Poema de Mestre Nestor Alvito
Entre a fome e o apetite
A polícia do espírito
Foi atrás da luz lilás do farol
Mas não a encontrou
Fugiu-lhe a luz lilás do farol
Por entre os dedos azuis da censura
A polícia do espírito
Perseguiu os cravos vermelhos de Abril
Mas não os apanhou
Fugiram os cravos vermelhos de Abril
Por entre as gentes verdes de esperança
A polícia do espírito
Escondeu-se atrás do cinzento dos balcões
Mas não morreu
Transformou-se em fatos cinzentos atrás dos balcões
À espreita por entre os enganos da democracia
(in Inéditos do Futuro, 2004)
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