O naufráfio, o rato e a sobrevivência
A decisão está tomada. O Primeiro-Ministro de Portugal vai aceitar o cargo de Presidente da Comissão Europeia. Durão Barroso vai mesmo ser o primeiro a abandonar o barco que ajudou a afundar. E vai colocar o país numa situação ainda mais caótica, com a pasta de chefe do Governo a cair de bandeja nas mãos de Santana Lopes.
Ao longo da tarde, muitas pseudo-dúvidas têm assaltado a mente deste Galarza:
- há quanto tempo é que isto anda a ser negociado (por outras palavras, há quanto tempo é que Durão anda a mentir aos portugueses)?
- terá este hipótese (decerto há muito na mesa) alguma coisa a ver com o então repentino silêncio de Santana Lopes sobre as presidenciais?
- porque é que esta hipótese e consecutiva decisão são reveladas apenas depois da vitória de Portugal no jogo contra a Inglaterra, em período de inconturbável euforia nacional?
- porque é que a Europa é mais importante que a recuperação económica do país e os «compromissos de honra» do Primeiro-Ministro?
- porque é que a União Europeia avança com o nome de um Primeiro-Ministro em pleno exercício de funções - e tão importantes funções?
- sou só eu que acho ou isto é inaceitável, ridículo e surrealista?
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