12.6.04

«Deixem-me sonhar!»



«Ilustre, veio um dia perguntar-me como se poderia enfatizar a memória de um afecto. Disse-lhe, olhos nos olhos, pois era mais alto que eu mas parámos ali nas Escadinhas do Duque e como estava degrau acima, fitei-o: "Torres, pá. Deixa de sonhar". Compreendeu-me mal e, dias depois, saía-lhe aquilo da boca, antes de voar para a Alemanha.»

Monsanto Guedes, in Ocorrências Lisboetas, 1988, ed. autor