31.7.05

Tributo a Ludgero Clodoaldo

Ludgero Clodoaldo, trovador, começou a cantar na terça-feira. Tinha 19 anos.

Ludgero Clodoaldo
Chegou a cantar ao vivo no Zip-Zip. Cantou «A minha linha / a tua linha / a nossa linha». Levou aplausos e mais aplausos. Cantou «Impreterivelmente / ao meio-dia menos um quarto / Senhor, estou farto». Levou bis! e mais bis!. Cantou «O poeta canta a flor». Levou ovação de pé e deixou saudades.

Ao vivo no Zip-Zip
E hoje, que é feito de Ludgero Clodoaldo?

30.7.05

Notas de Sábado ao som de Sexta-feira

É difícil arranjar onde jantar em Alfama depois das onze da noite, a não ser que se encontre um restaurante que sirva «catapelana» e picanha fatiada na pedra e que tenha o empregado mais stressado e palrador do país.

Está-se bem no bar do andar de cima do Mercado da Ribeira, onde a banda mais compacta da cidade (nunca me tinha passado pela vista que um baterista e um percussionista conseguissem partilhar tão exíguo espaço) canta Fausto, Sérgio, Fausto e Fausto e onde um jarro de vinho demora 20 minutos a chegar.

O Jamaica é capaz de ser a pior discoteca de Lisboa. Do país. Do mundo! O Jamaica, o seu DJ e o casal de cocainómanos que não parou de assediar os Galarzas presentes.

Já tenho Cabovisão: iupi! A Tv Cabo já foi c'os porcos: iupi, iupi, iupi!

Dizer que o Swordfishtrombones do Tom Waits é um bom disco é o maior understatement de todos os tempos.

Este site é bem engraçado....

29.7.05

Um kulele para mim, um kulele para ti, olá, olá...

Olh'ó convite bonito:

Lennartsfors Ukelele Festival 2005

«VÄLKOMMEN TILL 2005 ÅRS UKULELEFESTIVAL I LENNARTSFORS!
LÖRDAGEN 30. JULI KL. 11.00-18.00

Tag med din ukulele och var med på rekordförsöket ”Nordens största ukuleleorkester” under ledning av Tommy Blom!
Melodi: ”Min ukulele och jag”
Snabbkurser anordnas under dagen!

Hela dagen uppträder en härlig blandning av proffs och amatörer.
»

Está percebido? Alguma dúvida? Então amanhã, encontramo-nos lá, certo?

PS: Pois, porque com o dinheiro que ganhámos na lotaria ali debaixo, até dá para fazermos uma excursão...

Sexta-feira e Agosto à porta!

Boas notícias para quem vai de férias:

Subida da temperatura? Palavra de Anthímio de Avezedo!

Para informação mais detalhada, consulte a previsão completa para os próximos tempos. Uma informação do SERVIÇO METEOROLÓGICO THE GALARZAS.

Só dô kê?

'Tava-se mêm'a ver! Algum dia tinha que acontecer. E aconteceu. E logo na capa da Visão! Lá em baixo... naquela barra vermelha...

Su Doku, So Doku ou San Dokan?
...lá está a gaffe que se esperava:
«JOGOS DE VERÃO
SO DOKU e outros
QUEBRA-CABEÇAS
».

Ó meus amigos, como dizia o brasileiro, «quem dá cu é analista»! É assim que se arruinam vidas e se transforma um jogo inocente e universal num subliminar manifesto sexual. Isto é uma pouca vergonha, senhores, uma pouca vergonha. É que há muito que não me ria tanto com a Visão...

28.7.05

Terra estranha, dois comprimidos de Tylenol

A polícia quer greve
Os juizes querem férias
Os políticos querem menos mandatos
Os jornalistas querem mais internet e menos notícias
Os candidatos a PR não querem trabalho e mandam o velho
Agosto nem sequer quer calor
Os idiotas querem mais poder
Os trabalhadores querem mais bichas no IC19
Os românticos querem menos chatices
Os terroristas querem menos vítimas, mais vezes
O Médio Oriente nunca será Grande
O Space Shuttle pode cair do espaço
Os casados sonham libertar-se
Os libertinos querem colo
Os libertários querem livros
Quem lê entretém-se com o Príncipe Bastardo
A Ota não quer um aeroporto
O comboio já não passa mais por aqui
O Bulhão pode acabar no chão.

Espelhismos

Durante a última hora e meia, Duarte conseguiu despir-se, tomar banho, aspergir colónia espanhola pelo corpo, apanhar a roupa lavada, vestir-se, descer as escadas, entrar no Seat 124, apanhar o comparsa, entrar no Banco, assaltar, sair, reentrar no Seat 124 e pôr-se em fuga.

Agora tem Matilde à frente, com um vestido de alças e um sorriso.
Está aterrado.

E mais uma vez, Portugal ficou para trás...

«The 2005 World Stupidity Awards were handed out at the Just for Laughs Festival in Montreal to thunderous applause.

Bush wins "Stupidest Statement", Darth Vader accepts on his behalf.
»

«Não basta ser feliz e brasileiro,
tem que ter jogo de cintura e sambar?
»

Assim canta Pierre Aderne em Casa de Praia - disco discreto, descomprometido, despretencioso, disco simples, «só pra sentir, para ouvir, para lembrar, para cantar e acompanhar, pra trabalhar, pra descansar, só pra beijar e pra acampar, pra cozinhar, só pra curtir em qualquer lugar». E às vezes, não basta isso?

Inquietação

O problema, senhores, não é que isto ande parado.
O problema é que a gente já não se chateia.

27.7.05

Meu querido mês de Agosto!

Portantos... como se não bastasse eu ter que fazer as férias de dois colegas mais as do chefe, como se não bastasse eu ter que trabalhar por quatro e andar a fazer uma média de 12 horas por dia num emprego, mais cinco ou seis pela madrugada no outro... ainda tenho que levar com a merda das obras na redacção e com os "desalojados" das obras ao lado? Puramôrdedeus! Este Verão promete - novo director, novo chefe, novas obras, mais trabalho, menos espaço... e o mesmo ordenadozeco. Dizem que é a evolução.

A vingança serve-se fria!

Ao fim de vários anos de mau serviço e caro demais, ao fim de muitas cabeçadas e faltas de paciência, ao fim de muitos telefonemas angustiados, aborrecidos e encolerizados, ao fim de muitas sugestões, reclamações e ameaças, chegou finalmente o dia da vingança! A marcação está feita, a carta segue amanhã... em breve, serei um Galarza novo, um Galarza livre. A TV Cabo foi despedida cá de casa - a partir de sábado, este Galarza postará via Cabovisão! O Cabo morreu, viva o Cabo!

