os boletins de voto tenham à frente a atrás avisos como «A Abstenção prejudica gravemente a saúde do país» ou «A longo prazo, a Abstenção é uma das razões pela qual Santana Lopes pode vir a ser Primeiro-Ministro».

Proposta Euro/2004:
- Que o presidente da Comissão Europeia seja decidido juntamente com o futuro Campeão Europeu de Futebol. Assim, alinham-se para já os chefes de Governo de Portugal, Grécia, Holanda e (ainda por decidir) Dinamarca ou República Checa. O país vencedor ganharia, então, a Taça de Campeão e o lugar da presidência da Comissão.

Em estudo está ainda uma proposta relativa ao melhor funcionamente da UE - a futura Proposta UE/lelé.

Sampaito, qual Eanito?



«Ouvindo e lendo a Comunicação Social parece que está tudo resolvido, que há um novo presidente da comissão, um novo primeiro-ministro e até ministros. É caso para perguntar se alguém se lembrou que o regime constitucional português consagra a figura do Presidente da República»

- Jorge Sampaio, sábado, 26 de Junho de 2004

Resposta:
Não. E ninguém se lembra porque:

1. V. Ex.a disse ao jornal Público, antes das últimas legislativas, que não queria mais eleições antecipadas e faria tudo para impedir que isso acontecesse.

2. V. Ex.a tem deixado que os eleitores que votaram em si, os que realmente o elegeram, desiludidos. Fizeram a cruz para ter em Belém um homem que não deixasse passar politicamente a Lei Laboral do dr. Bagão, os embustes dos Orçamentos de Estado, o roubo de 30 por cento dos ordenados dos trabalhadores por conta d'outrém pelo Estado e, ao mesmo tempo, o mesmo Estado dizer que não garante que esse dinheiro sirva para assistir o cidadão (PPR/E e Médis à fartazana, dr. Sampaio).

3. Porque V. Ex.a escolheu desaparecer da vida política, ficando cada vez mais difícil perceber se os 29 por cento de 1991 seriam, de facto, o seu real valor. Não faz um discurso ao País que seja compreendido por todos - do Corvo a Caminha, de Vilarinho de Agrouchão a Melides. Embrulha-se nessa parvoice dos "recados" e das "mensagens políticas" e raramente - ou nunca - fala claro. Isto é, e dando o benefício da dúvida a V. Ex.a, quase nunca diz aquilo que a gente pensa que o senhor realmente pensa.

4. Um Presidente da República não pode mandar recados pelos jornais. Ou bem que naquela sexta-feira arrendava um estúdio na RTP e falava ao País, explicava às pessoas o que se passava, fazia o seu papel, ou então deve é calar esses queixumes. Não mate o mensageiro, muito menos quando este não tem grande mensagem para transmitir.

5. Despeça imediatamente o "rolha" que passou aos jornais a informação que V. Ex.a não gostava de ver o Santana Lopes como primeiro-ministro. Ou então, peça meças ao Durão Barroso. Ou ainda, desminta isto. Porque se a conversa foi privada, quem deita cá para fora informação quebra Segredo de Estado.

6. Para acabar, queira o senhor Presidente da República saber que nunca como agora estamos prestes a bater tão no fundo. A geração que é a da liberdade, esta que nasceu nos idos de 70 mas que se habituou à democracia e ao pensamento livre, sente que o barco há muito adornou. Ora, citando-o, «é caso para perguntar se alguém se lembrou que o regime constitucional português consagra a figura do Presidente da República». Aqui lembramo-nos. E a conclusão é simples: quase com dois terços do mandato cumprido, é V. Ex.a um dos responsáveis pela rebaldaria, o pântano, o encerramento das portas que, dizia V. Ex.a, Abril abriu.

Em conclusão: Se decidir ser coerente com o que disse aos portugueses quando foi eleito, se ainda considera ter condições para ser Presidente da República, se parar de fazer esse "vou-mas-não-vou" tão tíbio, pode ser que o povo se passe a lembrar que o senhor é o garante de muita coisa válida. Caso contrário, a sua vida política terá sido uma pobre e triste caminhada do MES para o eterno "mas".

Ó Pacheco, e entrega o cartão?

Não é costume cá da casa comentar a blogosfera, pois que nos incomoda severamente o lambe-botismo que se instalou entre autores blogueiros, cujo único objectivo é terem lá embaixo no contador os números a subir em flecha, não importa a inteligência, a argúcia ou a qualidade. O integralismo lustiano blogal chega mesmo a irritar-nos ao ponto do menosprezo. Se por vezes citamos ou damos espaço a outros blogues é porque estes têm a amabilidade de considerar que este The Galarzas tem algum sentido - Deus, como se enganam - ou porque há mesmo coisas boas ai a passear.

Feito o considerando, e destilado já o ódio noctívago, este Galarza tem uma inquietação, que se prende exactamente com um blogue, daqueles mais vistos, que marcaria presença no velhinho TNT, o Abrupto de José Pacheco Pereira, militante do PSD.

Pacheco Pereira brada «Pobre País o nosso» nos mais recentes escritos que lança para a internet. E o que escreve merece observação de lógica. Mas o que Pacheco Pereira ainda não disse é que este Galarza gostava de saber: se o PSD não der ouvidos à sua mui lógica e até aplaudível proposta de caminho, considera o ex-eurodeputado que este partido já não é o seu? Isto é, um PSD que se esconda atrás de Santana ou outro qualquer, sem ir a congresso, para manter o poder, pode sustentar um militante como Pacheco?

