31.12.03

Ah, Galarzão...!

Se mais nenhum disco for editado este ano, o Galarzão de Pior Disco do Ano vai para...


...Harem, de Sarah Brightman.

O Galarzão é atribuído à La Brightman pelo brilhante balde de poia techno-esotérica em que transformou a nossa Canção do Mar. Não só, mas também.

Não podia o ano acabar sem...

um tributo a Monsanto Guedes:

Meu Santo
(tributo a Monsanto Guedes)


Foste caipira-pira-pira
Plantaste águas de Março
Deixaste passar a banda
Sem qualquer embaraço

Cantaste hinos de revolta
Largaste a terra que amavas
Achaste por bem a fuga
Em vez das drogas que tomavas

Vieste de longe, tão longe
Pelos caminhos de Portugal
Foste longe e regressaste
Para as manchetes do jornal

Marchaste ao pião das nicas
Fizeste zumba na caneca
Um dia partiste sem dor
À porta da cinemateca

Mas deixaste hinos de revolta
Nesta terra que amavas
Perdemos com a tua fuga
Ganhámos o que pintavas

(Meste Nestor Alvito, Inéditos do Futuro, 2004)

Num esquecer as 12 passas

Eis 2004



Imagens chegadas do futuro demonstram que o mundo existirá ainda em 2004. Esta fotografia só será tirada logo à noite, na Austrália, mas foi enviada pelo artista plástico Monsanto Guedes, que se vai encontrar esta noite em Sidney. Monsanto Guedes afirmava: «Há poucos minutos, ainda».

Problema geracional


Vimos e, ainda por cima, gostámos

Novo Poeta

As Lajes

I

Berro meridional. Pélago tónico
triste em seus horizontes
de largos caminhos fulgidamente
argilosos.
Resigna-te lentamente. Não!
Daqui, dali minhocas
do bicho da garça da noite.
Condições de braçadas, subtilmente
signos de silêncios,
sedimentos de um remorso com penas.

de Neves Dias, in Mãos de Aprumo, Colecção Poética, Lisboa, sem data

2003

A conta, por favor

Tragédia de amor do furriel Alípio

Minh'alma tem estacão
Minh'alma passa estere
Do fundo do coração
Dou-te a mão, mulher
E o empedrado brilha
Ao codorno dos
Algerozes
Caleira feroz da paixão
Lisboa

Teu fado engalfinha
Esgarabulha-me a alma
Troante passagem
Pelas curvas ácidas
Dos nãos
Teu veu, ventre aberto
Batel sem rasgo ou
Movimento
Nau que drapeja
Sémen e rebento
Ao cotovelo do mundo
A contento

Alimentarás um só desejo
O de negar-me um dia
O dia
Em que te não vejo

de Eustáquio Pinho, Varicela de cores, Montevideo, 1995

30.12.03

Poema de Nuno Alhazred Middenheim

Os meus amigos, a minha família, e outros animais

às vezes tenho vontade de partir
o ninho à primeira andorinha

às vezes sinto necessidade de me espalhar
como sal em feridas abertas

às vezes parece que finalmente fujo
para outro marasmo igual

esperem
oiçam-me
nunca ouvem o que eu digo
a minha alma dança nua aos pés troantes de um exército de adamastores

tenho uma ânsia tão grande de beber
mais do que um oceano uma gota do teu suor

e porque é que é sempre tão rápido

Nuno Alhazred Middenheim, in «Unaussprechlichen Kulten», Editora Anda Cá Que Já Te Conto, Celorico da Beira, 1912

NOVIDADE INSOFISMÁVEL

Está pronta a primeira maqueta do primeiro disco dos The Galarzas: «The Galarzas Party Mix Reveillon 2003/2004 (Very Tipical - The Fado Way)». A grande estreia está marcada para amanhã à noite, fim-de-ano em todo o mundo, na sede oficial dos The Galarzas.

Se querem compreender a importância do Conjunto Mistério para a formação musical galárzica... se querem explorar a relação obscura entre António Severino, Graciano Saga e Carlos Bastos... se querem alimentar a polémica das vaidades... preparem-se para descobrir «The Galarzas Party Mix Reveillon 2003/2004 (Very Tipical - The Fado Way)».

Em breve, nos escapa ratos.

Rica ideia

Se eu ganhasse um euro por cada vez que ouvisse alguém dizer «vai espernear uma couve»... estaria agora exactamente um euro mais rico.

(baseado numa posta do dirt poet)

Alerta geral em tom quadrado

Atenção: no final desta posta faltarão 59 minutos para as 18 horas.

Ameaça do dia

«A partir de agora não vou parar mais.»

(Pilar Homem de Melo, in Correio da Manhã)

Seis meses depois

Na passagem de um aseismesesversário desta tertúlia oficial do conjunto musico-poético The Galarzas, os The Galarzas vêm saravar os seus 3 leitores de sempre mais os outros 2 ganhos pelo caminho e parabenizar todos aqueles que contribuíram para a descoberta do óleo de fígado de bacalhau.

E para que não se deixe passar a ameaça em branco, recuperamos hoje as promessas de ontem. Ah, pôrra!

Bom Tom

Corcovado

Num cantinho um violão
Este amor, uma canção
Prá fazer feliz a quem se ama
Muita calma prá pensar
E ter tempo prá sonhar
Da janela vê-se o Corcovado
O Redentor, que lindo!

Quero a vida sempre assim
Com você perto de mim
Até o apagar da velha chama
E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você eu conheci
O que é felicidade
Meu amor

de Tom Jobim

29.12.03

Para acabar de vez com as dores de cabeça...

...e com aquelas desculpas que todos os homens bem conhecem: toma lá a pesquisa quentinha, que é para não dizeres que não gostas.

O xadrez de Homem Basco: 2ª jogada

«A semântica da musicalidade não é nata. Aprende-se e apreende-se com gestos e com palavras, com actos e com ideias. Com amor.»

(Homem Basco, pensador lúdico)

O xadrez de Homem Basco: 1ª jogada

«A semântica da musicalidade não é um dado adquirido. Joga-se a espaços, com paciência, sensatez, perseverança e profissionalismo.»