26.7.05

Poema de Tom Waits

TOM TRAUBERT'S BLUES
(Four sheets to the wind in Copenhagen)


Wasted and wounded, it ain’t what the moon did
I got what I paid for now
See you tomorrow, hey Frank, can I borrow
A couple of bucks from you?
To go waltzing Matilda, waltzing Matilda
You’ll go waltzing Matilda with me

I’m an innocent victim of a blinded alley
And I’m tired of all these soldiers here
No one speaks English, and everything’s broken
And my Stacys are soaking wet
To go waltzing Matilda, waltzing Matilda
You’ll go waltzing Matilda with me

Now the dogs are barking and the taxi cabs parking
A lot they can do for me
I begged you to stab me, you tore my shirt open
And I’m down on my knees tonight
Old Bushmills I staggered, you buried the dagger
In your silhouette window light
To go waltzing Matilda, waltzing Matilda
You’ll go waltzing Matilda with me

Now I’ve lost my St. Christopher, now that I’ve kissed her
And the one-armed bandit knows
And the maverick Chinamen, and the cold-blooded signs
And the girls down by the strip-tease shows go
Waltzing Matilda, waltzing Matilda
You’ll go waltzing Matilda with me

No, I don’t want your sympathy, the fugitives say
That the streets aren’t for dreaming now
And manslaughter dragnets, and the ghosts that sell memories
They want a piece of the action anyhow
Go waltzing Matilda, waltzing Matilda
You’ll go waltzing Matilda with me

And you can ask any sailor, and the keys from the jailer
And the old men in wheelchairs know
That Matilda’s the defendant, she killed about a hundred
And she follows wherever you may go
Waltzing Matilda, waltzing Matilda
You’ll go waltzing Matilda with me

And it’s a battered old suitcase to a hotel someplace
And a wound that will never heal
No prima donna, the perfume is on
An old shirt that is stained with blood and whiskey
And goodnight to the street sweepers, the night watchmen, flame keepers
And goodnight, Matilda, too

24.7.05

Chega de mal menor



Como é que Cavaco pode assustar tanto a esquerda?
A notícia de que Mário Saores se prepara para aceitar uma eventual nomeação do PS para a presidência deixa um receio terrível no ar: quer dizer que nos últimos 20 anos ninguém, mas mesmo ninguém na esquerda portuguesa, construiu um curriculo e carreira que pudessem ser sólidos e coerentes o suficiente para enfrentar o tecnocrata cinzento do liberalismo nacional.
A esquerda tem que olhar para ela e lamentar-se. Soares é fixe, um excelente político e uma máquina de vontade. Mas que raio, não haverá ninguém mais novo? O problema é que, se calhar, não há mesmo. Pobre esquerda, a nossa.

23.7.05

Nambuamngangombadumbagangamu



Pergunto
Ao Sócrates que passa
Se o Mário
Será mais feliz

O Sócrates
É uma desgraça
O Mário
Nada me diz!

O pânico

Os britânicos estão em pânico. Os ingleses ainda mais. Os londrinos, nem se fala. Nestas manchetes vê-se bem como as coisas estão. O conservador mas popular Mirror apenas quer que os senhores sejam apanhados. Já o Star, pródigo em raparigas de elevado teor polinsaturado na capa, deixa cair a menina e titula algo como "catem-nos". O liberal e quasi-trabalhista Guardian manda a deontologia às urtigas perante o medo e titula um neutro "caras dos suspeitos", quando é isso mesmo que aterroriza, eles podem estar em qualquer lado. E, por fim, numa demagogia única a apelar à justiça pop, o Express não tem dúvidas: "Matem todos os bombistas". Melhor, de facto, que o Sun. Aqui não há dúvidas: "Um já está. Faltam três".
A fleuma agora é celeuma.





22.7.05

Zladko regressou!

I AM THE ANTI-POPE



The conclave entered into the room.
Inside of it they sat, these cardinals of doom.
Their votes was unanimous.
The horror instantaneous.
Observe! Smoke from chimney - not white but red!
They say it was the day that God bled.
Nuns weeped, holy men cursed
As they looked up onto the balcony and saw…
Beelzebub the First!

I am the Anti-Pope.
I am the Anti-Pope.
Like a lion kills an antelope.
Like a hammer hits a cantaloupe.
I am the Anti-Pope.

Two thousand years ago
Jesus said to his travelling show,
"No need for push. Do need for jostle.
Peter, you is my number one apostle.
Your name is mean rock - on you I build church.
No longer for successor I have need for to search."
But by Judas this words was overheard
And with mighty Satan he soon conferred,
"Oh Prince of darkness, be not in hesitation.
The head of God’s Church needs decapitation!"

I am the Anti-Pope.
I am the Anti-Pope.
Like a lion kills an antelope.
Like a hammer hits a cantaloupe.
I am the Anti-Pope.

"Hey, Grim Reaper, lend me your sickle.
This world needs some culling, blood needs to trickle!"
Prepare for the end - the Apocalypse approaches.
It’s feast time for maggots, worms and cockroaches.
But here comes White Horseman - Defender of God,
Exposing to everyone his powerful rod!
"I alone will fight for Jesus Christ
With sword so sharp I can make cheeses sliced."
He laughs to the Devil, he takes aim at Death
And he strikes down the enemy who takes one last breath.
But too early the victor makes his victory roar.
He may win this battle, but he not win the war.
For, yes, Beelzebub the First is set fire to then crucifixxed.
But next Anti-Pope is Zladko the 666th .

Yes, I am the Anti-Pope.
Like a lion kills an antelope.
Like a hammer hits a cantaloupe.
Like a neck in a hanging rope.
Like a germ in a microscope.
Like a witch reads a horoscope.
Like a cutter stabs an envelope.
I am the Anti-Pope.
There is no longer hope.
Long live Molvania!

Post-its

A SÍNDROME DOS QUATRO MESES
Aí está: como seria de esperar, ontem à noite, na RTP, depois do jogo do Sporting, Marques Mendes praticamente pediu a cabeça de José Sócrates numa bandeja...

A FEBRE DO JACKPOT
A propósito do jackpot do Euromilhões, o jornal Público de hoje lembra Andrew Jack Whittaker, o vencedor do maior prémio de sempre de uma lotaria nos EUA, que ganhou tudo e tudo perdeu. A história mete drogas e mortes, sexo e jogo ilegal, roubos e extorsão. Valeria a pena ler "Quem me dera ter rasgado o bilhete da lotaria", se o Público deixasse...

A GRANDE NOITE PACHECO
Hoje, na 2: Luiz Pacheco - Mais um dia de noite. Diz quem já viu que é mesmo para ver. E se assim é, que assim seja.

21.7.05

Perguntas sem resposta (15)

No tempo em que a televisão era a preto e branco, de que cor seriam as Páginas Amarelas?

Campos e Cunha

O ministro das Finanças demissionário-demitido tinha tudo para ser infeliz. Parece que era contra a Ota e o TGV. Parece que não queria dar dinheiro aos devaneios autárquicos dos caciques. Parece que admitia em privado que o seu colega da Economia não se mexia e, por isso, por mais esforços que fizesse, não podia garantir o crescimento do PIB. Parece que lhe custou aumentar os impostos e que os outros não se importaram muito. Parece que Sócrates até concordou com os outros e, se não há pão, que haja circo. Parece que Campos e Cunha viu antes de ver. Parece que, mais uma vez, o País está à nora. Parece que somos todos inocentes.

Londres II

A graçola continua. Agora, mais quatro bombinhas desinquietaram a malta de Westminster. Três no metro, uma no autocarro. estive ali a ver as fotos de agência que chegam da cidade e o autocarro "atentado" parece-me em excelentes condições. Mais: tem melhor aspecto que os que prái andam.

Que andam a brincar, a gente já percebeu. Só não entende com quem.

Beam up, Scotty!

James Doohan, 1920-2005
O actor James Doohan, o eterno Scotty de Star Trek, morreu ontem aos 85 anos.

Emigrar para onde?

O país está como está - à beira da falência, a arder, na merda. Solução: emigrar! Mas emigrar para onde? Para Londres, onde hoje voltaram a chover bombas? Para outro país desta Europa do Durão Barroso? Para aquela América do Bush Júnior? Para o Brasil dos gangues de favela e dos raptos de praia? Para a América Latina da droga, da corrupção e dos furacões? Para a África das guerras civis? Pôrra, avancem lá com a estação orbital ou com a colonização de Marte, para ver se isto sossega. Senão... será que o Nauru está a aceitar emigrantes?

A crise começa por cima

Ler jornais neste país é um exercício de pura flagelação. Sobretudo o muito isento e sério tablóide da nação, que, com a Quinta das Celebridades e o telejornal dessa boneca do Contra-Informação chamado Manuela Moura Guedes, completa a santíssima trindade da fabricação da opinião pública.

