Novo poeta: Leopoldo María Panero
O LAMENTO DE JOSÉ DE ARIMATEIA
Não suporto a voz humana,
mulher, tapa os gritos do
mercado e que não volte a nós
a memória do
filho que nasceu do teu ventre
Não há mais coroas
de espinho que as lembranças
que se cravam na carne
e fazem uivar como
uivavam
no Gólgota os dois ladrões.
Mulher, nem te ajoelhes mais perante
o teu filho morto.
Beija-me nos lábios
como nunca fizeste
e esquece o nome
maldito
de Jesus Cristo
De Poemas del Manicomio de Mondragón, 1987
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