Ou, numa pobre ironia, o que José Pacheco Pereira propõe é apenas o impossível, a "quadratura do círculo"? E aceitará Pacheco Pereira o cargo na UNESCO se Portas mandar nos Estrangeiros? E que pensa, de facto, o ex-eurodeputado do golpe de rins, quando vê Santana Lopes a "negociar" com Dias Loureiro?

Numa frase: até agora, o escrito merece apenas um "apoiado". Mas, explicada a tese e a antitese, que síntese faz?

Seu,

26.6.04

5 de Outubro de 2003

Nós avisámos.

O jazz em forma

Abro este pequeno aparte extra-política e extra-Euro 2004 para mandar daqui um forte (embora atrasado) saravá ao Nuno Catarino, que há um ano que mantém o jazz em forma. Be bop, camarada!

25.6.04

Cherne para exportação

De acordo com as mais recentes tabelas de preços afixadas no mini-mercado da minha rua, a ida do Cherne para Bruxelas fica a 6,95€ o kilo.

Eleições já, não! Sofram um bocado

Manifesta este Galarza que não concorda com eleições antecipadas ainda que o primeiro-ministro se venha. A demitir.

Este Galarza quer que o povo, este grande povo de colchas à janela, sinta que a honestidade, a verdade, a honra e a frontalidade de Paulo Portas, Santana Lopes, Durão Barroso, Dias Loureiro, Bagão Felix, Ferreira Leite, Carlos Tavares e quejandos são uma terta de tamanho tal que devem sofrer o bofetão democrático da mentira plena.

Talvez um dia os eleitores deixem de ir à praia, ao campo ou às putas das delongas e passem a usar o voto como deve ser usado. Talvez com um desastre em São Bento, mas daqueles tão grandes que não lembra aos filmes-catástrofe dos anos 70, o povão se conscencialize que a porcaria da cruzinha tem algum valor.

Não me dói que o Santana seja Primeiro-Ministro. Dói-me que haja um país que deixou um ser como o Santana estar à beira de ser Primeiro-Ministro. E se assim é, engulam.

Sublinho que nada na lei fundamental nem na eleitoral obriga a eleições antecipadas. Por isso, calminha. A esquerda que resolva lá os complexos e a falta de originalidade, o Sócrates não pense que pode comprar o cargo de líder num outlet qualquer, arranjem lá um tipo com qualidade e depois berrem propostas e oposição.

Afinal, foi ou não o PSD que ganhou as eleições? E, já agora, alguém neste país vota para Primeiro-Ministro? Não. E não tenho ideia de grandes alaridos quando metade da bancada do PSD saiu para dar lugar aos suplentes da ordem.

Disponíveis

Os The Galarzas avisam desde já que estão disponíveis para serem Primeiro-Ministro e Governo. Como somos vários e temos empregos e casitas para sustentar, as pastas serão distribuídas não por temas ou grandes áreas, mas por dias da semana. Assim, Cesto Galarza será o Ministro da Sexta-Feira, Quarto Galarza o Ministro da Quarta-Feira e assim por diante.

Cada ministro será responsável pelo que acontecer no dia em que é ministro, a não ser que se prove inequivocamente que foi o ministro do dia anterior que o armadilhou. Por isso, desde a tomada de posse, haverá uma comissão de inquérito. Esta comissão investigará imediatamente a tomada de posse.

A monogamia sequencial aleatória será uma das grandes promessas dos The Galarzas.

Já reparou que o sacana é que vai mandar nisto?

Agora que Santana Lopes é mais que provavelmente o nosso Primeiro-Ministro...

...quanto tempo vai passar até vermos florir os primeiros cartazes por esse país fora com dizeres como «Já reparou que o país está mais alegre desde que eu aqui cheguei?» ou «Em dois meses, já limpei mais pó que o Guterres. Falam, mas estiveram cá seis anos...».

...qual será a primeira gaffe ministerial do futuro grande líder?

...qual será o papel das Santanetes no Governo? E quantas mulheres loiras e joviais entrarão no Governo na próxima remodelação?

...qual será o elenco ministerial? Será Margarida Rebelo Pinto a próxima Ministra da Cultura? Será Cinha Jardim a futura Ministra do (Bom) Ambiente? Será Luís Delgado o eventual Ministro da Prosopopeia Fácil?

Aceitam-se apostas.

Calma nas hostes, o povo é-se Reno

Jogada 1

Durão faz que vai para a Europa. O povo fica à nora. Ele é mau, mas minha nossa senhora, e agora? Durão chega mesmo a ir ao conselho e fazer que é candidato. Está tudo quase decidido mas, na próxima terça, num acto patriótico do carago, regressa a Portugal a dizer que os desafios de Portugal são muito mais importantes do que um cargo lá fora. Entretanto, o povo respira aliviado, por não ter que levar com o Santana a primeiro-ministro. Com a trapalhada, já ninguém se lembra que é preciso remodelar, porque a jogada do "vou-não-vou" é brilhante e o povinho lá respira de alívio. É a jogada
"Segurem-me senão eu bato-me"

Jogada 2

Durão está mesmo farto disto e, na moleirinha, já tem decidido que isto é um pântano. Como não pode dizê-lo, porque foi a desculpa do Guterres para se por a milhas, vai de arranjar tacho na Europa. Entretanto, o Santana ou o rato Mickey (aqui pouco importa) sobe a primeio-ministro. Sampaio vai na conversa mas avisa Vitorino que venha imediatamente para Portugal. Congresso extraordinário do PS em Agosto ou Setembro. Entra o Orçamento de Estado para 2005 no Parlamento. Nas ruas, como não se vê desde os anos 80, o povo varre com violência o Governo do Rato Mickey. Vitorino é eleito secretário-geral do PS. Sampaio diz que a contestação social é de tal ordem que, por muito que lhe custe, vai dissolver a Assembleia. PS ganha com maioria mas para ter à vontade faz coligação com o PCP e deixa o Bloco a bradar sozinho. Esta é a jogada
"Tu foges mas eu lixo-te"