(Homem Basco, surrealista... ou não)

Retalhos da vida de um país a precisar de médico

Fábrica de louças na falência lança 400 trabalhadores para o desemprego... Empresa de camionagem em risco de sobrevivência (ao fim de 20 anos sem pagar impostos) despede dois terços dos empregados... Bombeiros vendem viagens de helicóptero e traficam jipes... Clubes de futebol da Superliga (que continuam a fugir ao fisco com o aval do Estado) gastam milhões de contos em estádios novos e contratações... Ferreira Leite diz que sabe o que está a fazer... Durão Barroso diz que para o ano é que é... Paulo Portas dá licença a Durão Barroso para dizer que para o ano é que é... Santana Lopes gasta mais seis milhões para afixar cartazes a dizer que para o ano é que é... E o cabrão do Pai Natal, que não me deu a carabina para dar um tiro nos cornos a esta cambada toda!

Colesterolvisão

É impressão minha ou a televisão portuguesa anda a conspirar para aumentar o colesterol aos telespectadores? A TVI obriga-nos a comer Morangos com Açúcar... a SIC, por cima, sugere Chocolate com Pimenta... a RTP1 leva os putos a ver A Quinta do Avô MacDonalds... e depois, armada em serviço púdico, vem a 2, rezar aos Santos da Casa, a correr pelo Serviço de Urgência, para ficar a Sete Palmos de Terra... E a casa de banho é a nossa sala, que é para onde vai esta merda toda!

Registo de Patentes

Para que, com o achegar do final do ano e a fartura de doces, os nossos três leitores (incluindo aquele que nos tem acompanhado desde o 3º dia) não julgem que andamos esquecidos dos nossos afazeres e das nossas eleitorais promessas, os The Galarzas deixam aqui uma resenha de tudo aquilo que andam a tramar para os próximos tempos:

- edição do álbum de estreia dos The Galarzas, potencialmente intitulado «O melhor dos...» ou «The best of...» [ainda em fase de pós-pré-pro-dução: já com alinhamento quase definido e produtor escolhido, embora não confirmado];

- edição da colectânea «The (Essential) Galarzas», reunindo vários artistas influenciados pela obra dos The Galarzas [ainda em fase naciturna];

- edição do disco «The Galarzas by *» (sendo que * será a banda que aceitar o desafio de colaborar neste projecto de versões dos próprios The Galarzas [ainda em fase de pesquisa];

- edição do álbum ao vivo dos The Galarzas, gravado no estúdio domiciliário de Primo Galarza, na primeira apresentação privada do registo dos temas originais dos The Galarzas atrás referidos [ainda em fase girionária];

- edição do livro de poesia «The Galarzas Hieronimus» (também conhecido em meios restritos por «The Galarzas Heteronimus») [já em fase adiantada de cantação e de composição];

- edição das colectâneas de ditos e escritos dos belóguers The Haiku (Blog)Spot (porventura intitulado «The Haiku (Book)Deal») e Tabaco Só Ao Balcão (eventualmente intitulado «Tabaco Só Com Talão») [ainda em fase de forward];

- edição dos opus literários «Interessantíssima Trindade» e «Portugu??s Suave» [ainda em fase incógnita];

- edição da ópera-rock para televisão ou cinema «O Lagar do Morto» [ainda em fase embrionária];

- edição do filme «The Galarzas: Março 2004» [ainda sem data definida];

- edição especial, integral, limitada e exclusiva para o clube de fãs dos The Galarzas dos bootlegs das tertúlias dos The Galarzas [ainda por saber se existem...].

Em Abril, novidades mil.

2003 em Revista

The Galarzas apresentam os dias que marcaram o ano:

Janeiro - 3ª Feira, dia 1
Fevereiro - 3ª Feira, dia 12
Março - 6ª Feira, dia 29 e Domingo, dia 31
Abril - 5ª Feira, dia 25
Maio - 4ª Feira, dia 1 e 5ª Feira, dia 30
Junho - 2ª Feira, dia 10
Julho -
Agosto - 5ª Feira, dia 15
Setembro -
Outubro - Sabado, dia 5
Novembro - 6ª Feira, dia 1
Dezembro - Domingo, dia 1; Domingo, dia 8; 4ª Feira, dia 25

Ele é que disse


Os terríveis iranianos

«Quem dera tivessemos morrido nós. Eram tão miúdos.»

Kobrah Abbasi Nejad, pai de quatro crianças que morreram no sismo iraniano, in NYT

Trata

Ano, bom estado, usado uma vez, como novo.

28.12.03

Estado da Nação

Ótimus no exílio
Primo com corrimento
Terceiro ao sol
Quarto no bulimento
Quinto intoxicado
Cesto enfermizado
Septeto febril
Octávios baril
Coxo anda o Til

Ah! A lei seca...

«Believe it or not, it may be helping us because it's driving people to drink

- MATTHEW MAHER, dono da McSorley's Old Ale House, em Nova Iorque, onde está decretada a lei do Não Fumar em lado nenhum (fonte: New York Times).

Doçaria Portuguesa

Este Natal, Quinto Galarza e sua anexa receberam uma prenda farta em surpresas: uma tonitruante intoxicação alimentar, que nos deixou encostados ao vomitório e prostrados à cama aproximadamente dois dias inteiros, alimentados a chá e torradas e Primpéran! Ah, que bom é o Natal, que boa é a doçaria portuguesa!

Em Cativelos...

... todos os dias de manhã agarrava em mim e ia para uma pracita que lá há, posta convenientemente por cima de um ribeiro, ler ao Sol.

Tão bom.

Andava aqui a fazer zapping e desisti

A grande maçada de ler sobre outros países é chegar à conclusão de que anda cá dentro da fronteira um lume-brando, um banho-maria insuportável: não cozinha nem arrefece, amorna.
Vem isto a propósito de um programa vespertino que um canal da tv cabo - essa fascinante empresa - oferece aos seus clientes: o insuportável (para o escriba) CNBC.

Quem conhece, e não é economista, sabe do que falo: milhares de estímulos por segundo, intentonas contra a concentração, botões verdes a subir, setas vermelhas a apontar o inferno accionista, de Tóquio a Nova Iorque, de vez em quando lá aparecem as acções que o meu avô comprou.
Quem diria, aliás, que quando em 1995, ou antes, acho que antes, quando o meu avô me levou pela mão à velha «dependência» bancária do Totta&Açores de Moscavide para comprar acções da empresa onde sempre trabalhou, ele próprio viria um dia a ser dono de sete segundo de fama na CNBC.
O meu avô, alentejano, habituado à terra, a subir com a pasteleira a rampa da igreja, onde há-de cair e dar azo ao mal que o levará, o meu avô ali, todos os dias, na CNBC.

