31.10.04

Podia ter sido...



...um excelente concerto! Mas não foi!
Os Elysian Fields são muito bons, a sua música é bela e inteligente (boas letras!), a menina que canta (chama-se Jennifer Charles e é a da foto) destila sexo e charme por todos os poros e o marmanjo que a acompanha (com o nome sui generis de Oren Bloedow) aguenta muito bem um concerto quase só com a guitarra e os respectivos pedais de efeitos.

Então o que falhou, esta noite, em Lisboa? Duas coisas:
1.º problema - Um local chamado Santiago Alquimista. O espaço é bonito, a acústica não é má, mas a preocupação deve ser apenas vender copos e prolongar a noite o mais possível. Valia mesmo a pena colocar uma banda (os portugueses Rose Blanket) a fazer a primeira parte, se esta começou a tocar já depois da meia-noite (o previsto era 23h00)? Para cúmulo, parece que o grupo (fraco, por sinal) tem uma espécie de assinatura vitalícia no Santiago, pois consta que quando toca a abrir concertos estão lá sempre... Isto fez com que quando os Elysian Fields entraram em palco, já passava da 1h00. Com os encores, a coisa acabou já depois das 2h30...

Isto conduz ao
2.º problema - Como boa parte do povo já tinha bebido uns copos a mais quando os Elysian Fields começaram, deve ter esquecido que tinha ido ao Santiago Alquimista para ouvir música. Resultado: conversas constantes em tom alto que se sobrepunham à calma intimista das canções do duo, bater de copos, conversas ao telemóvel, etc. Se tudo isto já é grave, que dizer de uma das empregadas do bar que, quando chamada à atenção por estar a gritar enquanto a banda tocava, ainda gozou com quem lhe fez o reparo (e parece que até era um seu superior hierárquico).

Agora pergunto eu: O público lisboeta é assim tão estúpido ao ponto de pagar 15 euros para ir a um concerto e esquecer-se que isso significa ouvir música? Ou será que é apenas falta de educação? Uma coisa é certa: apesar da propaganda do Santiago Alquimista como um bom local para ouvir música de qualidade ao vivo em Lisboa (e eles faltam...), este está longe de o ser. Urge uma definição do que querem ser. Ou então, metam apenas bandas nu-metal a tocar por lá, já que assim o barulho do palco abafa o dos copos do bar e das conversas de quem tem nozes mas não dentes para as mastigar. Já agora, a parte de pagar à saída o consumo também era dispensável. Mais 30 minutos para conseguir sair dá cabo da paciência a qualquer um - sobretudo à hora a que o concerto terminou!

Desculpa Septeto. O estado de espírito depois disto e de um dia de mudanças (a que vai seguir-se outro), assim como o adiantado da hora, não davam para grandes festejos...
Ao menos o início de noite foi verde lá para os lados de Penafiel e o Porto encostou na Madeira!