25.11.03

O Trovador Luso Ruy de Vasconcellos

Recebemos no email galárzico uma missiva de um leitor devidamente identificado, mas que pediu sigilo, que nos dá conta de um seu remoto parente, chamado Ruy de Vasconcellos, que terá vivido algures entre os Séculos XII e XIII e terá sido camarada de Trovadorismo de Paio Soares de Taveirós, e com o qual muito aprendeu.

Diz-nos o nosso leitor João Pedro Vasconcellos:

"Acredito que este meu primo tenha sido à altura um dos expoentes máximos da Cantiga de Escárnio e Mal-Dizer, se bem que incompreendido, talvez pelo carácter premonitório que as suas Prosas tomavam muitas vezes."

Caro leitor, agradecemos-lhe o email enviado, e ficamos na expectativa de outros que se lhe sigam, pois poesia Trovadora é caso raro de se ver hoje em dia.

Abaixo, a Cantiga de Ruy de Vasconcellos, como verão, tremendamente premonitória.

Cantiga

estavas sentada no banco
e de Belém pensavas tanto
nesse pacto de estabilidade manco
que tanta volta dava
às tantas deste num pranto
que já ninguém te aturava

esse teu voto favorável
não deixou oposição afável
muito menos posição estável
para navegar na política
de argumento contraditável
deste ar de semítica

o PS diz derrotado
o PCP sente-se ameaçado
todos querem por de lado
o governo do país
entretanto ali ao lado
ninguém levanta o nariz

e agora todos vão dizer
o PEC ardeu e vai morrer
Durão demora a responder
o Bloco não vira a cara à luta
talvez te ponham a correr
ó Manuela filha da puta