Tudo distraído
Enquanto o Barco do Aborto não entra no processo Casa Pia, o povão distrai-se das notícias que, realmente, andam a marcar os dias. Perdemos a dimensão do todo, do tudo. Relativiza-se a vida social e nacional ao pequeno batel com comprimidos "do dia seguinte", como se só se engravidasse "na noite anterior". As juizas e os juizes fogem do processo de pedofilia, com azourrage voragem ou enfastiado medo. Num ápice, os velhos engarrafamentos estão de volta, trazidos do Algarve, da Quarteira, até às ruas das cidades. As férias acabaram, os papás e as mamãs apinham-se no Continente, no nóvel Staples Office Centre para comprar a oitava mochila em seis anos, as canetas de feltro (não sei se ainda se chamam assim), as réguas, provavelmente um CD-ROM da Diciopédia, os putos com os olhos na Playstation. O Multibanco avisa que vem ai um concurso de pistoleiros musicais.
E entretanto:
ET calls home;
Ainda há Iraque, mas ninguém liga;
Ainda ninguém ligou pevide a isto;
O Egipto ainda dá boas notícias;
Disto, a gente não sabia;
E finalmente sabemos onde ele andou.
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