Poema de Mestre Nestor Alvito
A Deus
Senhora donzela querida
Oscule minha face corada
Nesta minha despedida
Hoje que estou de abalada
Vou para longe, tão longe
Desta pátria que embaraça
Confessei-me já a um monge
Que cuidava ser chalaça
Mas é austera esta viagem
É concreto o meu destino
Chama-me a santa imagem
De Meu Senhor o Pepino
Até ele vou de gatas
Pelo caminho sem tormento
A jornada é sem empatas
E sem estradas de cimento
Seja a aportada ditosa
Pela neblina da história
Deixo-a hodiernamente formosa
Sem lágrimas na memória
(in As Luzidias [Poemas Épicos Para O Futuro], Edições Cátevia, 1989)
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