Jogada 3

A sanidade desapareceu. Durão vai para a Europa, Santana é primeiro-ministro. Ninguém se mexe e o país vai de popa em vento. Isto é, às arrecuas. The Galarzas mudam-se para a Extremadura, abrem uma loja de enchidos e produtos artesanais e acolhem 9 milhões de portugueses na sua quinta. É a jogada
"Que fiz eu para merecer isto"

A minha aposta: Jogada 1
A aposta de Durão: Jogada 2
A dura realidade:

O naufráfio, o rato e a sobrevivência

A decisão está tomada. O Primeiro-Ministro de Portugal vai aceitar o cargo de Presidente da Comissão Europeia. Durão Barroso vai mesmo ser o primeiro a abandonar o barco que ajudou a afundar. E vai colocar o país numa situação ainda mais caótica, com a pasta de chefe do Governo a cair de bandeja nas mãos de Santana Lopes.

Ao longo da tarde, muitas pseudo-dúvidas têm assaltado a mente deste Galarza:
- há quanto tempo é que isto anda a ser negociado (por outras palavras, há quanto tempo é que Durão anda a mentir aos portugueses)?

- terá este hipótese (decerto há muito na mesa) alguma coisa a ver com o então repentino silêncio de Santana Lopes sobre as presidenciais?

- porque é que esta hipótese e consecutiva decisão são reveladas apenas depois da vitória de Portugal no jogo contra a Inglaterra, em período de inconturbável euforia nacional?

- porque é que a Europa é mais importante que a recuperação económica do país e os «compromissos de honra» do Primeiro-Ministro?

- porque é que a União Europeia avança com o nome de um Primeiro-Ministro em pleno exercício de funções - e tão importantes funções?

- sou só eu que acho ou isto é inaceitável, ridículo e surrealista?

Até isto sobe

Portugal é o segundo país da União Europeia a Quinze onde o cannabis, a cocaína e o ecstasy são vendidos a preços mais baixos, segundo o relatório da ONU sobre a Droga divulgado sexta- feira em vários países.

De acordo com o documento, uma grama de cocaína custava 52 dólares (42,9 euros) em 2003, um aumento de 16 dólares (13,2 euros) em relação ao ano anterior.

The Hangover

Para hoje, os The Galarzas sugerem um passeio pela imprensa desportiva britânica.

Para aperitivo, o rei dos tablóides The Sun. A abrir, uns acepipes roubados à suíça; de seguida, uma pescadinha de rabo entre as pernas e um frango à capitão; para o final, mousse de melão.

Ainda na montra dos tablóides, o Daily Mirror prefere explorar a criminalidade em Portugal e, nomeadamente, no inferno da Luz. Já o igualmente puro Daily Star trata de dar um toque de amargura ao passeio.

No outro lado da ementa, o insuspeito The Times dá uma pequena aula de seriedade, enquanto o independente The Independent levanta de novo ondas de suspeição.

Mas a iguaria principal fica por conta do mui simpático The Guardian, desde o apaixonado resumo à apaixonante leitura geral, terminando nesse soberbo relato virtual.

Posto isto, bom apetite e have a nice weekend.

Ei-la!

24.6.04

Thank you very fuckin' much!

How do you say 'TOMA LÁ E EMBRULHA'?

Alguém tem comprimidos para o coração? Talvez esta farmácia tenha...

Durões

Depois da difícil vitória de Portugal sobre a Inglaterra no mais emocionante jogo do Euro 2004, a RTP descobriu dois novos comentadores de futebol: Durão Barroso e Ferro Rodrigues. É impressionante como a RTP, depois de fazer serviço público, consegue logo estragar a festa...

A vizinha da minha galinha

"A bisbilhotice é a única actividade em que a bilhotice tem encore"
Monsanto Guedes, depois da sesta.

Vim ter mil

É com muito gorgulho e desmedido cansaço que anunciamos que, por volta das 16 horas e vinte e poucos minutos de hoje, esta beluga atingiu a redonda quantia de 20 mil leituras.

A todos os que contribuiram para este ruinoso sucesso, os The Galarzas agradecem e sugerem uns brinquedos.

Boletim mauterológico

O tempo está bera. O tempo está húmido e abafado. As nuvens estão cabisbaixas e ameaçadores. Cuidado: o tempo está a favor deles...

O meu Sonho .126

O meu sonho está por aí... não sei onde o deixei, mas acho que não o perdi...

Já agora

Se o Durão Barroso fôr mesmo para Bruxelas (o que já era uma boa notícia!)... será que pode levar o Paulo Portas com ele (o que seria uma orgásmica notícia!)?

23.6.04

Ouvido na rua

«Tu não és uma pessoa normal. Eu é que estou sem dinheiro no telemóvel!»

Adivinha

Um Galarza perdeu a cabeça. Pede-se a quem a encontrar o favor de a devolver para esta morada.

Grandes homens esquecidos



O exame nacional de História, perpetrado esta manhã contra milhares de candidatos ao ensino superior, citava um texto de Ramalho Eanes mas atribuia-o a Costa Gomes. Ora, levantam-se vozes de crítica sobre a incúria da instituição Estatal, que tão hediondo erro colocou em prova prolixa de conhecimento. Mas os The Galarzas não alinham neste ataque. Outrossim, acreditam que tão bela bujarda será o início do grande integralismo lusitano, onde finalmente se provará que o 25 de Abril e o 25 de Novembro foram, na realidade, ao mesmo tempo.

