26.12.04

Poema de Godofredo Freire

Dores de Parto

Onomatopeias cretinas
Castigam quem as escuta
São débeis, assassinas
Como um bom filho da puta!

As vis marcas das facas
Que nas costas ostento
Foram prendas macabras
De irmãos de desalento.

Agora, de novo como antes
A incubadora está partida
Por pontapés intolerantes
E gestos de gente mal parida.

(in Vozes Roucas Não Chegam a Doer, Edições Centro-Avante, Brasília, 1973)