É como se aquilo que comprámos, assinamos, adquirimos, sei lá, naquela velha «dependência» do Totta se eternizasse através do Eutelsat, do Astra, a memória da pasteleira verde do meu avô a subir a ladeira, e eu a vê-lo a subir a ladeira com os pés nos pedais, e eu a desmontar porque não tinha a mesma força que ele, ele 70, eu 12, e a CNBC a passar, todos os dias, ali, da direita para a esquerda, as acções do meu avô compradas, assinadas, sonegadas, encomendadas no balcão almofadado a napa castanha, um homem a quem se chamava sr. Tavares a aconselhar, de casaco aos quadrados, do outro lado do balcão.

A gripe, dizia, levou a que me prostrasse em frente ao televisor esta tarde. Aliás, com a família toda doente, alguns no exílio para evitar que o vírus alastre, já não havia pachorra para ouvir rádios estridentes, os livros estão lidos ou ainda virgens (o Mário de Carvalho é bom, deus o mantenha), ligo o televisor e eis que aparece um grupo de senhores americanos a fazer o balanço do ano. O programa tem o nome do apresentador, que é The qualquer-coisa Group. O qualquer-coisa é o apelido, mas não me apetece ir à net ver o nome do homem, por isso deixem-se estar sossegados, ele não se ofende.

Ora, ali estavam quatro palradores, da esquerda à direita, a dizer o que tinham achado de 2003, blá blá blá, que isto e aquilo e, de repente, o republicano Pat Buchanan (acho que é assim que se escreve) sai a atacar os próprios companheiros. Porrada no Bush e no Exterminador da Califórnia.
Outro, que lá estava, assim para o compostinho, deu valente na política externa dos EUA.
A senhora que já faz parte da cota e da quota do programa, embora não disfarce o seu «esquerdismo americano», a dar cotoveladas no imbecil que os democratas querem por a correr contra o Bush...

E eu, engripado, a pensar: mas que raio, o Marcelo é tão considerado porquê? Estes tipos estão aqui descontraídos, a dar porrada nos seus pares, e não são levados aos ombros, porque é que nós aqui no país ficamos logo à banda quando o Marcelo fala. Ou o Pacheco bloga? Ou o Santana panfleta? Ou o Carrilho fecunda? É que estes, talvez com excepção e muito favor ao Pacheco e ao seu ódio de estimação com o Portas, são uns empatas. É tudo delico-doce. É tudo meias-tintas. Parecem o Garcia Pereira, que é totalmente inofensivo e por isso é que ainda o deixam falar.

Ou o Louçã. Aliás, ou o Louçã e o Bloco são parvos ou já perceberam que estão arrumados se não mudam aquilo de «Le Bloque c'est moi»... O Barroso já trata o Louçã por menino Tonecas e arruma-o. Upper-cut a cada debate.

Resumindo, andava aqui a fazer zapping e desisti. Recebi o «Yes, Minister» como prenda de Natal e faltam só dois episódios para rever toda a série que, amiúde, a BBC Prime tem reposto. Um dia destes, hei-de voltar a ver o meu avô passar na CNBC.

Bom 2005. Que 2004, deus nos ajude...

27.12.03

2003, O Regresso do Muro


Israel manda erguer parede, tal-qual Berlim

Indignação.

Estava calor na Serra da Estrela.

26.12.03

As doze badaladas

Uvas com face triste
Carapassas

Disseste
«Somos felizes»
Uma passa

Sorriste
«Quero mais»
A mordaça

O ano vai morrer
Num badalo
A sentença
Ameaça

A guerra sobe de tom
Festeja-se e branqueia-se
Nas goelas
Vinho bom
E passinhas
À mão cheia

Onde há-de acabar
O ano que nós vivemos
Se anos há para tudo
Aquilo que nós fazemos

O ano fiscal em Março
O ano lectivo em Julho
O ano legislativo em Outubro
O ano da consagração
É outro este não

Este é o ano do não-sei-bem
O ano que já acabou
O ano que há-de vir
O ano que fica também

de Eustáquio Pinho, A Varanda das Pérolas Assadas, Àlvaro, 1997

24.12.03

Capice?

Mogais Sagmento dixit, em conferência de imprensa, depois do Conselho de Ministros de ontem, transmitida em directo pelo Telejornal de ontem e citado pelo DN de hoje (e antes de falar no «atravessamento de bens municipais»):

«[Foi] transposto para a ordem jurídica nacional um conjunto de directivas relativas à inclusão de substâncias activas na lista positiva comunitária.»

Faltam três meses

Com um poema, os The Galarzas desejam BOAS FESTAS a todos os seus três leitores

Hoje é dia de Natal

Hoje é dia de Natal
Há jantar no restaurante
Quem paga é o patrão
Que desconta mais adiante

Hoje é dia de Natal
Choram ao longe ordenados
Que não chegam à hora certa
Nem sempre chegam atrasados

Hoje é dia de Natal
Esperam por mim anõezinhos
Olham para o relógio bufando
Pela delonga dos vizinhos

Hoje é dia de Natal
Nasceu o menino Jesus
Mandou um pum à nascença
Para dizer: faça-se luz!

(Mestre Nestor Alvito, in Travessa do Ferragial, edição de autor, 1979)

23.12.03

Perus Contra Talhantes Portugueses

ATENÇÃO CAMARADA PERU

Amanhã, às 23h45, será transmitido no Rádio Clube Português a canção «E depois do Bagaço», vencedora do concurso da Eurovisão deste ano. A esta primeira senha, os camaradas perús mais graduados devem reunir os seus praças, cabos e demais aves e explicar os planos. Os perús não voluntários deverão ser então guardados em capoeiras, sem penas, para que mesmo assim fiquem disfarçados.
Precisamente à meia-noite a Emissora Nacional RDP transmitirá o poema de Mestre Nestor Alvito, «Capão», lido por Óscar Machico, a partir da Pontinha.

