Ao irmão septeto, hoje em órbita
AS CASAS VIERAM DE NOITE
As casas vieram de noite
De manhã são casas
À noite estendem os braços para o alto
fumegam vão partir
Fecham os olhos
percorrem grandes distâncias
como nuvens ou navios
As casas fluem de noite
sob a maré dos rios
São altamente mais dóceis
que as crianças
Dentro do estuque se fecham
pensativas
Tentam falar bem claro
no silêncio
com sua voz de telhas inclinadas
(de Luiza Neto Jorge, in Os Sítios Sitiados, Plátano. Lisboa, 1973)
<< Home