Sem entrarmos pela falta de rigor jornalístico que é já apanágio do 24Horas (e que hoje chama a Campos e Cunha «o ministro que apertou o cinto aos portugueses», como se Ferreira Leite e Bagão Félix nem sequer tivessem existido) e pela descarada falta de revisão dos seus textos (o melhor exemplo do dia é quando chama a Teixeira dos Santos ex-presidente do conselho directivo da «Comissão de Mercados e Calores Mobiliários» - assim mesmo: «Calores Mobiliários»), o que me irritou hoje mais do que tudo foi o pequeno pormenor de, num espaço dedicado a dar notas (de 1 a 5) às caras das notícias, se escrever a seguinte barbaridade:

«Campos e Cunha: 1
Este ministro prometia muito. Falhou em tudo. E, já agora: o que é que ele ganhou em ser ministro das Finanças, para além de um óbvio rol de chatices?
»

Nada a dizer quanto à opinião de quem deu a nota - opiniões são opiniões e são todas válidas enquanto opiniões, mesmo quando são, em si próprias, contraditórias, como é caso desta última ("falhou mas estamos solidários porque foi uma chatice", é isso?). Apenas um reparo: porque é que neste país ainda se põem as coisas nestes termos? Porque é que uma pessoa só há-de ir para a política ou para o governo se tiver algo a ganhar? Porque é que, neste país, ser político é um investimento e não uma missão?

Enquanto vivermos num país em que a política é um meio para chegar a outros fins, enquanto tivermos jornais a perguntar "o que é que X ou Y ganhou em ser ministro" ou ex-ministros a dizer aos jornais que "agora que sou cabeça de cartaz é que é bom" ou jornalistas a fazer das decisões políticas questões pessoais e políticos a fazer das opções pessoais questões políticas, enquanto as novelas e o futebol e as brigas de vizinhos venderem mais jornais e os jornais derem destaque às opiniões de fadistas sem credibilidade com a mania que são políticos sérios e estrelitas da TV que têm a mania que são mais importantes do que realmente são, a crise não acaba! Não estou a falar dessa crise que vem nos jornais - estou a falar de uma outra crise, mais enraízada, invisível, cultural, geracional, estou a falar da crise de valores, de seriedade, de perseverança, de prioridades, da crise de ser português. Essa é que é a crise que é preciso atacar. Essa é que é a crise...

Ota é uma terra, não uma sigla, carago!

Já irrita esta gente dos jornalistas. Tomam a Ota, terra depois de Alenquer, como uma sigla. Escrevem em caixa alta. OTA, como se gritassem.

Ora, aqui no DN online de hoje, lê-se:

"Na terça-feira, Campos e Cunha disse no Parlamento que os grandes investimentos, como a OTA e o TGV, ainda teriam de ser avaliados. Mas ontem de manhã, no mesmo local, Mário Lino (Obras Públicas) afirmou que a decisão política já estava tomada (ver página 26)."

E na A Capital de ontem era assim:

" (...) Luís Campos e Cunha disse que só depois de conhecer os «projectos concretos» da «alta velocidade [com comboios que andam a mais de 220 quilómetros/hora] e da OTA» é que poderia ter uma opinião. "

E no Correio da Manhã de há dias:

"
Cavaco Silva analisou ontem as prioridades do Governo, no que diz respeito à construção do aeroporto da OTA e do TGV, questionando sobre a relação entre benefício e custo público. O ex-primeiro-ministro"

Bolas, pá. É Ota, não OTA. OTA é um cartunista brasileiro, director da MAD.

Trapum!

Poema de Teodoro de Sá Coutinho

CARTA DE GUIA QUE UMA FREIRA MESTRA DEU A UMA CORISTA PRINCIPIANTE NO TEATRO AMOROSO

Filha, dentro do convento
Há duas castas de freiras:
Umas que o são verdadeiras,
Outras só por fingimento;

Umas frequentes no coro
E firmes na castidade;
Outras frequentes na grade
E contínuas no namoro.

Tu suponho que daquelas
Não queres entrar nas contas,
Pois hoje passam por tontas
As que são santas e belas:

Quanto mais que o ser beata
as loucuras maiores;
Pois quem sofre directores
Tem muito de mentecapta:

Por isso os teus bons intentos
De ter amores aprovo,
Porém, como entras de novo,
Precisas de documentos.

Na costura uma menina
Não se chega a fazer destra,
Se primeiro a douta mestra
Os pontos lhe não ensina;

Se primeiro não concorda
Pelo risco a breve agulha,
Rude a mão, o fio embrulha
E sem graça a olanda borda.

Assim corista entendida
Sucede a quem sem receio
Se mete no galanteio
Sem ser primeiro instruída.

Antes de entrar no projecto
Da amante correspondência,
Consulta a conveniência,
Depois consulta o afecto.

Ama, pois que a natureza
Ou to ensina, ou to permite;
Mas primeiro do apetite
Te lisonjeie a riqueza.

Filha, sem dinheiro agora
Não se faz nada no mundo;
Tudo com ele é fecundo,
Tanto dentro como fora.

Faz a feia linda e bela,
A que é vil faz ser senhora,
Faz santa a que é pecadora,
E faz discreta a singela.

Tem pois de amor na baralha
Hoje um trunfo verdadeiro,
A que saca mais dinheiro,
Ou coisa ao menos que o valha.

Mas também deve a prudência
As mais acções governar-te;
Que o saber amar é arte.
E o saber viver ciência.

PRIMEIRA LIÇÃO

Primeiramente te asseia;
Pois no amante galanteio
Faz muitas vezes o asseio
Parecer bela a que é feia.

A arte no alinho ensina
Perfeições à natureza,
Pois com o asseio a beleza
Passa a ser coisa divina:

Mas sabiamente reparte
Dos adornos a destreza!
Pareça só natureza
O que for cuidado d'arte.

O vestir próprio convenha
Do teu estado à doutrina:
A estamenha seja fina,
Mas seja sempre estamenha.

Se a camisa for de preço,
Ou de ordinária despesa,
Seja limpa, que a limpeza
Nunca pode ser excesso.

Seja bordado o sapato;
A meia de seda seja;
Será bom que amor a veja
Mas que a rebuce o recato.

Ajuste bem no semblante
Branca a touca e transparente,
Mas sempre seja decente
Sem deixar de ser galante.

O espartilho algum defeito
Sem muito aperto desminta,
Faça mais estreita a cinta
Faça mais crescido o peito.

Deixa ver parte do seio,
Que abri-lo todo é loucura;
Pois passa a descompostura
Sem chegar a ser asseio.

Andem das vistas distantes
Os peitos modestamente;
Pois, se os mostras à mais gente,
Que hás-de mostrar aos amantes?

Enfim, seja sempre o rosto,
Bem ou mal delineado,
Naturalmente engraçado,
Mas com destreza composto.

Se da face a cor primeira
For desmaiada ou remissa,
Embora seja postiça,
Mas pareça verdadeira.

Em falar bem sempre estuda,
Sem ter nas palavras míngua;
A que não dá bem à língua
Era melhor nascer muda.

Sejam as vozes suaves
As expressões carinhosas,
Para os amantes mimosas,
E para a mais gente graves.

Da língua emenda os defeitos
Sem ter de discreta a sécia,
Que às vezes passa a ser nécia
A que fala por conceitos.

Nas cartas cuida em ser breve,
Natural, clara e sucinta,
Mas primeiro o peito sinta
O que a mão depois escreve.

Deixa as palavras subidas
Para pompados sermões,
Porque as tuas expressões
Basta que sejam polidas.

Não só deves estudar
No falar, e no escrever,
Mas em saber-te mover,
Em saber rir e chorar,

Qualquer acção que se move
Com graça e ar nos recreia;
Um sorriso nos enleia,
Um suspiro nos comove.