É o momento. Saí-de das capoeiras, dos casebres, das choupanas, das seges. Rumai ao Terreiro com a protecção de pescoço que nos chegou do pacífico - muito obrigado às senhoras que mandaram estes magníficos anéis.

Ali, Idálio Juvino, Eustáquio Pinho, Thola Andropolus e Carolina Dulcídia terão já os seres humanos reféns, para que vós possais dar-lhes mosto e picotar-lhes o pescoço.
Vai a assar cerca de uma hora e meia, depois de queimadas as partes pilosas, barrado com manteiga, sal, louro e uma pouca de tomilho.

Está perto a hora. 25 de Dezembro sempre!

Vão-se os anéis, ficam os hipermercados

Afinal, a história de Frodo não acabou bem como Tolkien a contou... Descobriu-se agora que, depois da aventura, o hobbit voltou para o Shire, mudou de nome para Paço Underhill (apelido já usado por Frodo em Bree) e tornou-se um «consultor na área do consumo».

A prova de tal transfiguração vem no Público de hoje. E por mais que Paço Underhill tente disfarçar a voz, não há dúvida: é ele mesmo que protagoniza «as lições de Underhill»!

A frase do dia

É de João Miguel Tavares, no DN:

«Legislar sobre o vácuo, já se sabe, é a actividade favorita dos políticos portugueses.»

22.12.03


21.12.03

Sapiência

Nem um sapo
Chega pela sombra
De charcos e pântanos submissos
Que me chamam para o seu lado
Neste noite de chuva sã
Que lava a minha face

Nem um sapo
Me ilumina
O caminho tormentoso
Que me aparta de casa
E me aproxima da morte
Por mais tempo que queira

Nem um sapo
Vi eu esta noite
Nem um sapo
Nem uma rã

(de Mestre Nestor Alvito, in Lotaria Popular, Edições Jesus Em Teu Ventre, 1977)

Eu vi um sapo

Após superficial investigação e básica busca, os The Galarzas chegaram à conclusão de que, em casa de Mestre Til Krassman (ou será de Cesto Galarza?) existem, pelo menos - e antes de aturada contagem -, 88 sapos e 3 tartarugas.

20.12.03

Natal Assassino

Era uma noite fria
A neve pintava as ruas
E as gentes em casa comiam
Mas na rua deserta
Uma sombra acordada
Buscava uma visão perversa

Um pai natal de vermelho
De sangue quente e mordaz
De faca na mão para espetar
Em almas tristes e sós
Que o natal não acompanha
Em sonhos de famílias unidas

Foi uma noite de natal
Como há muito não se via
Nem nunca o menino Jesus sonhara
Na manhã de natal
Os jornais só contavam
A história do pai natal assassino.

de Mestre Nestor Alvito (escrito numa noite de bebedeira no Natal de 1975, para inclusão numa colectânea de poemas de Natal, mas recusado pela editora, devido à sua perversa mensagem)

Fantasporno: o sangue e o sémen

Pois é... infelizmente, não é só no palácio do Rei de Inglaterra que acontecem coisas do outro mundo. Também em Lisboa, o outro mundo veio para ficar: o submundo, o mundo do porno! Então não é que ao fim de dois meses, o Fantasporto abandonou o Cine Paraíso, em Lisboa, por imcompatibilidade com a gerência da sala? Parece que os filmes de sangue a escorrer pelas feridas não rendem tanto como os filmes de sémen a esporrar pelas fendas... Pois anyway, um saravá aos senhores do Fantas: para o ano lá estaremos de novo!

Feliz Natal!

O homem fantasma



Eu sou o homem-fantasma
vejo tudo sem ser visto
eu sou um justiceiro
com um disfarce sinistro
eu meto medo aos que nos vêm
com falinhas falsas
e treme-lhes a dentadura
cai-lhes as calças

Eu sou o homem fantasma
e estou em toda a parte
voar para alguns é profissão
para mim é uma arte
mas para ver o meu bairro
eu não preciso de asas
muito prédio a crescer
e muita gente sem casas

Nunca descansa, o homem-fantasma
e a gente espanta-se e a gente pasma
quando respira fundo, o homem fantasma
nunca é de alívio
quando muito será de asma.

Eu sou o homem-fantasma
vejo tudo sem ser visto
e já espreitei para dentro
da carteira de um ministro
e vi fotografias
de um passado duvidoso
e outras mais recentes
dele todo vaidoso

Eu sou o homem-fantasma
justiceiro imortal
eu vou de norte a sul
da montanha ao litoral
e enquanto a luz e a água
vão para a vila e para a cidade
para aldeia vão jornais da tarde
e boa vontade

Eu sou o homem-fantasma
e estive num hospital
há lá quem morra
tanto da cura como do mal
e os donos da medicina
gritaram: Aí, o homem-fantasma!
Depressa, uma seringa,
um bisturi, um cataplasma!

Eu sou o homem-fantasma
e como vidro transparente
eu sento-me aos jantares
e ninguém me pressente
e dizem: tal e coisa
e coisa e tal e vice e versa
e o que lá fora era discurso
cá dentro é conversa

Eu sou o homem-fantasma
combatente infatigável
mas atenção que até eu
posso ser criticável
se depois do que eu digo
e denuncio e reclamo
eu voltar para casa
e em casa eu for um tirano

Letra e Música de Sérgio Godinho

Ó Laurindinha

Ó Laurindinha
Banana, banana,
Se pela noite calada,
Come o macaco
A cigana

Ó Laurindinha
Secura, secura
Não dormes na cama
Enche-la com
A verdura

Ó Laurindinha
Laranja, laranja
Se não comes o frango
Come ao menos
a canja

by Mestre Nestor Alvito, edicção de autor

19.12.03

Poema da pantalha

Puta.
Vaca.
Andas a roubar
a quem precisa.

Puta.
Vaca leiteira.
Puta.
Vai roubar
para a estrada.
Ah!
Vai lavar sanitas.

de D. Florinda, in «Deixei-me Dormir um Bocadinho», dicção de autor

Menos azeitona mas de boa qualidade

As previsões agrícolas, em 30 de Novembro, apontam para quebras na produção de milho de regadio, azeitona, kiwi e avelã. Em contrapartida, para a castanha prevê-se um aumento da produção na ordem dos 5%. Os trabalhos preparatórios para o próximo ano agrícola estão a decorrer com normalidade.