22.6.04

Uma pôrra!

«Foi você que disse "pôrra!"?» - perguntou-me.
«Não. Nunca!» - respondi, acendendo um cigarro lascado com a ponta do dedo mindinho.
«Mas não como?» - insistiu, à beira de um ataque de sistematose.
«Eu nunca diria "pôrra". Ou pelo menos, só "Pôrra".» - iniciei a explicação, como que espicaçado pelo cair das nuvens altas. E continuei, divagando ao sabor da calçada alentejana: «Na minha terra sempre aprendi que a Pôrra é singular. A Pôrra não é abstracta, é sempre palpável, divisível e objecto de pormenorização. A Pôrra tem carimbo de identidade e bilhete postal. A Pôrra tem código de barras lacrado na base. A Pôrra tem pés e cabeça, tronco e membros. A Pôrra é una, única e uma só e leva "P" grande à frente. A Pôrra não é só pôrra. É "A Pôrra" (ou "Uma Pôrra", se ainda não nos foi apresentada). Daí o dizer-se, de semblante franzido, "Olha a Pôrra!" e não "Olha pôrra".» - concluí, antes de me despedir com um pálido guardanapo displiciente ao som de um jovial mas necessário «Há que ter respeito pela Pôrra. Não vá ela, um dia, sair-nos pela culatra...»

O meu Sonho .124

O meu sonho era ser uma força de bloqueio, um opinion maker e uma desgarrada. Tudo ao mesmo tempo.

21.6.04

Necessário acto de resposta fulminante em duas partes a Quarto Galarza

1ª Parte (ao SMS enviado esta tarde):
- Ok!

2ª Parte (à posta postada esta noite):
- Hã?

Aljubarrota XXI

No bonito Estádio Aljubarrota XXI, as hordes lusitanas derrotaram os conquistadores castelhanos, após uma nervosa e hipocondríaca batalha. Para a história fica a pazada da novel Padeira de Aljubarrota, Nuno Gomes, e a táctica de nervos em espiral do neo-Condestável, Luís Felipe Scolari.

Pois, que viva España!*

PS: a Cadena Ser já voltou a ligar?

* la la... la la la la la... que viva España...

19.6.04

Um dia na vida de um cidadão (nova actualização)

Após vários dias de espera, foi finalmente assinada a escritura da casa nova deste Galarza!

Os últimos dias foram, assim, passados entre o banco (duas horas e meia), o cartório notarial (três horas), a agência imobiliária (pouco mais de 30 minutos), a casa nova (duas horas).

Os próximos dias deverão ser, pois, passados entre o banco, as finanças, a casa nova, a EDP, a EPAL, a Loja do Cidadão, a casa velha, a TV Cabo, a GDP, a Câmara Municipal, o emprego, a junta de freguesia nova, a junta de freguesia velha...

E depois vêm as mudanças: tardes inteiras em lojas de móveis, fins-de-semana de viagem a Paços de Ferreira, manhãs com carpinteiros, longos dias a pintar paredes, a ensacar roupa, a encaixotar livros, discos...

Lá para o Natal devo estar despachado. Finalmente, casa nova...

Há 20 anos prendiam este pá homem



«A prisão de Otelo deixa-me preocupado, mas a hortaliça faz-me gases.»

Monsanto Guedes, depois de receber a notícia.

18.6.04

Aljubarrota, né chapa?



Ora, se prova havia ainda para dar de que este homem é uma besta tipicamente lusitana, eis que a Cadena SER dá a resposta. Ora ide ouvir e agitai a bandeirinha lá fora da varanda:

Scolari à Cadena Ser

Euro News

É indiscutível: o Euro 2004 tem trazido a Portugal mais turistas (as lojas de Albufeira nunca foram tão requisitadas), mais dinheiro (nunca se vendeu tanta cerveja) e mais jornalistas. Aliás, nunca Portugal foi tantas vezes referido em jornais estrangeiros. Basta pegar num qualquer tablóide - por exemplo, o inglês Daily Star - e ler a quantidade de vezes que se fala de Portugal ou de portugueses. E nem só por causa de futebol: «o DJ Fatboy Slim vai ter um filho, anunciou a sua mulher em Coimbra»; «Victoria Beckham fotograda enquanto andava nas compras em Lisboa»; «o melhor spot deste Verão é o iate de Abramovich atracado em Lisboa»; «batalha campal no Big Brother 5 inglês, com protagonismo da concorrente portuguesa Nadia»; «dois portugueses na lista de candidatos à liderança da Comissão Europeia»... Isto até parece um país...

Noticiário

Hoje só há boas notícias no jornal: ele é OVNIs em Seattle, ele é burros em África, ele é pandas na TV... Isto é que é uma alegria!

17.6.04

No princípio era o fim

Por esta altura, já toda a gente que por aqui anda deve ter dado com o nariz no fim da Internet. Mas - tendo em conta que muitos fazem parte da Geração Chocapic, nunca viram um Spectrum e já nasceram formatados para a Playstation - decerto nem todos se recordam de como tudo começou. Fazem ideia, por exemplo, de qual terá sido a primeira página da Internet?

Depois não digam que o Professor Galarza não dá boas notas ao domingo...

16.6.04

O Relato

O Figo está maduro mas felizmente a bola deu à Costa.

«highly illogical!»

Live long, eat more salsa and prosper!

Os The Galarzas vêm por este meio anunciar a sua associação à famigerada Leonard Nimoy Should Eat More Salsa Foundation. Visitem a nossa loja e procurem os descontos assinalados.