Destas, e de mil miudezas
Que o uso ensina somente,
Faz amor continuamente
O triunfo das belezas.

SEGUNDA LIÇÃO

Com esta lição primeira
Se segue a eleição do amante,
E ponto o mais importante
Que pode ter uma freira.

O fidalgo muitas vezes
Entra por este convento,
Sem outro merecimento
Que os seus Teles e Meneses:

Louva a seus avós honrados,
Celebra os seus ascendentes;
Mas, se não mandar presentes,
Zomba-lhe dos seus passados:

Se se apeia no terreiro
Com cavalos e criados,
Sabe que uns são emprestados,
Outros filhos de um caseiro:

Se te manda é tão-somente
Uma canastra de fruta;
E não sejas dissoluta
Por tão pequeno presente.

Mas se algum for liberal
E já senhor de morgados,
Emprega nele os cuidados
Conforme o seu cabedal.

Traze-o sempre seguro
E no mandar tão frequente,
Que até chegue, de imprudente,
A tomar dinheiro a juro.

Do clérigo, e mais do frade
É maior a sementeira,
Porque neles o ter freira
Não lhe ultraja a gravidade:

Pois eles têm por ciência
De achar, não sei por que conta,
No trato de fora, afronta,
E, no das freiras, decência.

Mas seja clérigo ou frade,
O teu favor só dispensa
Ao que tiver melhor tença,
Ou mais rica dignidade.

Mas dos Franciscanos nossos
Foge, e toma os meus conselhos;
Pois são zelosos em velhos
E são vadios em moços.

Nenhum deles que dar tem,
Que é o ponto principal;
Mas, se for provincial,
Podes-lhe então querer bem.

Também alguns estudantes
Frequentam a portaria,
E neles se principia
O concurso dos amantes;

Mas só servem para aquelas
Que penteiam desenganos,
E que já, pelos seus anos,
Vão deixando de ser belas.

Uma questão na verdade
Só definir-te não posso:
Se há-de ser o amante moço,
Se já crescido na idade.

No primeiro o fogo activo
Arde, brilha e resplandece;
No segundo se esmorece,
Mas sempre mais afectivo:

Arde o moço mais violento
Mas com chama mais segura,
Arde o velho, e mais lhe dura
O fogo quanto mais lento:

Um se muda facilmente,
Outro é firme até à morte;
Se ama o primeiro mais forte,
O segundo mais prudente.

Todos os enamorados
Querem passar por discretos;
Mas muitos por circunspectos
Se fazem alambicados:

Foge destes, se quiseres
Crer-me a mim por experiência,
Que é preciso outra ciência
Para agradar às mulheres.

TERCEIRA LIÇÃO

Resta-me agora explicar-te
A frase, o modo e maneira
Com que, na grade primeira,
Deves, menina, portar-te.

Em os primeiros favores
Mostra-te sempre remissa,
Que com isso mais se atiça
O fogo nos amadores.

O mais que podes fazer
É mostrar-lhe o teu sapato,
Mas com tal pejo e recato,
Que o faças enlouquecer:

Se bem que há tolinha agora
Que logo ao primeiro rogo
Tem o mesmo desafogo
Que tem qualquer pecadora.

Isto, filha, danifica
Das freiras a gravidade;
Pois tanta facilidade
Vergonhoso nome indica.

Inda que mostre direito
Para renovar instâncias,
Finge vergonhosas ânsias
Com melindroso trejeito.

Vira a cara, torce a vista
Por mais que agradá-lo queiras;
Pois o repúdio das freiras
Novos afectos conquista.

Faze na segunda grade
Com que... Mas aqui chegava
A mestra quando a chamava
Para o locutório um frade.

«Adeus», lhe disse, «que vou
Falar com este asneirão;
Não te esqueça esta lição,
Que experiências me custou.

O mais que quero dizer-te
Ficará para outro dia;
E do meu cuidado fia
Que cedo mestra hás-de ver-te.»

20.7.05

Errata

Onde se lê: «a poesia é um incêndio para além do humano. o poeta é aquele que arde e escreve fogo»...

«Na linha da frente: um bombeiro combate as chamas de um incêndio que lavra em Figueiró dos Vinhos. O fogo que mais preocupa os bombeiros, em Coice de Eira, no concelho de Seia, já obrigou à evacuação de quatro povoações. Foto: Paulo Cunha/Lusa»

...leia-se: «Portugal é um incêndio para além do humano. o país é aquele que arde e escreve fogo».

Mil a mais

Açores: 30 mil mulheres vítimas de 31 mil embriagados, diz o Portugal Diário.

Já dizia a Banda do Casaco:

Viemos do fundapique
passámos no tudasaque
não há mal que mal nos fique
nem há cu que não dê traque
mal a gente vem ao mundo
logo a gente vai ao fundo

Andámos no malsalgado
brigámos no daceleste
e o escorbuto mal curado
com tratamento indigesto
mal a gente vem ao mundo
logo a gente vai ao fundo

Natação obrigatória
na introdução à instrução primária
natação obrigatória
para a salvação é condição necessária
não há cu que não dê traque
não há cu que não dê traque
mal a gente vem ao mundo
logo a gente vai ao fundo

Pusemos a cachimónia
em papas de sarrabulho
e quando as noites são de insónia
damos voltas ao entulho
mal a gente vem ao mundo
logo a gente vai ao fundo

Aprendizes da política
só na tática do "empocha"
vem a tempestade mítica
e a cabeça dá na rocha
mal a gente vem ao mundo
logo a gente vai ao fundo

Natação obrigatória
na introdução à instrução primária
natação obrigatória
para a salvação é condição necessária
não há cu que não dê traque
não há cu que não dê traque
mal a gente vem ao mundo
logo a gente vai ao fundo

(Natação Obrigatória, do álbum No Jardim da Celeste, 1980)

Foi com cana

Arrastão, arrastão
Porque fugiste de mim?
Hoje lembro o arrastão
Tinha tirado a minha conclusão
Mas era apenas o principio
Do fim

19.7.05

Se o corpo é que paga, porque não vender o corpo?

«A London-based pop singer is raising funds to kick-start his career by selling shares in himself on internet auction site eBay. In just three days, Shayan has raised £9,000 from buyers in London, New York and Toronto.

Shayan Italia insists the scheme is a way of avoiding the traditional route of sending demos to major labels. "The most difficult thing is to get people's attention," he says.
»

É eficiente. É o suficiente para dar que falar - e, hoje em dia, dar que falar é meio caminho andado. É inovador. É justo. É aqui (o leilão, que o dito investimento está aqui).

Se preferir ler em português do Brasil, a tradução está aqui. E o tiroliroliro está aqui. E o tiroliroló aqui. E aqui. E pronto.

Precisa-se Humanismo!

AUTÁRQUICAS - MAIA. Procuramos Candidatos/as às Eleições Autárquicas pelo Concelho da Maia. Se se sente humanista contacte: Partido Humanista
«O Partido Humanista (PH) deseja concorrer ao maior número de autarquias do País, mas nas suas fileiras não existem militantes e simpatizantes para tão grande empresa. Como resolver o problema? Simples: pôr um anúncio num jornal de grande circulação e esperar que o telefone toque. O método, à primeira vista, provoca estranheza, mas está a dar bons resultados: graças a este processo, o PH deverá apresentar candidaturas em todos os concelhos da Área Metropolitana do Porto.

No pequeno anúncio, que tem saído no Jornal de Notícias, o PH publica a seguinte mensagem "Procuramos candidatos/as às Eleições Autárquicas. Se se sente humanista contacte" pelo telefone ou por e-mail.»

O escorpião



E então, disse o escorpião para o sapo: "É a minha natureza..."

É hoje! É hoje?