Braseiro

Sós

Fiz-te fogo às cinco
Fiz-te arranjo depois
Deixei arder

Afaguei o cão
Fui regar
Alimentei três coelhos

Apalpei as tangerinas
Afastei a talha da azeitona
Fechei as galinhas

Voltei ao lume
Separei das chamas
O braseiro

Levei brasas na mão
Numa braseira com arame
Em forma de pega

À noite
Olhei para ti apaixonado
Ali, como eu, sentado

Que interessa se morremos
Se ainda a alma nos aquece
Nestes Dezembros

O braseiro

de Eustáquio Pinho, O Vácuo no Hipotálamo, Azervadinha, 1977

Pouca-terra, mau-mau

O comboio (tuut-tuu)
Chega apressado (tuut-tuu)
Vai a caminho (tuut-tuu)
Do outro lado (tuut-tuu)

O comboio (tuut-tuu)
Está de partida (tuut-tuu)
Largou as gentes (tuut-tuu)
Na despedida (tuut-tuu)

O comboio (tuut-tuu)
Está decidido (tuuuut!)
Vai tão depressa (pum!)
Já está perdido ()

inédito de Mestre Nestor Alvito, escrito na linha do Tua, 1977

E não se pode abortar o Governo?

Nestes dias de intensa parada de SIMs e NÃOs e TALVEZes e NIMs e disse que SIM mas depois disse que NÃO e vice-versa ao referendo sobre o aborto, recuperamos a grande dúvida de uma larga fatia de portugueses, que ainda hoje se questionam:

Qual a sua opinião sobre o aborto?
a) Tem sido um bom primeiro-ministro.
b) Tem sido um primeiro-ministro ineficaz.
c) Nem sequer tem sido primeiro-ministro.


Aceitam-se réplicas... esta semana, no sítio do costume.

Esclarecimento da Direcção

Ao contrário do que andam por aí a espalhar certos frequentadores do blogoverso, os The Galarzas vêm por este meio esclarecer que nenhum dos The Galarzas é o autor do belógue d'O Meu Pipi. O mesmo é dizer, de uma vez por todas, e com muita pena, O PIPI NÃO É NOSSO! O RAP que o diga...

18.12.03

História desAmor

era uma vez
um agrafador maltês
que convidou um xaile
para uma festa e um baile

mas o xaile tinha projectos
para uma noite de afectos
não com este agrafador
- com o seu maior amor:

um saquinho de água quente
que num ligeiro acidente
encantou as suas rendas
com cantos, contos e lendas

e viveram sempre felizes
o xaile, o saquinho e os petizes
que nasceram deste amor...
para mágoa do agrafador

inédito de Mestre Nestor Alvito, 1973

Este senhor manda dizer



«Bardamerda pró natal. É só fumaça. 2004 é sereno.»

Touch of Evil

Montra de Natal

Agora que o Natal se aproxima desvairadamente e os antros comarciais estão à pinha, os The Galarzas - verdadeiros mentores do serviço público virtual - lançam aqui uma série de sugestões de prendinhas para toda a família.

Para as crianças, duas ideias:



ursos para os meninos, macaquices para as meninas.

Para os adolescentes na idade de descoberta:



a t-shirt dele, o brinquedo dela.

E para quem já não acredita no Pai Natal:



um livrinho, um disquito e uma ajuda para manter a forma.

Finalmente, para quem não quer gastar dinheiro, esta é a solução: «homemade toys».

Agora, fáxavor de irem às compras. E não se esqueçam dos The Galarzas...

Interlúdio machista



Ele detesta gajos chatos, mas adora gajas boas. Ainda por cima tem olho... e bom gosto!

Poesia pelo Natal

O galárzico e-mail continua a ser assediado nesta quadra natalícia como nunca antes houvera sido (ao que os The Galarzas reagem dizendo «ai que bom, não tires que sabe tão bem!»).

Por entre os mui gentis votos de boas festas, chegou-nos esta benesse:

«Natal na minha terra, que lembranças
Saudosas e devotas
Tenho de tuas festas tam gulosas,
E de teus dias santos
Tam folgados e alegres! Como vinhas
Nos frios de Dezembro
De regalados fortes coroando
Aquecer corpo e alma
C'o vinho quente, c'os mexidos ovos
E farta comezana!

(Almeida Garrett)

A Editora 101 noites deseja a todos um Natal recheado de sonhos, de versos, de histórias, de amigos e, claro, de muitos livros, e um folgado e alegre 2004!
»

Pois que engrandecemos nobremente o gesto das 101 noites e, sobretudo, a parte dos sonhos (com quanto mais açucar, melhor) e do 2004 folgado - não sabemos é se o patrão vai na conversa das folgas, mas far-lhe-emos chegar o recado. E de caminho, boas festinhas também às 101 noites e um saravá natalício ao Almeida Garrett (que nem morto escapa).

Leitura obrigatória

Os livros que fazem falta a qualquer biblioteca galárzica (segundo conselho de uma nossa italiana leitora):

- Querard, Supercheries litteraires, dictionnaire des auteurs anonymes;

- R. Frattarolo, Dizionario degli scrittori italiani contemporanei pseudonimi (1900-75), Longo, Ravenna, 1975;

- Utet, Storia della civiltà letteraria russa, Torino, Unione tipografico-editrice torinese, 1997.

(Terá sido no primeiro destes três livros que foram encontrados os mais antigos registos de Eustáquio Pinho, Óscar Machico, Idálio Juvino, Mestre Nestor Alvito, Mestre Trovador Ruy de Vasconcellos, Annaes do Reino e outros poetas esquecidos?)

Natal via mail

Votos de boas festas no mail dos The Galarzas:

«Nós existimos graças a Vós. (We existe because of you)
Obrigado a todos. (Thank you everyone)
Bom Natal e Feliz Ano Novo (Merry Christmas and Happy New Year)
»

Ai... (suspiro)

Fêmea Fome

Musas de blusas azuis
Cantam canções de cantores
Mortos matados morridos
Desde distâncias pudores

Moças meias messalinas
Cheias de cheiros chumaços
Louvam a louvas-a-deuses
Pelas massas aos maços

Mulheres feridas na fenda
Ostentam partos sem sexo
Querem queridas querelas
Num dia mais circunflexo

Mouras quentes e frias
Fogem fugas fugazes
Abraçam abruptos Abrantes
Dizem adeus aos rapazes

by Mestre Nestor Alvito, in Fêmeas de Todas as Cores, Edição do Missionário, 1983.

