4.9.03

Boa nota

Em dias banhados pela água suja da polémica criada pelas dificuldades em conhecer os resultados da colocação de professores, a nota máxima vai para Luís Francisco, editor do Público que, na edição de hoje, deixa alguns dos mais sérios indícios dos «Três Pecados Mortais» desta administração. Fiquemos pelos excertos:

«Que a administração pública é leviana já se sabia. Na sua mastodôntica indiferença, a máquina do Estado diz-se e desdiz-se alegremente, a comunicação circula mal, a culpa tem uma incontrolável tendência para morrer sozinha.
Associada à leviandade vem, muitas vezes escondida, a pura incompetência.»

«O ministro mentiu em consciência ou porque estava mal informado? E se estava mal informado, isso devia-se à leviandade ou à incompetência dos seus colaboradores?»

«O Ministério da Educação, que não se furtou ao auto-elogio pela velocidade a que procedeu às colocações, foi insensível ao drama humano vivido pelos candidatos a professores que no mesmo dia enfrentavam o desemprego. Nesse pormenor deselegante, seguiu a filosofia dominante deste Governo de colocar os números à frente das pessoas.
Tal como a leviandade, a incompetência e - tantas vezes - a mentira, essa indiferença da máquina que nos governa já não é novidade. Mas dói sempre. Principalmente na hora de ver sair do nosso bolso o dinheiro que sustenta um Estado que acumula dívidas, erros, disparates, omissões e inverdades»