BayFF on Bloggers' Rights, July 19

Hoje, do lado de lá, fala-se de direitos dos blogueiros e liberdade de expressão. Para aqueles lados, há já quem lhe chame o Bloggers Day. Fica registado.

O vento

Só um governo com a cabeça muito no ar, oco, e de pás prontas para ser empurrado pela brisa é que se lembra de vir anúnciar à nação estra treta da energia eólica.

É tão surpreendente, tão bacoco, tão desperzível, que parece, outra vez, nossa sina, que deixou de haver governo.

Eu ando a ouvir muita conversa de gente farta. Nos cafés, nos encontros dos militares, nas salas secretas, chegam de todos os lados os avisos.

Isto faliu. Trapum! Batemos no chão. Não há mais fundo, esqueçam o subsolo. O ministro dos dinheiros avisa no mais caro matutino de domingo que os impostos vão subir. Mais.

Nos 60, emigrámos para França. Temo agora que fujamos, provavelmente, para Espanha. Fica mais perto e entendemo-los melhor.

Como a minha geração parece falhar, já comecei a preparar o puto para ser governo. Ou emigrante. Ou artista. Mas não para se chatear e stressar como o pai.

Já farta a brincadeira.

18.7.05

Leopoldo María Panero

ARS MAGNA

Qué es la magia, preguntas
en una habitación a oscuras.
Qué es la nada, preguntas,
saliendo de la habitación.
Y qué es un hombre saliendo de la nada
y volviendo solo a la habitación.


"Poesía" 1970 - 1985

Quinto esquerdo

A gente também fica feliz
Com a ausencia
(deixa saudades,
imprime a falta);
Mas era tão melhor
Quando se tragava
Do odre
A celebração.

Ao Quinto, esquerdo
E fugidio nestas de
Comparsas
Trotamundo familiar,
De tamanho semelhante
À voz tonitroante
Que tem
Ao cantar.

Kompensan

Dói-me a cabeça.
Dói-me o estômago e a barriga.
Estou com diarreia.
Torci o pé.
Estou a trabalhar.
É segunda-feira...

17.7.05

Quarteto



A polícia diz que estes homens viajaram a 7/7/2005 para matar.
Num estado de direito democrático, não se publicam fotos de pessoas, antes de haver juízo. Mas num estado de direito apavorado, isto é uma catarse para o povo e uma manobra política para o senhor Blair.

Aplaudi. Para a próxima haverá terrorismo à mesma. Mas já lhes veremos melhor as caras e, se calhar, ainda os ouvimos a falar.

Bem vistas as coisas

No insideoutside, mas outside é no inside que se brilha.

Horticultura

Por azar, Moisés confundiu a água com a floresta.

(Saravá ao JPF)

16.7.05

Hoje andamos assim...

Devendra Banhart's Cripple Crow

BI (ouvido na rua)

- São 23 euros e 10 - diz a senhora de farda verde do lado de lá do balcão, enquanto entrega um pacote branco à cliente, que imediatamente lhe passa um cheque. Ao receber o cheque, a senhora de farda verde pergunta:
- Posso ver a sua identidade?

«The faded majesty of the Alfama»

The faded majesty of the Alfama
«Paris had ruined all my romantic notions of the western European city. A single city – littered, rude, cheap and crass, and to me it symbolized all of Europe. Everything about Paris was overrated and overpriced, and so I had gone on imagining the rest of urban Europe to be much the same. That is until Lisbon.

Lisbon feels tropical, connected to Africa, on a biting cold day, and in its southern sun, like a mix and match of its neighbor’s architectures. It is colored in a smudgy gray, festooned with pinks and canaries and aquas and limes. Its slight inhabitants dress urbanely like their country cousins; just tighter weaves.
»

Das notes from the road, onde também se fala da costa de Lisboa, do Alentejo, das Beiras e de queijos. Com palavras mais simpáticas do que as que por cá se ouvem...

15.7.05

Poema de Mário Cesariny

FAZ-ME O FAVOR...

Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és nao vem à flor
Das caras e dos dias.

Tu és melhor -- muito melhor!
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.

3 meses, 12 dias e 21 horas (quase 22)

Há já três meses, doze dias e vinte e uma horas (quase vinte e duas) que Juíz Dissidente não espetava um tiro em alguém. Claro que o facto de estar desprovido de arma era factor decisivo, mas era sobretudo fruto da sua nova vida. Afinal, há quase-quase um ano que Juíz Dissidente não faltava a uma reunião dos Atiradores Anónimos, na cave da Igreja do bairro.

Ainda assim, todas as noites, Juíz Dissidente se lembrava da última vez em que tinha espetado um tiro numa pessoa. Foi num quiosque na rua de baixo, quando se preparava para pagar o jornal e o maço de tabaco da praxe. Por engano, em vez da carteira, tinha tirado do bolso um pequena arma semi-automática de canos serrados, modelo 351 de disparo múltiplo e bala fina de corte perfurante, daquelas que só os mercenários e os donos de lojas de conveniência usam. Apertar o gatilho foi um reflexo natural e inadvertido.

Dessa vez, Juíz Dissidente só soube largar a pistola e fugir, ao aperceber-se do que tinha feito. Correu que nem um cavalo de corrida na recta da meta, enquanto o quiosqueiro, sangrando de três enormes buracos no peito, esbracejava e mandava revistas na sua direcção e gritava "gatuno!".

Felizmente, na fuga, tinha conseguido guardar o jornal e os cigarros, que fumaria mais tarde, escondido por trás de um velho carvalho no jardim da avenida, enquanto pensava que, ao menos, nunca matou ninguém. Senão, teria que ir às reuniões dos Homicidas Homónimos - que reuniam todos os dias, mesmo aos fins-de-semanas, feriados e férias - em vez dos "Atiras" - que só reuniam três vezes por semana.

Mas isso já foi há três meses, doze dias e vinte e uma horas (quase vinte e duas). Hoje, Juíz Dissidente estava prestes a acabar com tudo isso. Depois de passar pela loja de armas ilegais no rossio da cidade, dirigia-se a passo largo para a cave da igreja, de mala cheia e vontade bem ferrada no olhar. Afinal, passavam três meses, doze dias e vinte e uma horas (quase vinte e duas) desde que tinha espetado um tiro no quiosqueiro, mas faltavam apenas duas horas e meia para que se passasse um ano desde que ía às reuniões dos Atiradores Anónimos. E se havia coisa que Juíz Dissidente não queria continuar a ser era anónimo...

Sob medida

Passarei a usar uma: 1/4 escuro

MAU é só de nome!

MAU: Man And Unable
Música eclético-electrónica com estética radiofónica.
Música made in Portugal, Dinamarca, França, Alemanha e Israel.
Música para ouvir aqui.

14.7.05

Go West

t.a.t.u.
«O novo álbum das TATU, Dangerous And Moving, estará disponível nas lojas a partir do dia 26 de Setembro!

Este novo trabalho das russas Lena Katina e Julia Volkova foi produzido por Trevor Horn (que já trabalhou, por exemplo, com Frankie Goes To Hollywood, Bryan Ferry, Propaganda e Grace Jones) e conta com a participação de Sting.
»

Fantástico: nem uma única vez a palavra 'lésbicas' é usada no press-release...

Music for toilets and rest-rooms ou Dress like an Egyptian?

O ó que a múmia tem!

The Galarzas live in Canada!

Depois da very british BBC Five Live, os The Galarzas vão estar esta noite em directo na Radio Centre-Ville de Montreal. Tópico de conversa: a nova música portuguesa. Que não digam que não trabalhamos para a divulgação da nossa música lá fora!

GPS versus MIT

Take the MIT Weblog Survey

Requisição Civil

Precisa-se: INSPIRAÇÃO, CRIATIVIDADE, SENTIDO DE HUMOR, SABEDORIA, INTELIGÊNCIA, CONHECIMENTOS SOBRE AS ARTES E AS LETRAS, FORÇA DE VONTADE e TESÃO.

