13.10.05

Poema de Mestre Nestor Alvito

Pomba Branca

Pomba branca, pomba branca
Quem foi que te embranqueceu?
Foi um susto que apanhaste
Ou foi um ar que te deu?

Pomba branca, pomba branca
D'onde vem tua palidez?
Foi a morte que tu viste,
Ou um fantasma, dois ou três?

Pomba branca, pomba branca
Não te deixes branquear!
Não te assustes por nada,
Por nada te deixes levar.

Pomba branca, pomba branca
Não percas a tua luz!
Não sejas só mais uma
A voar em contraluz.

(in Cartas de Mar e Ar, Ediciones Bodega Mezquita, Córdoba, 1975)