3.11.05

Sister Act: Smoosh versus Prussian Blue

Era uma vez um artigo de revista, no qual tropecei na habitual ronda pela blogosfera. A peça compara duas novas bandas norte-americanas - as Smoosh (o furor do momento na terra do grunge) e as Prussian Blue (a polémica do momento na land of the free and the home of the brave) - que, em comum, têm apenas o facto de serem ambas formadas por duas irmãs. Ora pressione lá o boneco para ler o artigo:

battle of the bands: Smoosh versus Prussian Blue

Ora, ler uma coisa destas não pode deixar de espicaçar a curiosidade! De maneiras que o passo seguinte foi procurar as moças, as duas - aliás, as quatro. E os resultados da busca não podiam ser mais surpreendentes - para o bem [1] e para o mal [2]...

[1]
Smoosh

Comecemos pelas Smoosh, a banda das irmãs Asya (13 anos) e Chloe (11), de Seattle. Ao longo do último ano, o duo deu que falar em festivais do gabarito do South By Southwest, em revistas como o NME e nas influentes rádios K-ROQ e KCRW. Já este ano, as Smoosh fizeram as primeiras partes de concertos dos Pearl Jam, dos Sleater-Kinney e dos Death Cab for Cutie e lançaram o álbum de estreia (She Like Electric), recebido com os maiores elogios. Exagerados? Depois de ouvir Massive Cure, de ver o vídeo de La Pump e de testemunhar a entrevista e os quatro temas que as manas tocaram ao vivo na KEXP, os elogios parecem mais do que justificados - as Smoosh são, sem dúvida, uma das mais curiosas surpresas do rock alternativo de 2005.

[2]
Prussian Blue

Já as Prussian Blue (nada a ver com os Prussian Blue britânicos) dividem a crítica. As gémeas californianas Lynx e Lamb (de 12 anos) têm causado acesa polémica na comunicação social e sonoras discussões na Net, em fóruns e blogs pró ou anti-Prussian Blue. Por trás da controvérsia está o álbum de estreia do duo (Prussian Blue), no qual, em canções folk límpidas e etéreas (como I Will Bleed For You ou Gone With The Breeze) e com uma imagem em tons de Música no Coração, as gémeas proclamam a supremacia branca e a herança ariana. Talvez por ser difícil tecer comentários isentos à música de uma banda tão politicamente incorrecta (embora não soe a nada de novo), houve quem visse nestas «revolting racists» uma resposta às russas tATU. E houve até optimistas que bradaram que tudo não passava de uma brincadeira. Infelizmente, elas levam-se a sério. E, desde 2003, têm vindo a ganhar fãs, público e meios para divulgar a mensagem. Sem dúvida, uma das mais arrepiantes e perigosas revelações de 2005...