Resposta urgente para esta casa. Vão-se alvíssaras. Dão-se trocos.

Entretanto, no planeta Terra

A seven-day old Stump-Tailed macaque at the Gauhati zoo, India, July 9, 2005. The macaque lost his mother two days ago.

Eles não são TODOS terroristas



Os árabes não são todos terroristas.
A comunicação social deste planeta, a ocidental, pelo menos, está a portar-se com grande imbecilidade e a criar estereotipos perigosissimos, até para resolver este tramadoproblema de guerra urbana, sem alvo definido nem inimigo anunciado.

1 - Para já, parece que árabe é tudo o que mexe entre Marrocos e a Índia;
2 - Depois, árabe passou a ser sinónimo de doido varrido. Os árabes são um perigo! Um árabe com barriga é um árabe com uma bomba debaixo da camisa;
3 - Não há uma única reportagem ou peça de TV, radio, jornal, revista e K7 pirata onde, para ilustrar a imagem de terrorista, não apareça o pobre do árabe, mesmo que seja numa rua de Cabul(!), a coxear, enquanto empurra um carrinho de mão com fracos vegetais, o puto ao lado a brincar com um ferro e uma estrada com mais buracos que o relatório Constâncio.

Ora, que raio tenho eu contra os árabes? E porque bulas devo passara a tel alguma coisa contra? Nada. Zero.

Ou melhor, ainda tenho uma escaramuça mal resolvida com a selecção de Marrocos em 1986, mas tirando esses, que nem árabes são, são magrebinos, não me lembro de ter nada contra eles. Gosto da gastronomia. Acho que a misturada deu ali umas raparigas jeitosinhas; como gente crente, os islâmicos são a prova que Marx tinha razão (é mesmo o ópio do povo), mas mesmo assim sobrevivem sem dramas. A democracia? Pois, a democracia. Mas petróleo e democracia só na terra do bacalhau. Nem na Flórida, como se sabe.

Ora, e se em Riade, ou em Bagdad, ou noutra cidade qualquer, cada vez que falassem de corrupção, pusessem uma foto de portugueses? Ou cada vez que falassem de acidentes da estrada pusessem uma foto de portugueses? Ou cada vez que falassem na baixa qualificação, pusessem uma foto de portugueses? Ou cada vez que...

Topam? Andamos a generalizar. E eu, que não sou árabe de linha direita, bem vistas as coisas até tenho perfil de judeu misturado com uma família al-andaluz, se fosse cidadão da Jordânia, do Iémen, dos EAU, estava mesmo irritado com estes gajos de fatos Cannel, Dior, Versace, Prada, etc., que me andam a acusar de coisas que eu nem sequer sonho. É que quanto mais generalizarem, pior.

Os terroristas que têm como alvo os civis inocentes, são umas bestas, cavalgaduras imbecis, não há adjectivos que cheguem. Mereciam o torno a apertar-lhes o escroto eternamente.
Os terroristas que têm como alvos civis culpados, são umas bestas desajustadas, que pensam ainda na justiça com as próprias mãos.
Os terroristas que atacam alvos militares, sem razão, devem levar resposta à altura.
Os terroristas que atacam alvos militares, depois de levarem na pinha desse exército, e se o fizerem em defesa de um Estado ou, pelo menos, de uma Nação, bem, ai são o povo armado. E isso nunca fez mal a ninguém, porque às vezes é necessára a força.

Deixem os árabes em paz.
Tratem lá dos terroristas. E comecem por Bagdad, por exemplo.

13.7.05

A sociedade dos conhecimentos

by Bandeira©

Tributo à Galarzas Albion Tour 2005

Please, mind the video

O amor nos tempos modernos (no mail de Galarza)

«Quando cheguei a casa, à noite, a minha mulher insistiu para que a levasse a sair, a um sitio bem caro. Levei-a a uma bomba de gasolina...»

Como se diz Al Qaeda em inglês?

Um

A decadência permite
Um estorvo à mediocridade
Atrapalha o progresso
Impede o brilho
Mas sempre salvaguarda o
Amor próprio
Da indecência e da
Percaridade

A decadência pode mesmo
Tornar-se moda
Se for tomada por bricadeira
A decadência é uma maneira
De regressar ao passado
Falhado ao lado
Os erros do futuro
E o mesmo que foi fado

Decadente, eu?
Concerteza. Pelo menos
A olhos teus.

de Eustáquio Pinho, Devemos, deouvimos e delemos, Stockwell, 2005

12.7.05

Carnaval é alegria, é ironia, é plágio!

Herman José acusado de plágio por um grupo de Carnaval de Torres Vedras:

«Um grupo do Carnaval de Torres Vedras, os Lumbia, acusa Herman José de lhe ter plagiado o tema ‘És Tão Boa’ e pondera processar o apresentador. O single de lançamento do último CD do humorista, à venda desde 30 de Junho, é, de acordo com um dos membros do grupo de foliões de Torres, inspirado no hino dos Lumbias. Herman José, contactado pelo Correio da Manhã, rejeita a acusação.

“O refrão foi composto por mim. O grito de guerra ‘És tão boa’ existe há muitos anos e é do domínio público! Reclamar a autoria desse grito é como reclamar a autoria de ‘Comia-te toda’ ou ‘És boa como o milho!’ ou ‘Ah faneca’ ou ‘Fazia-te um filho’”, esclarece Herman José.

(...) Os Lumbia foram convidados pela produção do ‘Herman SIC’ para participar nas gravações do programa de Carnaval de 6 de Fevereiro. O hino do grupo, formado por 47 homens há oito anos, é, segundo um dos elementos, desde sempre o ‘És tão boa!’.
»

Afinal, o Carnaval levou a mal. Tem piada, pá, tem piada...

A verdade (ouvido na rua)

«Os blogues são como os tamagochis - é preciso estar sempre a alimentá-los...» ©M

Diálogo banal ouvido na rua...

...ou melhor, em frente à máquina de bolos e sandes e iogurtes e leites e sumos aqui da oficina, quando uma colega e um colega se apetrecham para o lanche:

- Despacha-te lá que eu tenho sono! (...) Epá, este croissant está ressequido. Este fiambre parece um papel velho. Esta manteiga até cola!
- Isso não é do calor, isso é da idade.

«O estranho caso do arrastão...»

Era uma vez um arrastão, de Diana Andringa

Vale a pena ler no Diário de Notícias de hoje o dossier sobre o "arrastão" que morreu na Net. Para memória futura.

No mail de Galarza (ou: se nós tivéssemos um assessor de imprensa que dissesse o mesmo dos The Galarzas, éramos capaz de ficar chateados)

É que é preciso ter um certo cuidado para não deixar escapar as verdades, como neste caso:

«Exmo(s). Sr(s):

Venho por este meio informar V. Exas. sobre a programação dos nossos espectáculos. Assim sendo irá se realizar no dia 14 de Julho pelas 21.30 horas, o espectáculo dos SAMARRA, no Espaço PARIMONJÔ. Seguidamente teremos a acturar, no mesmo Espaço, os ACID ROOTS pelas 22.30 horas.
»

Mas lá diz o povo que Delgado escreve torto por linhas direitas... não, que Deus escreve delgado por linhas de direita... não, que Deus é de direita por linhas tortas... não, pôrra, não era nada disto que eu queria dizer...!

De: Londres
Para: Senhores Terroristas

Anda por aí a circular em belugas da correnteza uma Carta Aberta, escrita por uns londrinos, para uns senhores que meteram umas bombas em Londres. Vai assim:

«A LETTER TO THE TERRORISTS, FROM LONDON

What the fuck do you think you're doing?

This is London. We've dealt with your sort before. You don't try and pull this on us.

