O nome dele é Skylab, Rogério Skylab
Lavamos daqui as nossas mãos: faltava nesta beluga uma referência ao mais poiético cantautor brasileiro, o inesgotável Rogério Skylab. Não mais! Saravá! Viva Skylab! Viva a moto-serra de Skylab:
Tinha 25 anos de amores e sonhos,
Você era pra mim o meu drops de anis, alecrim,
Era meu rabo de saia,
minha doce amada, linda, linda,
era tudo que eu queria, rosa e jasmim.
Mas o tempo foi passando,
o tempo é louco, o tempo é todo tempo,
o tempo come o tempo, chegamos ao fim.
Te vi nos braços de um outro,
revirei na cama, passei a noite em claro,
mas no fim das contas, eu descobri:
Moto-serra, moto-serra,
Era a peça que faltava
no meu quarto de dormir,
Moto-serra, moto-serra,
Hoje entendo porque tu olhavas
tanto pro jardim.
Fui serrando os seus pezinhos
que eram para mim a coisa mais bonita
que eu nunca esqueci, prossegui.
Serrei suas duas mãos que eram diamantes
E quando rezavam
pareciam conchas de marfim.
Serrei suas duas pernas,
os seus dois bracinhos,
Você ficou sendo a Vênus de Millus do meu jardim.
Te serrei por dentro e fora,
te serrei no meio,
Restou um toquinho que eu serrei também,
Serrei feliz.
Moto-serra, moto-serra,
Os pedaços manchados de sangue
plantei no jardim,
Moto-serra, moto-serra,
Germinaram daqueles pedaços
rosas e jasmins.
(in «Skylab», de Rogério Skylab)
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