17.7.03

Aventuras do Homem Bejeca (Cap. II)

(continuação do capitulo anterior, a ler neste blog)

La música de ahora

Se o estado do Homem Bejeca nao era moralizante, dado o ensopado de cerveja onde se havia afundado, a noite salamanqueña só piorou o estado de espirito deste herói. Acompanhado por este Galarza que vos recita e mais duas almas lusas, o Homem Bejeca aceitou o roteiro proposto. Na verdade, nao havia roteiro, e a noite parecia tornar-se um pesadelo. Bateu a meia noite e o unico bar passível de ser visitado tinha uns móveis gamados de uma velha igreja em Sintra (disse, com emoção, um ferveroso adepto do Celta, que tentava angariar clientes para a sua baiuca). Pois fomos.

A púbis molhada deve dar aos mamíferos essa tentação natural de se livrarem do húmido. E eis que o Homem Bejeca (HB) se levanta da mesa, abandona o seu Jameson liso, e se dirige aos aseos.

Assim pensava. Pois que a meio caminho, depois de ter cruzado o bar onde um rapaz de doze anos tentava imobilizar uma garina de igual velhice com a língua e seis homens dançavam rap manhoso, o HB encontra umas escadas. Acostumado a que a WC se encontre nos pisos de baixo, quando outra porta nao se vê, investe. E já preparado para esvaziar delicado trabalho de rim, eis que se depara com o depósito de coca-cola e outras bebidas espirituosas.

Atrás dele, uma garina que há pouco mostrava meio mamilo no bar grita-lhe: "Que quieres? Los aseos no son aí!". Vergonha brutal.

Homem Bejeca nao perde a calma e insiste. Momentos depois está no sítio certo, mas uma dúvida ambígua assalta-lhe o pensamento: se há duas casas de banho, para os dois sexos convencionais, qual será aquela em que deverá entrar? Aquela que apresenta na porta uma mulher montada num cavalo ou aquela que mostra uma mulher de bigode?

Decide-se pela segunda. Erradamente.

A noite nao estava fácil. Mas o pior, caros leitores, o pior ainda estava para vir...