Do you have any idea how many times our city has been attacked? Whatever you're trying to do, it's not going to work.

All you've done is end some of our lives, and ruin some more. How is that going to help you? You don't get rewarded for this kind of crap.

And if, as your MO indicates, you're an al-Qaeda group, then you're out of your tiny minds.

Because if this is a message to Tony Blair, we've got news for you. We don't much like our government ourselves, or what they do in our name. But, listen very clearly. We'll deal with that ourselves. We're London, and we've got our own way of doing things, and it doesn't involve tossing bombs around where innocent people are going about their lives.

And that's because we're better than you. Everyone is better than you. Our city works. We rather like it. And we're going to go about our lives. We're going to take care of the lives you ruined. And then we're going to work. And we're going down the pub.

So you can pack up your bombs, put them in your arseholes, and get the fuck out of our city.
»

Ah, fadista!

Há quem diga que sim, mas a gente não acredita, nada disso! Então ele é tão bom rapaz...

Tom Cruise is NUTS

11.7.05

Erotismo made in Portugal

Há no Fórum Sons um tópico onde se pergunta «o que é que descobriram no forumsons». Pois foi lá que, hoje, os The Galarzas descobriram (através de um castro colega) este belo disquinho português (provavelmente de 70s), à venda no sítio do costume:

Erotismo: o que se faz por uma mulher

Depois do espólio de Champalimaud, eis o erotismo musical lusitano a saque na net. Quem dá mais?

Onde é que isto vai parar?

Uma loja de roupa a oferecer MP3s?
Um velho comediante a vender toques de telemóveis?
Um blog japonês a servir de galeria de arte de uma banda norte-americana?

Albion, adeus

A embaixada está de regresso, cofre e sonora, como diriam em língua inglesa!

10.7.05

Albion 4



Tuga e tuga em todo o lado, e quando se pergunta ao tuga londrino como foi isto das bombas, a resposta e' que ha' muitos problemas com a papelada da embaixada. E que os gajos da associacao A ou B andam a gamar o dinheiro deste e daquele. E que se nao fosse isto e aquilo o fulano de tal nao tinha uma casa e um carro.

Tuga e' tuga em todo o lado. Por isso nos bairros onde moramos, aqui em Londres, topam-se as casas dos lusos pela bela parabolica TV CABO que encima o predio ou, muitas vezes, que adorna a janela.

Tuga e' tuda, e claro que ontem 'a noite houve festa, a final de um campeonato de futebol. Com cerveja Sagres e febras.

Tuga e' tao tuga que a caricatura de um tuga e' apenas um eufemismo.

Entretanto, as austriacas do Ministry of Sound mandam saudades.

Vosso,

9.7.05

Atentados

...ao bom gosto:

- O Governo;
- O bigode do Luís Filipe Vieira;
- A 'Revolta dos Pastéis de Nata' na 2:;
- Morar em Massamá;
- Passar férias em quase todo o Algarve;
- Casar em Agosto;
- Caniches;
- O esganiçar da Dulce Pontes.

Albion 2 - Manha

(perdoai a falta de acentos, assim como nos perdoamos a quem nos tem ofendido)

Isto esta impressivo. Andam os subtidos preocupados com a bomba (the bomb / the bom / the bomb / will bring us together) e com os bairros dos arabes, onde apesar de ainda nao haver escaramucas, ha' medo.

Os tugas que vamos encontrando na rua tem aquele sentimento de "coitados deles" mas "nao e nada connosco", o que ajuda 'a catarse. Olha-se para os autocarros e espera-se a explosao. Ha' noticia de que podem vir a rebentar mais bombas durante os proximos dias. A policia passou do cassetette 'a metrelhadora e as lojas de comida 'arabe estao a meio gas: umas fechadas, outras so com nativos do islao. A Al-Qaeda parece ja' ter reivindicado o atentado, mas a verdade e' que este povo nao acredita... Isto e', quem nao ve caras, nao ve detencoes, e e' necessario um terrorista preso para acalmar as hostes.

No torneio de Magic The Gathering os nerds continuam a jogar como se la' fora nada se passasse. Mas no centro da cidade ha' uma especie de electricidade que passa pelos olhos, pelo movimento corporal de todos. Andar de metro e', por estes dias, uma aventura radical, sempre 'a espera do velho comeco dos Smiths

Panic in the streets of London / (...) / I wonder to myself...

Albion 1

Em resumo, que a máquina engoliu-me a primeira prosa:

Entrecosto com molho agridoce
Sete vodkas e sete uísques
Uma condução estranha do senhor Embaixador num simulador que nos ia deixando pior que as vítimas de Pamplona
O SOUND, onde a pedofilia se misturou com a falta de álcool
O SOUND, onde cada garina tinha, pelo menos, metade de cada elemento da comitiva
O SOUND, onde nos apalparam para poder entrar (mais uma vez calhou um afro-inglês ao senhor Embaixador)
O SOUND, onde uma toleirona e três meninas do 9B da Escola Secundária de Notting Hill se riram
E depois
O METRA, onde, finalmente, a embaixada conseguiu desbloquear.
O METRA, onde o senhor embaixador grafou de gâmbias aos gluteos de uma gringa
O METRA, onde o senhor embaixador ia provocando um atentado contra o que chamou um monhé
O METRA, onde este humilde escriba entrou numa festa de despedida de solteira
E depois
O PARAGON, onde tudo se explicou assim: o mais seguro local de Londres, cheio de árabes, em cada mesa um cachimbo de água e/ou o ópio mais ou menos do povo
O PARAGON, selecto club, indicado por um compatriota em frente ao Odeon, onde beautiful people era quem entrava e, uma vez mais, se prova que só em Lisboa a bestialidade barra entradas em clubes selectos
O PARAGON, onde a cada patrão da mafia suas damas, a cada dama seus pedintes

Em suma, já de volta a Earls Court, ainda houve tempo para confirmar, com amigos de castela, que antes muerta que sencilla

Vosso,

24Broncas

Na edição desta sexta-feira, o 24horas voltou a ser exemplo de zelo profissional e perfeccionismo jornalístico. O pequeno suplemento "Especial Praias d'Ouro" fez notícia do Festival do Tejo, que este ano, pela primeira vez «aposta em bandas estrangeiras». Até aqui, tudo certo. O pior vem a seguir - logo na legenda da foto, abaixo do título:

«Os Moonspell são uma das bandas estrangeiras a cantar na Azambuja».

Moonspell, estrangeiros? Hmm... No texto, a asneira repete-se:

«No último dia, dedicado às sonoridades mais pesadas, actuarão dois grupos alemães (Moonspell e Kreator) e os portugueses The Temple».

Pois... Alguém explica a estes senhores que os Moonspell são portugueses? E que, por acaso, até são uma das bandas portuguesas mais conhecidas no estrangeiro? E que lá fora vendem tanto ou mais que os Madredeus e a Mariza? E que até os alemães sabem que Portugal é a terra do Figo, do Eusébio, da Amália e dos Moonspell? E que para escrever uma notícia convém, pelo menos, saber do que se fala? Ou então - já que a notícia é copiada do take da Lusa - pelo menos, saber copiar e, em caso de dúvida, confirmar as informações? É que de analfabetos já está o país cheio... Dava jeito era um jornal que, através do populismo barato e das manchetes sobre novelas, pudesse educar em vez de desensinar.

8.7.05

Loondres 2005

...by all the top cartoonists!
O atentado de Londres visto pela tinta de alguns cartoonistas.

Vai uma rapidinha?

José Cláudio, 'Dedos Velozes'

Lembram-se da Miss Tampinha?