17.12.03

Nós somos chatos!

É por estas...



...e por outras que nós também detestamos gajos chatos. Isto ainda vai dar sopa!

Crítica de Cinema

(Crítica séria, nada tendenciosa e absolutamente imparcial de Leonardo Maltês sobre O Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei, que estreou hoje nos cinemas de todo o país... que digo? de todo o mundo!)

O SENHOR DOS ANÉIS: O REGRESSO DO REI é fabuloso! O SENHOR DOS ANÉIS: O REGRESSO DO REI é genial! O SENHOR DOS ANÉIS: O REGRESSO DO REI é brilhante! O SENHOR DOS ANÉIS: O REGRESSO DO REI é muito bom! O SENHOR DOS ANÉIS: O REGRESSO DO REI é fantástico! Apesar do gajo ter deixado de fora p'raí umas 100 páginas do livro e de ter posto o Mr. Smith a chorar, O SENHOR DOS ANÉIS: O REGRESSO DO REI é lindo! Tirando a paneleirice e um ou outro efeito especial mais marado, O SENHOR DOS ANÉIS: O REGRESSO DO REI é o filme do ano!

E digo mais: a trilogia de O SENHOR DOS ANÉIS é um filme do car***o! O Jackson 'tá de parabéns (os Wachowskis deviam aprender umas coisinhas) e o Tolkien não devia ter morrido, para ver isto no cinema! O velho ia-se passar... Um épico saravá para a malta e um grande pôrra que vou ter que ler os livros pela 7ª vez!

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«Bosch é brom».

Fado hilário

A cela
Abre a cancela
Da cela
Deixa sair
Da cela
Camilo, José
Cela
Rito, Jorge
Cela
Fora, tudo da
Cela

A justiça não
Abre, não julga,
Cega,
Sela.

de Eustáquio Pinho, Lavrador imobilizado, Barreiras, 1999

Monstruoso elogio via mail

É tão bom receber estas coisas no nosso imâile:

Esse Blog é a loucura!!! Cá para mim, têm mais de 100 pessoas a escrever para alimentar esse monstro a que decidiram chamar The Galarzas... Com a breca, é caso para recorrer à Worten: «Nunca se viu nada assim» ;)

Ao nosso ouvinte Luís Mendes, um daqueles saravás!

É o Regresso, pá!



É hoje! É hoje! Não foi ontem... é hoje! Hail to the King, pôrra!

16.12.03

Falópio

Dói-me a trompa de Falópio. Disse-mo Eustáquio. Mentiu e fugiu. Não
ouviu. E falta-me o presépio para ter a prosápia e debitar a falácia. Em
suma, ignaro, ignoro e sumo. Foge-me a musa, mantenho a tusa.

Por Pardal Maluco

Escrito encontrado num candeeiro do Hotel Roma, em 1987, durante a cimeira ibérica de Jamon Extremeño, que o autor terá confundido com Chamon de Cheiro.

Momento histórico


O repórter galárzico consegue imagem do soldado que capturou Saddam.
Um saravá ao que se auto-denominou 69º proto-galarza, sem o ser, mas que arriscou a vida por esta foto.


Estreia amanhã

Exclusivo: Hino de A Dois

Clique IMEDIATAMENTE AQUI para ouvir o novo jingle da nova RTP, A Dois, interpertado em conjunto por Morais Sarmento (de Azul), Manuel Falcão (de preto), com o coro de Celeste Cardona (à esquerda) e Manuela Leite (à direita).

Instruções: Carregue em play antes de ler



O NÚMERO 43

Adejam pelo Tejo
Vão de voo brando
Na ponte dos poetas
Com as asas rasgam
Costuras no rio

No andar do número 43
Um inverno rigoroso
Deixa Ana sem sonhos

A esmo, o mundo

Praticada a espionagem
Encetada a caça
Vislumbrada a sentada decência
Pedro conserva ainda
Os apócrifos

No número 43
Anos depois
A menina prepara-se para
Uma discoteca
Enfrenta Jean Jancques Russeau
Enfrenta Rimbaud
Enfrenta Godot

Na porta de casa dois corvos
E um corpo inacabado de mulher
Um corpo dilacerado pelas agulhas
O desespero,
Uma picada e o feto pútrido sai

Na porta do número 43
O mundo, a esmo

São Pedro, lá em cima,
Rejeitará o pecado
E o feto,
Amaldiçoado

No limbo
Condenado

(Anita chegou ontem. Já sabe das piadas. Já cruza as pernas e compra tabaco. Amanhã um ser diligente amá-la-à como nas trincheiras os soldados amam suas armas: salvam-lhes a vida, antes de voltar para casa. Anita servirá soldados, velhos soldados veteranos, servirá para todos os abandonos, os desmames, as iniciações e as finalizações cardíacas)

Dentro de anos,
Quando no 43 outra menina chegar,
Quando ela já não prestar,
Anita irá passar o Natal à terra,
Sete palmos abaixo abaixo dela.

No mundo, a esmo

de Eustáquio Pinho, «Varela Silva Faz Falta», Ponferrada, 1999

15.12.03

Acabou-se o que era doce...



É um dia triste para a Net: o decano dos live webcam sites vai apagar a luz no final do mês. Ao fim de sete anos, a Jenni vai largar a Cam que a começou a filmar ainda o Big Brother era do Orwell e os reality shows eram ficção-científica. Sim, foi ela que inventou o voyeurismo virtual - ela, com a sua JenniCama.

Acabou-se a mama. As mamas... E os cus ao léu. E o sexo ao vivo. Pôrra!

'Tadinha da Banessa...



Num há por aí quem queira ser amigo da Banessa? Num haberá quem lhe dê uma mãumzinha? Ou algo mais, carago?

Ó Banessa, nós somos teus amigos, caramba! Para ti, o nosso solidário saravá e um galárzico «obrigadinhos, pá!» pela lembradura de tal esquema - que também nós iremos pôr em prática em breve. E um dia destes, ainda te aparecemos à porta, para te dar a nossa enferma amizade, rapariga!

