23.11.03

E um poema de lui même

Amigos, amigos, Badajoz à vista

Há uma canção
Uma canção de amigo
Que nos empurra
Para fora do umbigo

Há um Talião
Que nos escreve o verso
Esse Idálio Juvino
Devia estar preso

A sua identidade
É insalubre, viperina
Já cá veio a casa
Partir-me uma terrina

Diz que não quer amigos
Que não valem para nada
Sinto logo nas costas
Valente e funda facada

Porque não escreves, Juvino
Sobre a madrugada atroz
Em que te dei fuga
De Elvas p'ra Badajoz?

Esqueces rápido, eu perdoo
Mas fica sabendo agora
De mim, nem mais um copo
Do vinho que a gente adora!

de Eustáquio Pinho, Veste Suína, Africana, Rabat, 1993