A beterraba do espaço
Na mais recente sessão musico-poética de The Galarzas foi visitado, ou revisitado, esse marco da história do cinema, único pelo seu aspecto visual e pela arrojada interpretação, que dá pelo nome de «O Cosmonauta Perdido» (ver posta anterior).
Na verdade, este épico do cinema charral, só foi possível depois de terem sido distribuidos vários sabonetes de pólen por toda a equipa de produção, escribas e actores. O realizador, doente à época da rodagem, permitiu o mais livre de todos os esquemas, reinventado o cinema, como o fez Orson Wells, John Huston ou mesmo, porque não dizê-lo, António de Macedo - aliás, este último responsável também por duas películas que merecerão referência futura.
«O Cosmonauta Perdido» conta com duas magníficas melodias de Joan Baez, essa grande diva, que nos canta sobre temas tão importantes como o bicho na maça de esmolfe ou mesmo o perigo do míldio galáctico. Aliás, esta película, datada de 1972 mas que poderia ter sido rodada ontem mesmo, versa sobre o mais profundo dos enigmas da humanidade, já debatidos pelos filósofos gregos e, mais tarde, por Karel Capek, ou não.
Na verdade, The Galarzas lançaram olhar profundo (alguns mesmo em estado meditativo) sobre o que aconteceria a uma plantação rural lançada para a órbita de Saturno e depois, dada a avidez neo-liberal, ter fim triste.
Pleno de acção e mensagem, foi este o filme que inspirou mentes como Engels, Nietzsche ou mesmo Popper, apesar de só mais tarde se ter dado a estreia para o grande público.
E mais não dizemos, o que só nos faz ficar mais próximos desta obra que consideramos incompleta e que, urgentemente, necessita de uma sequela, cujo nome adiantamos: «O Cosmonauta Perdido II: Filoxera de Alfa Centauro».
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