1.1.04

Não podia o ano arrancar sem...

um poema de Mestre Nestor Alvito:

Fadas Negras

Russos folclores de cordas atadas
Ao pescoço de doces virgem aladas
Morrem na noite de horas passadas
Na vibração de terras terramoteadas

Esta é a hora de vidas mudadas
Em torno de tornos, torneiras pingadas
E olhos que vêem belas fisgadas
Para as tornar donzelas castradas

Carnes humanas, carnes esventradas
Nas ruas de cidades mal alcatroadas
Armas escondidas mas pouco caladas
Revelam a morte à sombra das fadas

(in Versos em Forma de Versos, Edições Jesus Em Teu Ventre, 1974)