21.5.04

Às moscas

Ontem à tarde, o senhor Santana Lopes andou a passear pela minha rua e pelo meu bairro. A acompanhar o senhor (está mais grisalho!) estavam uma dezena de engravatados e uns quantos populares. Mais atrás vinha a banda do bairro a cantar a marcha do bairro pelas ruas do bairro, agora sem carros.

Foi uma tarde diferente no meu bairro. «Assim é que é», alguém dizia. «Isto está tão bonito», acrescentava alguém. Agora já não há carros no meu bairro. Ficam todos à porta.

Agora só falta limpar as ruas com regularidade, dizer às pessoas para não deixarem os cãezinhos cagarem à porta das casas dos vizinhos, aumentar o policiamento das ruas e a segurança dos cidadãos, arranjar alternativas viáveis de estacionamento para os moradores (mais perto e mais baratas, pois) e transportes eficazes, remendar os passeios, arranjar as ruas, tapar os buracos, sossegar a malta que vem aqui para o bairro fazer barulho todas as noites até às 3 ou às 6 da matina...

No fundo, senhor da Câmara (está com um ar pálido...), só falta ter mais respeito pelo povinho, pelo publicozinho, pela gajada que vai ter que pagar balúrdios para deixar o carro a três quilómetros de casa... A gajada não se chateia e até agradece a limpeza do bairro. Mas em troca, a malta só quer é respeitinho. É que dizem que é muito bonito. Como o meu bairro...