Ni!

Para começar o dia, nada melhor do que passar os olhos por um interessantíssimo site, eloquente e cheio de informação, acessível e de navegação extremamente intuitiva e com um grafismo cuidado, cativante e sedutor. Com as colunas ligadas, promete-se uma experiência inolvidável - nunca mais navegará na Internet da mesma maneira, depois de descobrir este site. Palavra de Galarza!

15.6.04

Outro dia na vida de um cidadão

Caro leite or/ora - leia abaixo a descrição completa do dia de um cidadão. Depois, volte aqui e perceba que pode haver dias ainda piores.

11h10 - Início da descida das Escadinhas do Duque

11h12 - Tropeção monumental. O corpo rola por ali abaixo. Com o antebraço protege-se a cabeça.

11h13 - Fim da queda. Populares gritam «ai jesus», mas apenas olham para um gajo.

11h14 - Finalmente alguém diz: se o gajo não se mexe é melhor chamar uma ambulância.

11h22 - Chega a ambulância. Perguntam de que zona somos. Como o maxilar está perto da tíbia, dizemos «urghuurgh», convencidos que explicitámos «São Jorge de Arroios»

11h22m18s - «Se não sabe de onde é, vai para São José, porque parece ortopedia», diz o paramédico. O "parece" é bem visto: só há uma fractura exposta.

11h30 - Chegada a São José. Nova busca dos documentos. Chamam um polícia para o fazer. A zona não é a correcta: «Devia ter ido para o Curry Cabral». Suspeitas fortes de hemorragia interna.

11h34 - Deflagra um incêndio nas urgências do hospital. Um doente a receber oxigénio abriu a garrafa para o ar e decidiu fumar uma beata. A maca onde estamos é arrancada em grande velocidade corrdedor fora. Ligam-nos a uma coisa qualquer, no telheiro de entrada.

11h40 - Saimos em direcção ao Curry Cabral. Vêem-se as chamas no São José.

12h00 - Chegada ao Curry Cabral. Estão dois enfartes à nossa frente.

(...)

Um dia na vida de um cidadão (actualização)

Ligaram do banco: a declaração está pronta - vamos buscá-la amanhã de manhã. Dizem que desta vez é que é.

Ligou a agente: a declaração da Câmara Municipal não está pronta - só amanhã. Diz que a escritura fica adiada.

Pôrra para isto!

Um dia na vida de um cidadão

Em breve, este Galarza vai mudar de casa. «Parabéns!», dirão os amigos, entre sorrisos e palmadinhas nas costas. Tudo muito bem - não fosse o martírio que se sofre neste país para comprar casa.

Exemplo - a manhã de hoje, véspera da assinatura da escritura, ao fim de quatro meses de espera depois da assinatura de contracto-promessa de compra e venda (com prazo de 90 dias até à escritura):

8.30h: ida ao banco A para levantar uma declaração pedida na véspera com urgência, depois de uma primeira declaração, pedida à várias semanas, ter vindo mal passada.

9.00h: ida ao banco B para visar um cheque de valor absurdo - operação fácil, mas de acentuada demora devido à ineficácia do sistema informático e ao facto do bancário não perceber como funciona o computador.

9.30h: chegada à agência imobiliária, com alguns minutos de atraso - a agente estava atrasada (já é hábito...).

9.50h: a agente continua atrasada - a recepcionista entrega-nos uma fotocópia dos impressos para irmos andando para a Tesouraria das Finanças, para comprar e preencher os impressos do Imposto.

10.00h: impressos pagos e preenchidos, seguimos para o balcão das Finanças para os entregar - a agente continua atrasada.

10.01h: chegada à fila para as Finanças - a agente continua atrasada.

10.30h: à espera na fila das Finanças - a agente continua atrasada.

10.45h: à espera na fila das Finanças - a agente continua atrasada; de trás do balcão pedem-nos calma - eu respondo que «eu tenho calma, o meu chefe é que não».

11.00h: à espera na fila das Finanças - a agente finalmente chega.

11.15h: à espera na fila das Finanças - percebemos que a declaração do banco A vem outra vez mal passada; telefonema para o banco a pedir nova declaração e desta vez como deve ser, por favor!; dizem que ligam de volta.

11.30h: ainda à espera na fila das Finanças - do banco, ninguém liga.

11.40h: finalmente, somos atendidos nas Finanças - entregamos os impressos; a agente segue para a Câmara Municipal para levantar uma declaração que estava em falta há vários dias mas que só agora o notário se lembrou de avisar, porque sem essa declaração não há escritura e a escritura está marcada para amanhã; do banco, ninguém liga.

11.45h: recebemos os recibos dos impressos e o aviso de que depois da escritura temos que 60 dias para entregar fotocópia da mesma no notário e depois nas finanças, junto com uma planta autenticada do andar, e para pedir isenção de contribuição autárquica - os impressos vêm com erro; do banco, ninguém liga.

11.50h: corrigido o erro - a caminho da Tesouraria para pagar o Imposto; do banco, ninguém liga.

11.51h: na fila para pagar o Imposto; do banco, ninguém liga.

11.55h: pagamento do imposto; do banco, ninguém liga.

12.00h: a caminho de mais um dia de trabalho; do banco, ninguém liga...

Amanhã é dia de escritura. A ver vamos se se segue mais um dia na vida frustrante de um cidadão português, bem recebido nas Finanças e bem atentido nas repartições públicas. Acho que vou tirar a minha bandeira da janela...

PS: do banco, ainda ninguém ligou.

14.6.04

Faz mal!