Em eras passadas, um pequeno bairro lisboeta serviu de palco à ascenção e queda de um discreto grupo de heróicos justiceiros. Numa escola secundária à beira do fim da cidade, reuniam-se secretamente cinco super-heróis e duas super-heroínas, incluídas posteriormente só para não ferir as susceptibilidades do então crescente movimento pela emancipação da mulher.

Eram eles o Capitão Portugal ("o homem que estava sempre a deixar caír o escudo"), o Super Bock (armas secretas: uma bebedeira mortífera e um odor hipnótico a álcool), o Capitão Greg's (que atacava com um vómito tóxico) e os irmãos Capitão Gay e Super Mercado. Eram elas a Miss Tampinha (tão baixinha quanto infalível, alvo das atenções de Gay e de Greg's) e a sua sempre fiel Super Yes.

Tempos depois, o Pentateu (assim se chamava a heróica associação) desfez-se: cada um dos seus super-sócios seguiu rumos que em casos pontuais se voltariam a cruzar (Capitão Portugal, Super Bock e Capitão Greg's são hoje discretos cidadãos que se reúnem apenas em alegres patuscadas ao domingo). Noutros casos, o reecontro ficaria para sempre adiado: Capitão Gay dedicou-se à prole e à loja de móveis da família; Super Mercado auto-raptou-se para um país estrangeiro; Miss Tampinha desapareceu e Super Yes também.

Mas hoje, caros e-leitores e ex-heróis, os The Galarzas descobriram finalmente o paradeiro de Miss Tampinha! Depois de um período de discreta reclusão, a super-heroína transformou-se numa associação online e dá hoje pelo mais simples nome de Tampinhas. Viva, pois, o regresso de Miss Tampinha, perdão, Tampinhas, a verdadeira heroína!

No mail de Galarza

O medo! O horror! A terrível ameaça sob a forma de discreto mail:

«Subject: Seu nome consta em nosso cadastro de inadimplentes. Favor verificar a pendencia encontrada em nosso sistema.»

O susto, senhores, o susto! Não é erro ortográfico nem língua morta - é a mais tenebrosa das verdades... Lá dentro, a ameaça prossegue:

«Prezado cliente até o presente momento encontra-se em nossos arquivos os débitos do contrato de nº 017525-7 e estamos lhe dando a oportunidade de quitar com parcelamento e desconto de até 30%.

Imprima o extrato e compareça em uma de nossas lojas ou ponto de atendimento evitando que seu CPF/CNPJ seja incluido no SERASA/SPC.

OBS: Para consultar seu CPF ou CNPJ, baixe o arquivo pendencias.exe e insira o numero de seu respectivo documento.
»

Nas palavras imortais do mui saudoso Perestrelo, "qu'é qu'é isso, ó meu?"

O doutor foi viajar

Falhou??

Andam para aí uns idiotas (nem sequer vou pôr links, mas basta dar uma volta pela net) que dizem que o atentado de Londres falhou, porque só matou 37 pessoas, menos que o de Madrid e o de Nova Iorque.

Com isto, justificam que o terrorismo está mais fraco e que não é necessária uma reacção brutal dos EUA e/ou do RU contra povos e Países que não se provaram culpados.

A somar a isto tudo, corre a teoria da conspiração (FDR, é contigo...), onde se conta que o ex-PM israelita foi avisado que ia haver atentado e, ainda que próximo do lugar das explosões, se safou, porque não apareceu não-sei-onde...

Epá, desculpem lá, mas:

Falhou? 37 mortos e 700 feridos (à hora que escrevo) e Falhou? Mas o sucesso é o quê? Acima dos 1000 mortos? Um número redondinho? A Roda Gigante da British Airways a rolar Tamisa abaixo, ao estilo Doctor Who? Mas Falhou onde? Não rebentaram as bombas ao mesmo tempo? Queriam mais tragédia, para poderem dizer que os EUA estavam errados e pimba, outra vez contra o Bush?

Onde é que anda o bom senso, senhores?

É que já farta:

- O discurso anti-imperialista dos neo-trotsquistas, dos neo-revisas, dos revisas, dos ml que se esqueceram das bases do ml;

- O discurso anti-capitalista sem que o do socialismo se distinga;

- A paz pela paz, numa visão interesseiro-romântica de que não há gente má no mundo, há é uns sem sorte (eu apresento-vos uns tipos porreiros, se quiserem);

- A argumentação a favor do "povo árabe". Deixem lá o "povo árabe", que esse "povo árabe" só quer é que lhe deixem a moleirinha em paz. Os árabes têm tanta culpa do Bin Laden como eu tenho culpa do Ratzinger. Mas se o Ratz fizer asneiras, não quero nenhum líder de opinião "árabe" a dizer que é preciso proteger o "povo ocidental" ou "povo luso" do terrível Papa Benedito XVI.

- E, depois disto, irrita-me ainda mais a direita imbecil, que só vê armas e canhões. E mais me irrita a esquerda não ter respostas, só slogans para colar em cartazes contra os G8, o IP5, os B52, ou qualquer coisa que junte letras e números.

Razão tinha o Pinheiro de Azevedo. Dass!

Vender Baleias

Parece que os Jogos Olímpicos de Londres vão ser óptimos para vender baleias, diz a BBC.

(sim, sim, leva h)

7.7.05

Entretanto, no reino da palhaçada

"LISBOA: Uma carta suspeita foi deixada esta noite a porta da Agencia LUSA, obrigando a evacuacao dos funcionarios e a intervencao do departamento de minas e armadilhas da Policia de Seguranca Publica."

Ora, a carta é esta (se al´guém sabe árabe, por favor, diga-nos que isto são rabiscos de putos de 20 anos, que a gente só se consegue rir):



E depois, não contentes, esvaziaram a agência e chamaram a polícia. Ora, qual CSI, qual Zé Gato. Eis o agente Matias, na mais perigosa missão da sua vida:



Lembram-se quando foi do pó branco? Que havia ameaças do Minho ao Algarve?

Londres



Amanhã, uma embaixada galárzica parte para Albion. Ia a banhos, umas copas, meia dúzia de divertimentos. A viagem marcada há semanas, os planos para o Soho e South Bank feitos.

Agora, vamos ver. Vamos ver o resultado desta Guerra dos Mundos, como diz o irmão Quinto. O parágrafo muda, assim:

Amanhã, uma embaixada galárzica parte para o Reino Unido. Vai juntar-se aos sobreviventes desta malária ocidental chamada medo e terrorismo. Vai beber menos, vai menos entusiasmada. Vai com a profunda certeza de viver um pedaço de História, que bem podia dispensar.

Make History

Não haverá por aí daquelas fitas brancas inclinadas para pôr no canto das belugas a dizer "Make Terrorism History"?

E não haverá por aí daquelas fitas brancas inclinadas para pôr no canto das belugas a dizer "Make G8 History"?

A Guerra dos Mundos...

...chegou a Londres.

Poema de Albano José da Silva ao Domingo
(ou A Posta do Dia)

SUMISSA

O teu nome é belo
O teu pai é bom homem também
Quero ter filhos homens
Acho que nos vamos dar bem

Gosto de ti como de laranjas
Tens as melhores coxas da aldeia
Às vezes vejo-te com a tua mãe
Não és nada feia

No baile em Agosto dançámos
É primavera e namoramos
Quando estava na tropa escrevi-te
Uns tempos depois ainda nos gostamos.

Com amor, Albano José da Silva ao Domingo

[in Os Meus Pensamentos, de Sub Missa ao Domingo
via Ruína Rádio (ou será Rui na Rádio?)]

Atrás da gaiola aberta...

...demos com uma casa de pássaros.

Parabéns, Sô Vilhena...

José Vilhena
...e obrigado pela prendinha!
Nós vamos picando o ponto, à espera de novidades.

Uma imagem vale mil palavras...
em mil e uma línguas diferentes

AGuerradosMundosdeStevenSpielbergestreiahoje