19.3.05

Do minicirco para os headfomes

Isto de se passar a tarde a passar entrevistas da cassete para o papel tem o seu quê de involuntário. É como daquela vez em que estava a passar para o papel - a transcrever, dizem os sábios - a entrevista que tinha feito dias antes a um elefante azul, conhecido entre os Zoos da Europa como um fumador nato.

Nada de novo: apenas umas coisas que pensava que tinha perguntado mas não perguntei, umas respostas que me lembrava de ter ouvido mas não ouvi, umas deixas que poderia ter apanhado mas não apanhei, enfim... Dessa vez, a entrevista até saiu bem, não fora o facto do raio do elefante azul ter passado a entrevista toda a fumar e, quando me pus a passar a conversa, só me saiam baforadas de fumo do leitor de cassetes...

Mas isto de se passar o fim-de-semana a passar entrevistas da cassete para o papel tem o seu quê de involuntário. E de inevitável. É chato, pronto. Mas mais que tudo - mais que a dor nos dedos de tanto dar ao dedo e nos ouvidos de tanto ouvir -, esta coisa de passar entrevistas dá-me fome.