22.10.04

Predadores II



A vice-presidente cessante da Comissão Europeia, a espanhola Loyola de Palácio, afirmou ontem que está à «espera que (Fidel) Castro morra», porque a morte do presidente cubano é «a única solução para a democratização de Cuba». «Todos estamos à espera que Castro morra», afirmou De Palácio numa conversa informal com um grupo de jornalistas, defendendo que a morte do histórico líder cubano é a única forma de mudar a situação e de a democracia chegar à Ilha. «Esperamos, mas não desejamos» o falecimento de Castro, ressalvou. «Não digo que o matem, digo é que morra, porque duvido que mude enquanto viver», acrescentou a vice-presidente da Comissão numa reunião de despedida com os jornalistas espanhóis em Bruxelas antes de finalizar o seu mandato, no próximo dia 31 de Outubro.

Nesta reunião, De Palácio criticou a política do governo socialista espanhol de restabelecer um diálogo com as autoridades cubanas. De Palacio salientou que «preferiria» que ocorresse uma mudança na postura de Castro, mas considerou-o «improvável». «Eu não desejo a morte a ninguém, mas a única solução seria que Castro desaparecesse», acrescentou. Afirmou, a propósito, que o seu desejo é que «quanto antes, haja liberdade em Cuba». Considerou que para alcançá-la o desejável seria que Castro procedesse às mudanças e não ter de esperar que o líder cubano desapareça.

O presidente cubano, Fidel Castro, 78 anos, fracturou o joelho esquerdo e feriu-se no braço direito depois de uma queda quarta-feira à noite no final de um discurso em Santa Clara, no leste de Cuba, anunciaram hoje fontes oficiais. Perante as câmaras de televisão e numerosos fotógrafos, Castro tropeçou e caiu, sendo prontamente socorrido.

Fonte: Agência Lusa