16.1.04

Cavalão, Esferofina e Bzidróglio

«Amamenta-me o Bzidróglio, pá!», disse Esferofina ao seu Cavalão, rapaz alado, meio parvo mas bom de testa - servia bem para os cornos de Sua Senhoria. «Vai-te afonso, ó Esferofina!», gritou, de imediato, Cavalão, feito desentendido pelo repasto fervoroso de meias-latas da sua velhaca amada - despachada mas pouco perceptora.

Nada disto se teria passado se Cavalão e Esferofina se tivessem preparado convenientemente para o nascinemto de Bzidróglio, primogénito e obra-prima do casal. É que tudo não passou de uma dor de costas num carro mal estacionado. Vai na volta, vêm-se os meses a eito e... pumbas!... nasce-lhes um gaiato, que nem sequer pediu licença nem foi a referendo.

«Arre pôrra, que se me foram os períodos...», lamentou Esferofina, ao dar a notícia ao seu Cavalão. «Arre puta, que te pões em qualquer um!» contrapôs Cavalão, lamentando os cornos que lhe pesavam na testa larga. Mas lá diz o povo e di-lo bem, cada um tem o que merece na cama que faz para se deitar.

Hoje, Cavalão, Esferofina e Bzidróglio vivem dias felizes, num programa de televisão, sozinhos de costas para a bundona louca que lhes paga a renda, feita num oito vicentino. «Largas vivas», gritam em trio alegremente, dia sim, dia não, às ruas que lhes passam em frente e sorriem para as câmaras municipais.

Mas até hoje, ninguém sabe que é feito de Sua Senhoria e respectivos. Ninguém... ninguém...