Segundo notícia vinda a Público hoje, o Presidente dos EUA devia andar com um aviso à frente e atrás a dizer «Eu prejudico gravemente a saúde» ou «Eu mato».

Vale a pena ouvir

Keane: Hopes & Fears

(apesar de algumas semelhanças demasiado óbvias com uns certos ingleses, a coisa vai entrando suavemente até não se querer ouvir mais nada - sim, ainda há discos assim: tristes, melancólicos, bonitos, não para ouvir mas para ir ouvindo!)

12.6.04

Viram-se gregos!

O Euro 2004 já é um sucesso. Logo ao jogo inaugural (Portugal - Grécia), foram quebradas duas velhas tradições: pela primeira vez, o selecção anfitriã (Portugal) perdeu um jogo de abertura de um Campeonato da Europa; pela primeira vez, a Grécia ganhou um jogo num Campeonato Europeu. Começa bem, o Euro 2004!

A defesa grega esteve de pedra e cal

«Deixem-me sonhar!»



«Ilustre, veio um dia perguntar-me como se poderia enfatizar a memória de um afecto. Disse-lhe, olhos nos olhos, pois era mais alto que eu mas parámos ali nas Escadinhas do Duque e como estava degrau acima, fitei-o: "Torres, pá. Deixa de sonhar". Compreendeu-me mal e, dias depois, saía-lhe aquilo da boca, antes de voar para a Alemanha.»

Monsanto Guedes, in Ocorrências Lisboetas, 1988, ed. autor

11.6.04

Olha o anacronismo!



Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!




A Bandeira: de D. Sancho I (1185-1211), por D. Afonso II (1211-1223), a D. Sancho III (1223-1248. Nesta época, as armas reais eram representadas por cinco escudetes de azul em campo de prata, dispostos em cruz, os dos flancos deitados e apontados ao centro. Cada escudete era semeado com um número elevado e indeterminado de besantes de prata. Sobre a origem e simbolismo destes escudetes existem muitas teorias. Segundo as duas mais conhecidas, os escudetes aludem às cinco feridas recebidas por D. Afonso Henriques na Batalha de Ourique ou às cinco chagas de Cristo.

A Portuguesa, poema de Henrique Lopes de Mendonça, canção de intervenção anti-inglaterra, que a república havia de aproveitar como hino.


Hoje há Peixes

This monkey's gone to heaven...

Hoje há Pixies no Super Bock Super Rock. E este Galarza vai ver Pixies.

Vem aí a órbita


10.6.04

Euro2004. Mai Nada.

A lota continua



À tua, camarada!

9.6.04

Francamente!

Quando eu for grande quero ser conhecido e morrer logo a seguir, que é para ver se, de um dia para o outro, falam bem de mim e, dias depois de me chamarem «orelhudo», «caixa de óculos», «feio», «gordo», «inconsequente», «analfabeto» e outros mimos, virem para aí dizer que têm muitas saudades minhas e que eu era um «homem bom» e um «cavalheiro» e um «excelente estadista» e um «político com p grande» e outras hipocrisias. Como está a acontecer com um senhor que morreu hoje e que ainda ontem era o detestável inimigo!

Voto em Branco

Sem Sousa Franco,
o voto é em branco!


Até amanhã, camarada

(e um beijinho deste Galarza à sua ex-professora Matilde Sousa Franco)

Fraca recuperação

Encharcado em anti bióticos, traumáticos, ortopedológicos, dei por mim a levantar-me agora mesmo da cama, onde estou há cerca de 48 longas e dolorosas horas. Febril, dirigi-me à sala, para desentorpecer do decúbito. Oiço ao longe a Fátima Campos Ferreira de Matos Lima a pedir ao Pinto da Costa que recite um soneto dos Lusíadas.
Passo por aqui e vejo o computador ligado. Não resisto.

8.6.04

À venda, num dealer perto de si

Atenção: este papel não serve para enrolar charros.

Já nas bancas, diz o Público. Finalmente, digo eu.

Já se foi

Vénus já passou. Para este Galarza, o transe de Vénus foi como o Rock In Rio: eu não fui, eu não vi!

Lembradura («Portem-se bem!»: o regresso)

Parece que há quem se ande a queixar de não ter recebido a cartinha do Senhor Ministro... Ora, para que não digam que os The Galarzas não são amigos do seu amigo, recuperamos o resumo da dita: é aqui mesmo, se faz favor. É um gesto bonito, não é?

7.6.04

Por falar em mierda...

...esta extraordinária descoberta é capaz de ter algum interesse. Ou não. Ou talvez o que interesse é saber que, em dois anos, seis pessoas cagam seis toneladas de merda! É muita merda...

Mierda, han descubierto nuestro secreto!

Pôrra! Agora, já toda a gente sabe porque é que, na resguardo da noite, no sossego do lar, os The Galarzas se tratam por El Salivotas, El Duende, El Cachorro, Winnie The Pooh e Dulce Maria. Já um gajo não pode criar alcunhas, que vem logo a CNN fazer disso uma espalhafatosa notícia. Mira la mierda, coño!

Put on a Happy Face

Depois do Homem-Aranha, eis a Aranha-Cara-de-Gente-a-Rir:

Esta aranha ri. Ri de quê?

Isto é que é um bicho feliz.

The Galarzas not on Tour

«I'm back», gritou Quinto Galarza à chegada. Depois de vários dias a banhos perto de Cegonhalândia, Quinto Galarza percebeu que estava de volta quando viu dos GNRs pachorrentos debaixo de um chapéu-de-sol à beira da estrada e quando teve que parar na Auto-Estrada para pagar portagem.