Piadinha religiosa que se me alembrou agorinha mesmo

Sabem o que fez Deus aos sodomitas?

Eu também não, mas não deve ter sido pior do que o que faziam uns aos outros.

Manchete de um conhecido diário...

... ás vezes chamado A Voz de Valejas:

"Pedofilia: Milhares em indemnizações"

Ao que os The Galarzas respondem:

"Gerontofilia: Milhares em"...

...erm...

...talvez não...

PUB

Manchete de um conhecido diário...

... também conhecido por Bastião de Barcarena:

"Saddam está a ser «grelhado»"

Ao que os The Galarzas respondem:

"Há batatas suficientes para todos?"

Desapareceu da cova dos seus pais




O idoso Sá Damu Sein. Traja roupas largas e está a um passo de ser martirizado. A quem souber do seu paradeiro, dão-se chouriças.

SOCORRO!
Prenderam o Pai Natal!


Saddam, vilão ou cartoon?


(in DN)


(in Público)

Resposta (algo baixa, mas condicente) a Ana Cláudia

Minha (nossa) querida, tesão será onde mais lhe aprouver.

Manchete de um conhecido diário...

... às vezes conhecido como Clarim de Queluz:

"Saddam não está a cooperar"

Ao que os The Galarzas respondem:

"O maroto"

Poema de Scott Adams

Os bosques
estão cheios de pessoas
que querem o teu emprego.

Hoje em dia
não se pode abanar uma árvore
que não caiam logo
três ou quatro engenheiros.

Adorava
ficar na conversa
mas preciso de ir motivar
os outros funcionários.

(Baseado numa vinheta da série Dilbert, de Scott Adams - o grande poeta do mundo empresarial do século XXI e visionário da Era Ferreira Leite)

Nós também, baby... nós também!



«Às vezes penso que tenho tesão escrito na testa.»
(Ana Cláudia, modelo, in Nova Gente)

14.12.03

Separados à  nascença...

...ou a evolução da espécie?
--> --> ?

Faltam 3 dias...

...para o regresso.

13.12.03

Descubra as diferenças

Antes:
= ?

Depois:
= ?

Sábado só


«Quem é que ousou entrar / Nas minhas cavernas que não desvendo, / Meus tectos negros do fim do mundo?»

De Mestre Trovador Ruy de Vasconcellos

O nosso amigo leitor José Pedro Vasconcellos enviou-nos novo mail com talvez a única Cantiga de Amigo escrita pelo seu parente Mestre Trovador Ruy de Vasconcellos, e que reza assim:

Cantiga

dessa tarde tão falada
onde se deu tal garfada
na boa da feijoada,
descubro os meus amigos,
de barriga anafada,
mostrando reais umbigos

tal visão é digna de ter:
toda a gente a comer com prazer,
até mesmo com Quarto a prever
um atraso bem previsto;
até se me apetece dizer:
meus senhores, mas o que é isto?

ora então vamos lá a saber:
das pessoas que se juntaram a comer
houve alguma que julgasse não poder
enfardar tal repasto?
pois que a mim me foi dado ver
que até rapavam o tacho!

Primo sentado servia;
Terceiro com gosto comia;
Quarto olhava e bebia;
o Quinto desta vez faltou;
o Cesto fez-lhe companhia;
mas Septeto não destoou!

Octavios disse presente;
Optimus tinha o cu quente,
na sua cadeira de gerente;
até o Galarza Ribatejano
lá quis ir dar ao dente:
meus senhores, cá estou pró ano!

assim se fez o almoço
logo a seguir pequeno troço
até ao café do poço
onde uma jovem rapariga
não tirava os olhos de um moço
ui!, temos cantiga?


Os The Galarzas prometem breve e a seu tempo a publicação de outras trovas de Mestre Ruy.

Os The Galarzas aproveitam para pedir a todos os três leitores que tenham antepassados trovadores que nos enviem as suas trovas, para publicação.

Ainda à conversa...

... com outro amigo, descubro que apesar de se pôr gente na rua, ainda há o descaramento de fazer encontros e jantares de empresas e de o anunciar aos sete ventos como se fosse a última maravilha empresarial.

À conversa com...

... outro amigo, descubro que podíamos ser todos espanhóis e beneficiar de 3 Capitais Europeias de Cultura, 2 Expo's, 1 Euro, 1 taça América e monarquia, se o outro não tem andado a bater na mãe ou ainda o outro não ter atirado o outro pela janela abaixo.

À conversa...

... com um amigo, descubro que o mais certo é que no casal de Testemunhas de Jeová que mora ao pé de mim haja mais do que um pecado a ser cometido diariamente.

12.12.03

Manuel


Chá à sua alma

Morreu a chaleira de John Cleese.

O ministro ACNE


Forte ataque leva executivo a mudar de imagem.

As Lusíadas

Dúvida existente: quanto tempo demorou o governo (aquele senhor de barba é do governo, não é?) a dizer que a culpa do Caso Lusíada era do governo anterior?

He's BLACK


Diz a policia. Mesmo que a foto desaconselhe
comentários sobre cor ou mesmo espécie.

And the winner is...

Começou a corrida aos Grémios. Mais uma vez, os The Galarzas não foram nomeados - na lista das 105 categorias só estão lá os pudibundos do costume e os ilustres de sempre. Mas ficamos contentes por ver que nas mais galárzicas das categorias, os nomeados são... galárzicos:

Categoria 74 - Melhor Álbum de Spoken Word Para Crianças:

- Charlie And The Chocolate Factory, Eric Idle
- Harry Potter And The Order Of The Phoenix, Jim Dale
- Prokofiev: Peter And The Wolf / Beintus: Wolf Tracks, Bill Clinton, Mikhail Gorbachev & Sophia Loren (Kent Nagano; Russian National Orch.)
- Tell Me A Scary Story, Carl Reiner
- Winnie-The-Pooh, Jim Broadbent

Categoria 75 - Melhor Álbum de Spoken Word:

- Fear Itself, Don Cheadle
- Lies And The Lying Liars Who Tell Them: A Fair And Balanced Look At The Right, Al Franken
- Living History, Hillary Rodham Clinton
- The Nikki Giovanni Poetry Collection, Nikki Giovanni
- When You Ride Alone You Ride With Bin Laden, Bill Maher

Categoria 76 - Melhor Álbum de Comédia:

- A Life In Comedy, Garrison Keillor
- Poodle Hat, Weird Al Yankovic
- Revolution, Margaret Cho
- Shut Up, You F***ing Baby!, David Cross
- Team Leader, George Lopez

Apesar da mais que latente qualidade geral dos nomeados e das óbvias surpresas, os The Galarzas já têm favoritos. Mas não dizemos quem... As apostas estão na mesa, os vencedores serão revelados em Fevereiro - aceitam-se subornos.

