13.9.03

Poema ao país

Na floresta abondonada
Que mão criminosa aquece
De chamas trespassada
Várias, descontroladas,
Arde tudo e apodrece

Raiva do povo inane
De braços bem erguidos
Brada com olhar langue
E ouve ministros perdidos

D'outro escândalo alado
Estado a roçar o solo
A pedofilia embainhada
Levavam-lhes meninos a criada
Eles é que já não prestam

Tão velho, quão velho era
Que idade agora tem
Sem rumo Afonso lhe dera
Um nome e o mantivera
Portugal, sem regra nem lei

(segundo Pessoa, que lá deu a sua voltinha nos Jerónimos depois desta escrita)