Ainda assim, na cidade dos meridianos, Quinto Galarza viu uma bodega com Super Bock e um méson com café Delta ao lado de um banco do Grupo CGD. E muitas cegonhas, impávidas e serenas, nos seus discretos ninhos... As cegonhas não fizeram nada. Não atacaram, como se esperaria. Não fizeram barulho, como se temeria. Não chatearam, como se suspeitaria. Nada. Limitavam-se a estar lá. Impávidas. Serenas. Cegonhas...

6.6.04

Mr Spock, I presume?

Bradam da Rua da Judiaria uma curiosidade interessante. No centro de um dos mais populares gestos da ficção científica dos anos 60 está uma ancestral saudação judaica, Birkat ha-Cohanim, conta-nos Nuno Guerreiro, autor do referido bélogue. Além do mais, há lá material do melhor.

5.6.04

Reagan gone home (Soares still with us)



Lírica em mode baixo


4.6.04

The Galarzas on Tour - As Cegonhas

Os meridionais, moradores da pequena cidade extremenha de Mérida, estão mais sossegados, relata Quinto Galarza em missão, a partir da região mais ocidental do reino vizinho. As cegonhas, que esta manhã chegaram a ameaçar, com uma ou ambas as vistas, descer do alto das chaminés e picar contra os bonitos monumentos da cidade histórica, ficaram-se por voos planantes e plácidos.

Quinto Galarza, atento, dará mais notícias em breve.

3.6.04

OVNI postal

Os Extra Terrestres

Dizem-nos neste saiter nacional que foi fotografado um humanóide na Serra da Estrela. Muito, muito bom.

Parto sem dor (tsab-style)

Escrito postado à porta desta beluga por este Galarza, em véspera de longa viagem:

VOLTO JÁ!

Semi fusa

Se te falo em francês, escuta, se te falo em francês ainda que arrastado, ainda que já velho, ainda que a janela esteja fechada e lá em baixo seja Évora
se te falo em francês é porque acredito que possas ainda entusiasmar-te pela língua, pela ideia de um dia, comigo, pensares em francês,
repara no piano,
cantavas Kurt Weill, rapavas as pernas, eu aqui sentado só tocava com a mão equerda, a dos graves,
repara na foto, tinha seis anos, havia padres e padrinhos e um homem que tinha morto outro e quando isso acontecia era a loucura a causa, o alibi, o mote, não havia crimes, havia culpa, o tio foi a entrerrar e deixou-nos o piano cá em casa
dos grandes,
e tu quando nasceste foste uma alegria, não por mim, que sempre te desejei lascivo, mas esperei, ao contrário do teu outro tio que levou um tiro no meio da cabeça, estávamos todos a jantar, eu tinha seis anos e lembro-me do crâneo a abrir-se como se fosse um espelho a estilhaçar para cima do sarapatel, a tia Inês já desgraçada, viúva aos 27, a tua idade, repara, viúva e sem nada para fazer a não ser lamentar-se e lamentar e então
o piano veio cá para casa e um dia aprendi a tocar ao som do rádio,
tu cantas e eu toco Elvis Costello, Portishead,
claro que não sou louco, mas sempre te desejei, és mais nova, tens umas pernas lindas, tens peito, o teu rabo é redondo e proeminente,
não tens cauda como as outras mulheres e lá por ser teu tio não impede que possa desejar-te mas deixa estar,
o diabo seja surdo, mudo, mas que te veja,
um piano daqueles enormes, aqui na janela, olha

Figuras de Estilo I

D. Duarte Pio apanhado de madrugada a grafitar as placas toponímicas da Avenida da República.

Insultos para uma campanha rica

Embuidos no espírito de critica feroz que tem pautado a grande campanha eleitoral para as europeias, The Galarzas lançam aqui vários insultos para que sejam utilizados pelos nobres candidatos ao parlapiê europeu.

Insultos contra Deus Pinheiro:

"Vai lá, não leves a manta!"
"Tás batido na Universidade Taberna"
"Só não te dou uma pêra porque já a tens"
"Deus, amigo, Cavaco está contigo"
"Ó Pinheiro, és manso ou bravo?"
"Ó João, não uses o nome de Deus em vão"
"Ó João, olha o palavrão"
"No PP/PSD, cada tacada, minhoca"

Insultos contra Sousa Franco

"Isto entra-lhe por uma orelha e sai-lhe pela mesma"
"Ele é a inseminação artificial do déficit"
"Mais tarde ou mais cedo, Sousa Franco mete medo"
"Se Sousa Franco fosse vivo, o déficit não teria nascido"
"Déficit só há um, o de Franco e mais nenhum"

2.6.04

Ovni

Perante a descrição do fenómeno que assolou Portugal na madrugada de dia 2 de Junho, e que abaixo se reproduz, chegaram The Galarzas à conclusão de que se tratou de...

"uma luz branca que deitava fumo e sem som"

...uma bufa, que como se sabe não tem som, deita gás e, à frente de materiais incandescentes, pode criar luz.

'Tá a marchar!