11.12.03

Põe mamisto

Salivas, mas seca
Não quer dizer que tenha
De rimar agora

O que põe na boca
Não deita fora

de Eustáquio Pinho, Idálio Juvino e Thola Andropulos, Guardanapos Presos, edições Ota, Venda das Raparigas, 1944

Memória Saramágica

Carlos Cruz no Pão Com'anteiga:

«Este já está liquidado, o tiro foi bem na testa,
não comerá mais criancinhas nos caminhos da floresta.»

Durão preside a Conselho de Ministros

A Lusíada

Camões marca canto

As cunhas e os Lynces assinados
No ocidental despacho lusitano
De Martins nunca antes ignorado
Curvaram a lei à sua lama

Em perigos e ilegalidades esforçados
Mais do que permitia a força humana
E entre gente corrupta edificaram
Nova lei, de que tanto beneficiaram

de Eustáquio Pinho, O Futuro é das Vindimas, Alhandra, 1982

Salmo apócrifo

Naqueles tempos, Martins falhou cunha a Pilatos e Cristo ficou na Cruz.

95

Martins da Cunha: o regresso

Será que a Universidade para onde a filha do Martins da Cunha... perdão, da Cruz... queria entrar era a Lusíada? Haverá mais alguma suspeita de favorecimentos envolvendo o Martins da Cunha... ups, da Cruz (e respectiva família)? Será tudo isto um problema genético da família Martins da Cunha... ai a pôrra, da Cruz (chatice!)?

Não perca, amanhã, à mesma hora, no mesmo canal, mais um episódio desta empolgante aventura!

10.12.03

Citando Primo Galarza

«(...) prevejo que em 2200 a população actual de Portugal seja de 0% (...)»

Cartaz com cartaz se paga

A esquerda anda por aí em bloco a espalhar cartazes pelas ruas de Lisboa. A autarquia escolheu as armas, o duelo começou... Sendo assim, já sabemos junto a quais podemos deixar o cão alçar a pata.

Portugal precisa de ti, mulher!

Dizem os jornais que «Portugal pode perder 17% da população até 2300». É uma perspectiva triste, não é? Então, toca a fazer filhos: os The Galarzas aceitam propostas de futuras mães para fecundações individuais. Oferecemos (se encontrarmos) inteligência divina, beleza impressionante e estrutura física acima da média... e umas farinheiras para o cozido! Até lá, estamos no bar.

Canção de Natale

Versão Carvalho da Silva
É Natale, é Natale,
Vamos a Belém
A pedir ao Sampaio
O veto qu'ele tem...

Versão Ferreira Leite
É Natale, É Natale
Vamos ao imposto
Que vai dar para o PEC
E guita até Agosto...

Versão Vasco Granja
É Natale, é Natale
Na Checoslováquia
Ó que merda, já não existe
Tão animada pátria

Versão Adelino Granja
É Natale, é Natal
Aqui na Casa Pia
Os meninos chupam tudo
Por uma palhinha

Versão Figueiredo Lopes
É Natal, é Natal
Nada está a arder
Mas eu cá continuo
Asneira a fazer...

Versão Lula da Silva
É Nataú, é Nataú
Aqui no Brasiú
Vou mandar capitalista
Prá puta que o pariu

9.12.03

Caros leitores

Ainda bem que a net ainda não é odorífica.
The Galarzas produzem esta terça-feira largas quantidades de biogás.

Sem mais,

Comunicado Interno

Caros irmãos numerais cardinais Galarzas,

venho por este meio de comunicação alternativo lamentar a minha brutal ausência do repasto de ontem e pedir-vos clemência pela ainda mais lamentável falta de comunicação.

Deve-se essa idiotice ao facto do meu telemóvel... que digo? do meu eletrodoméstico celular (pois é isso que esta merda é!) ter dado o berro. Um pequeno pormenor que, no actual estado da pequena sociedade a que chamo lar, é de toda a importância - à conta disso, fiquei o dia todo «desligado» do mundo (o que, por um lado, até teve algumas vantagens).

Espero com este aparte público sarar as óbvias carrapatas e naturais escoriações que a minha ausência de comunhão poderá ter causado e os infelizes efeitos que essa mesma falta de convivência poderá ainda vir a causar.

Atenciosamente,
Quinto Galarza

PS: podereis, ainda assim, ficar descansados, pois já tratei de uma há muito adiada substituição do vil electrodoméstico em causa - o que deverá acontecer pelas jornadas natalícias. Um saravá às promoções de Natal dos operadores de telemóveis!

6.12.03

O Autor - L'Auteur - The Author

Prémio The Galarza Ainda Mexe para este que é, no fundo, o grande educador musical do povo. Três vivas para o inconfundível, o brilhante, o magnânime, o eterno, o autor de obras como «O Órgão Mágico» ou «Solfejo Mágico Na Cidade / No Campo / Na Aldeia»,



Eurico A. Cebolo
Vá ao encontro dele
em www.cebolo.com

Inédito

Os Chinos

São pequenos
Arrumados
Estão muito
Superlotados
Têm tudo
O que faz falta
Têm garfos
Até saltam

São úteis
Mas escondidos
Alguns os tomam
Estranhos
Outros os temem
Tamanhos
Aparecem
Em rebanhos
Ocupam
Casas de banhos

Dão jeito
Até na comida
Têm indústria
Desenvolvida
Que é o que
Nos dá vida

Nunca servem
P'ra pedir esmola

Se um mata
Outro Esfola

O chino
De ponta-e-mola

de Eustáquio Pinho, Sem Vermelhidão Nem Dor, Bassas da India, 1991

5.12.03

PEC


Depois de uma noitada, Manuela Ferreira Leite conseguiu ainda dizer com ar sério: «Tens de pagar o PREC, hip, perdão, o PEC, por causa dessa nave enorme, ó Adamô»