5.1.06

Já que esta tertúlia anda tão parca de qualidade quanto parva de quantidade, façamos nossas as postas dos outros (isto tinha que acontecer um dia)

«O homem que escrevia novelas que faziam lembrar qualquer coisa

O inspector dobrou a gabardina, poisou-a cuidadosamente sobre as costas da cadeira, encheu o peito de ar e disse, ao mesmo tempo que expirava:
"Foi o Marcelo."
"O Marcelo, inspector…?", escandalizou-se o guarda Caetano.
"O Marcelo, Caetano."
Tomás entrou de rompante no gabinete, corado ainda do opíparo almoço.
"Viva, inspector! Viva, Caetano!"
"O Américo, Tomás?", perguntou o inspector.
"Pensei que estava consigo."
"Comigo? Não o vejo desde ontem. Preciso que você vá com ele e com o Caetano."
"Fazer o quê, inspector?"
"Buscar o Marcelo", suspirou o guarda.
Tomás voltou a sua incredulidade para o cívico:
"O Marcelo, Caetano?"»

(Fanado ao blog de um dos mais brilhantes cartunistas da nação, que assina ao vento com iniciais de whisky e a quem daqui enviamos um grato Saravá.)