Ora aqui fica o que é, para que depois não digam que os The Galarzas isto e os The Galarzas aquilo. É serviço público? Ora toma:

MARCHAS POPULARES DE LISBOA
12 Junho - 21h - Avenida da Liberdade:

Marcha Infantil d'A Voz do Operário (Rita Lopes e Tiago Fernandes);
Marcha de Carnide (Ana Rocha e Francisco Brás);
Marcha da Bica (Mª João Quadros e Nuno da Câmara Pereira);
Marcha de Âlcantara (Flora Miranda e Manuel Magalhães);
Marcha de Campo de Ourique (Mª José Valério e Gonçalo da Câmara Pereira);
Marcha de Campolide (Susana Pinto e Marco Quelhas);
Marcha de Alfama (Helena Isabel e Heitor Lourenço);
Marcha de Marvila (Carolina Tavares e Fernando Monteiro);
Marcha do Castelo (Maria Rueff e Joaquim Monchique);
Marcha do Alto do Pina (Wanda Stuart e Pedro Migueis);
Marcha do Bairro da Bela Flôr (Valéria Carvalho e Paulo Azenha);
Marcha da Graça (Carla Andrino e Diogo Morgado);
Marcha do Bairro Alto (Liliana Fernandes e Octávio de Matos);
Marcha da Mouraria (Maria da Fé e João Ferreira Rosa);
Marcha da Ajuda (Dina do Carmo e Nuno Norte);
Marcha do Lumiar (Anita Guerreiro e Fernando de Sousa);
Marcha do Beato (Rita Ribeiro e Hugo Rendas);
Marcha da Penha da França (Sónia Matias e Joaquim Bastinhas)
Marcha de Benfica (Fernanda Freitas e Nuno Graciano);
Marcha da Madragoa (Joana Solnado e João Catarré);
Marcha de S. Vicente (Kátia Guerreiro e João Melo).

Siga a marcha!

Signs

Parece que ontem à noite (estava eu a ver os Sinais do Shyamalan) andaram aí umas luzes e umas manchas de fumo a sobrevoar os céus lusitanos. Será que os ETs também foram convocados para o Euro 2004? Ou vieram ao Rock In Rio?

Cá para mim, foi tudo um golpe de marketing de um filme porno-sci-fi português. Eles até arranjaram um «especialista» para dizer que «a torre de controlo do Porto detectou um objecto com uma atitude ascendente». Pessoalmente, já lhe ouvi chamar muita coisa, mas olha que «objecto com uma atitude ascendente» é bem visto...

Debacle eleitoral

Reuniram-se na associação histórico-cultural de Carnaxide, na noite passada, quatro dos vários candidatos a deputados europeus. Eis as melhores frases:

SOUSA
«Ó minha senhora, ó minha senhora».

DEUS
«Já pedimos desculpa».

PORTAS
«As pessoas não comem décife», ao que acrescentou «as pessoas não comem défice».

ILDA
«Assim é impossível».

As outras frases foram bem piores. Um saravá.

1.6.04

Desculpa de ausência

Doente o infante
Logo esgarabulha bactéria
Àquele da paternidade
Virose de vontade
Que retira à saciedade
Inspiração postal
Tem mal?
Pois terá
Deixar aos outros
O que nosso também é
É como pedir uma bica
E em vez de água
Sair café.

de Eustáquio Pinho, Águas Paradas não Movem Moinhos, Terrugem, 2004

«Portem-se bem!»

Em vésperas de eleições europeias. Em dias de tormento internacional. Em horas de pôr à prova a justiça e os criminosos do país. Em tempo de crise financeira, de despedimentos em massa, de Ministros a negociarem nas costas do povo, de Ministras a lembrarem-se que se esqueceram de pagar os impostos. Em boa hora, o Governo decidiu pôr as mãos à obra e os pés ao caminho.

Eis que, chegado a casa, este Galarza encontrou, por entre o molho de cartas e contas para pagar, uma carta do senhor Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro. Envelope creme. Letras douradas. Institucional e, no entanto, provocante.

Será para nos pedir para ir votar? Será para nos dizer que a crise continua e que, por favor, temos que continuar a fazer um esforço? Será para nos lembrar que vêm aí tempos difíceis com a entrada de mais 10 países para a UE e a perda de euro-dinheiros? Será para nos pedir desculpa e paciência pelas intermináveis mas necessárias obras nas cidades, nas vilas, nas aldeias, nas estradas, nos montes, nos vales, no país? Será para nos sossegar, que o país está seguro contra possíveis ataques terroristas? Será para nos pedir compreensão, porque os nossos soldados têm que ficar mais uns tempos no Iraque? Será para nos lembrar que vem aí o calor e temos que cuidar das nossas matas e ter cuidado com os fogos e os incêndios? Será?

Mas não. Não. Não... A bonita cartinha do Ministro Adjundo do Primeiro-Ministro - simpático, digo; caríssima, penso! - é para nos dizer:

«Caros Portugueses

Estamos a poucos dias do início da Fase Final do Campeonato Europeu de Futebol, Euro 2004, que constitui o terceiro maior evento desportivo a nível mundial.

Trata-se de uma oportunidade única para a projecção internacional do nosso País, da nossa riqueza humana e patrimonial e da nossa ambição.
»

E, após enunciar este grande destino lusitano, segue por aí fora, enumerando os milhares de jornalistas que aí vêm e os milhões de turistas que se seguem, avisando que isto vai causar perturbações na nossa vida quotidiana.

Por fim, o senhor Ministro Adjunto lembra que:

«Importa aproveitar ao máximo este evento e demonstrar, a quem nos visita, a nossa intrínseca e cordial hospitalidade.

Estou certo que, todos juntos, faremos deste momento um grande sucesso, desde logo pelo empenho dos portugueses em agarrar de uma forma determinada esta grande oportunidade.

Estamos todos convocados - Portugal está pronto e conta consigo!

José Luís Arnaut
Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro
»

Ou seja, resumindo e concluindo em letras que todos percebam: PORTEM-SE BEM!

Oh, grande e consciente Governo da Nação! Mil e um eternos e humildes obrigados, pois que, antes de Vós, estávamos à beira do Abismo. ConVosco, damos um passo em frente...