21.2.04

O meu pai telefonou-me

e disse: «Olha lá, tu já pensaste que esta história do Santana é cruel demais para ser verdade?». Antes, tinha-me dito: «Sabes, agora que ando aqui no campo tenho mais tempo para pensar». E depois de, com maldade, me recordar que vive rodeado de plantas, animais, terra alentejana, queijo e vinho, lança a teoria: «Eu acho que isto é combinado entre eles. O Durão e o Cavaco mandam o Santana para a frente. Ele faz este papel completamente ridículo, mas vai provocar uma aceitação do Cavaco quase como salvador, como o verdadeiro candidato de centro-esquerda-direita. Isto é maquiavélico, mas estes gajos são capazes de tudo pelo poder».

A conversa demorou aí uma hora, mas o sumo foi este. A seguir liguei a um deputado da maioria (que me atura e que é uma dessas «fontes próximas») e ele lá ficou a cismar no plano filho-da-mãe. E já na sexta começou a fazer perguntas lá na Assembleia.

Eu, de folga, fiquei a pensar na frase: «Sabes, agora que ando aqui no campo tenho mais tempo para pensar».